sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Saiu no jornal

Confira matéria publicada no jornal "O Dia" em 30 de agosto de 2009.



Reciclagem de óleo ainda é insuficiente
Estado do Rio tem programa pioneiro para receber óleo de cozinha usado e transformá-lo em biodiesel, mas as iniciativas de condomínios e empresas ainda são isoladas



Anualmente, são despejados 4 milhões de litros de óleo nas águas marinhas e dos rios, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. O resultado disso é que somente um litro é capaz de contaminar aproximadamente 1 milhão de litros de água. Contraditoriamente, muitas casas, condomínios e empresas não contam com um serviço de recolhimento de óleo utilizado para reaproveitamento.

Segundo o professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre D’Avignon, a decomposição do óleo de cozinha emite metano a atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, o que contribui para o aquecimento global. O óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo chega ao oceano pelas redes de esgoto, passa por reações químicas e gera o metano. “Você tem a decomposição e a geração de metano, através de uma ação anaeróbica (sem ar) de bactérias”.



A UFRJ foi a primeira a produzir biodiesel a partir de óleo de fritura

No Brasil, programas de descarte ainda são muito isolados, tocados por instituições que decidem agir de forma sustentável. Situação estranha, para um país que é campeão de reciclagem de latinhas de alumínio, com taxa de 96%. O professor acredita que uma boa forma de combater o descarte inadequado é conferir valor de compra do óleo recolhido por catadores, com a finalidade de produzir biodiesel.

O óleo descartado de casas e empresas pode ser utilizado na produção de biodiesel, com alto grau de benefício para o meio ambiente (Foto: Paulo Alvadia/O Dia)

No Rio, já há um projeto que trabalha em larga escala. O Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais do Rio de Janeiro (Prove), iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente em parceria com a Usina de Manguinhos, já existe e precisa se expandir. Também participam do Prove a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, a Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (Febracom), o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e a Rede Independente de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Rio de Janeiro (Ricamare).

O objetivo é aumentar o reaproveitamento do óleo vegetal residual na produção de biodiesel, evitando, assim, o desperdício. O óleo de cozinha, jogado diretamente na rede de esgoto, é altamente nocivo. Polui rios, baías e oceano – o que prejudica o equilíbrio dos ecossistemas – e ainda bloqueia as tubulações e aumenta o custo da manutenção.

Diretor de cooperativa, Gilmar Henrique Alves de Oliveira explica que, para fazer a doação, interessados podem procurar as cooperativas. “Instalamos galões nos condomínios e prédios e recolhemos semanalmente ou de 15 em 15 dias, de acordo com o volume”, informa o cooperado.

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