segunda-feira, 29 de julho de 2013

Fé na Impunidade

Prefeitura do Rio anuncia que Campo da Fé será transformado em bairro popular


A quadrilha Cabral, Paes, Carlos Minc e Políticos aliados, continuam a agir, com fé no Deus Dinheiro e na Impunidade.
Crime no Chamado "Campo da Fé"

Ironicamente e com as bençãos da máfia criada no Estado no Rio de Janeiro, os crimes continuam e somente o impedimento do atual governador e sua camarilha, é que poderemos ter a esperança de cessar os crimes praticados no Estado.
Tudo Alagado

O crime ambiental feito no chamado "Campo da Fé" em Guaratiba, foi tentado em Duque de Caxias, na APA São Bento em 2012. Na ocasião o governo do Estado do Rio de Janeiro, com apoio de Carlos Minc, enviou ofício comunicando ao Ex Prefeito do período 2009-2012 que os entulhos das Obras do Maracanã, Perimetral, Metrô e demais resíduos, iriam ser jogados na área denominada Bomba 1 e Bomba 2, que o ex-Prefeito e membro da máfia do Cabral, Deputado Federal Washingthon Reis, tinha tentado transformar em área industrial.

Área de Alagamento e APA São Bento

Imediatamente ao saber da ideia criminosa que Cabral urdia, contra os moradores de Duque de Caxias e seu ambiente, o ex-Secretário de Meio Ambiente Samuel Maia, prendeu meliantes que preparavam o canteiro de trabalho, impediu o aterro e denunciou ao Ministério Público Federal. Juntos o Secretário e o MPF, fizeram ações na área e o Incra recuou na doação da área, mantendo a área de alagamento intacta.
Ataques ao São Bento Continuam


Ao não terem alternativa em Duque de Caxias, o Governador e seus cúmplices, conseguiram com o sogro do governador a área em Guaratiba de um milhão e meio de metros quadrados, área esta que é de alagamento e inadequada para aterro. 
Milhões gastos inutilmente

Porém, a sana de adoração ao Bezerro de Ouro, ignorou as leis e além de aterrar com material inadequado, apresenta uma ótima opção para negociar com a Caixa Econômica Federal a compra da terra para ali construir um projeto do Minha Casa, Minha vida, certamente com padrão de construção ruim e em condições de habitabilidade indecente, ou seja, política habitacional pobre para os pobres. Esta é a visão e prática de mundo, que Cabral e Aliados tem para o povo.

População quer Impedimento de Cabral
Retirado da Internet

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Na Luta! Sociedade Civil Consegue Garantir Projeto Ambiental!

Que o loteamento dos governos, entre partidos políticos, é um desastre para as políticas públicas e, assim, não melhorando a vida do povo que sofre, com as nomeações e contratações sem concursos públicos, é público e notório!
Em Duque de Caxias, chegando 08(Oito) meses de governo Alexandre Cardoso, o desastre e descalabro na gestão é de causar horror ao mais cético dos humanos.
Além de não melhorar o que não  servia bem a sociedade, piorou e encerrou programas e projetos  que funcionavam e até ganharam prêmios e notoriedade pela qualidade  oferecida.
Um dos casos mais emblemáticos é na área ambiental, além de irresponsavelmente, mostrando assim, descompromisso com a sustentabilidade ter entregue a um partido (PT), a pasta, nomeou-se e contratou-se com o critério de ser filiado ao PT, os novos ocupantes da pasta, mesmo não tendo qualificação para atuarem na área. A pasta na gestão anterior era austera e nunca passou de 70% as nomeações e contratações a que se tinha direito. Havia apenas 04(Quatro) CC1 - Salário de R$ 4.000,00 e um Subsecretário com salário de R$ 6.000,00. Hoje, além de aumentar para dois Subsecretários com salários de R$ 11.000,00, o número de CC1 subiu para 21, ou seja, piorou a qualidade da gestão e aumentaram as despesas.
Programas e Projetos Ambientais  foram abandonados, dentre Eles o Guarda Ambiental Mirim e a Fábrica de Floresta.

Os dois Projetos eram articulados conjuntamente e foram amplamente divulgados e premiados como mostra matéria publicada no Jornal Extra em 29/09/12 

Duque de Caxias ganha uma "fábrica de verde" e mudas serão usadas para combater a erosão e 

conter encostas

Maria Clara Gueiros, Anthony e o secretário Samuel Maia
Maria Clara Gueiros, Anthony e o secretário Samuel Maia Foto: Roberto Moreyra / Extra
Eletícia Quintão

Duque de Caxias ganhou uma fábrica diferente: a fábrica de floresta. Essa nova área verde, com 140 mil metros quadrados, fica no Parque Municipal da Caixa D’Água, no bairro Jardim Primavera, onde serão plantadas 35 mil mudas até o final de 2013.
A área será reflorestada pela Braskem, empresa produtora de resinas termoplásticas, em parceria com a Prefeitura de Duque de Caxias, o EXTRA e o Instituto Corredor Ecológico Costa dos Coqueiros, que iniciou o projeto em áreas degradadas do município de Camaçari, na Bahia.
— Estou emocionada. É uma iniciativa muito nobre, ainda mais numa área tão castigada — comentou a atriz Maria Clara Gueiros, madrinha do projeto.
As mudas produzidas serão utilizadas para combater a erosão do solo e, consequentemente, os desabamentos de encostas. Além disso, todo ano o projeto vai formar 540 guardas ambientais mirins.
Com as mãos na terra Anthony de Souza, de 12 anos, afirma:
— Estamos plantando o futuro das próximas gerações. Agora, já posso respirar aliviado.

Após 07(Sete) meses de abandono e sumiço dos equipamentos da Fábrica de Floresta em Jardim Primavera, a Organização Não Governamental ISEB, enviou solicitação a Braskem pedindo que fosse feito um trabalho com as crianças de Duque de Caxias e denunciou o abandono das Unidades de Conservação do município aos Conselheiros do Meio Ambiente e Cobrou providências ao Prefeito e a seu Secretariado.
A luta do ISEB foi reconhecida e a Braskem enviou o seguinte e-mail a organização:


A Braskem está apoiando a secretaria de Meio Ambiente na criação de um Programa de Educação Ambiental (PEA) integrado ao projeto Fábrica de Florestas, que hoje encontra-se instalado no Parque da Taquara, já para o segundo semestre. Em breve teremos novidades para compartilhar com todos.

Um abraço,

Cinthia Vargas

A conquista foi comemorada pelos representantes da sociedade civil, porém, apesar da empresa estar fazendo sua parte o questionamento a atual gestão continua, pois, no Parque Natural Municipal da Taquara já existe um Horto, logo, o Prefeito Alexandre Cardoso ao retirar a Fábrica de Floresta de Jardim Primavera, cometeu um erro basilar de descentralização de equipamentos públicos e distanciou do Parque Natural da Caixa D'água uma produção de mudas para reflorestamento. Fica ainda a pergunta: Onde estão as Lonas Ecoculturais que já haviam sido pagas pelo Secretário de Meio Ambiente  anterior e bastava instalar?

terça-feira, 23 de julho de 2013

A Grande Família!!!Nepotismo escancarado em Duque de Caxias.

Samuel Maia: A Grande Família... Primeira Dama de Duque de Caxi...: O advogado Lauro Barretto entrou com uma ação popular contra a nomeação de Tatyane Azevedo de Freitas Lima, esposa de Alexandre Cardoso, pr...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

No Estado do Rio de Janeiro Falta Planejamento

Existe saídas para resolver os problemas da modernidade: transporte, saneamento, infraestrutura. O Panejamento da Região Metropolitana do Rio deve ser o instrumento propulsor do desenvolvimento regional. Para o Professor e Ambientalista, Coordenador da Pós-Graduação em Gestão, Licenciamento e Perícia Ambiental da UNIGRANRIO, devemos da um choque de renovação e mudarmos todos os atores e agentes públicos atuais, por novos pensadores e operadores da gestão pública do Estado do Rio de Janeiro.

Os números mostram que cerca de 45% das pessoas que trabalham no Rio vem de outras cidades da Região Metropolitana. E 25% da população carioca trabalha nelas. Isto mostra  a necessidade de integração e descentralização de uma metrópole desigual, que precisa de outros núcleos com dinamismo econômico, bons indicadores sociais e preservação dos recursos ambientais, deixando para trás políticas públicas do passado - como o transporte rodoviário em detrimento de trilhos.
Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro,  falta investimento em mobilidade urbana - com má qualidade e velocidade lenta; falta uma política de habitação em regiões mais centrais; a geração de emprego e renda nas periferias; a diminuição das desigualdades - como no caso do sistema de saúde; entre outras.
As tecnologias estão disponíveis para trazer soluções e tornar a gestão da cidade inteligente.
Cidades Sustentáveis
Se a cidade é o tijolo da construção da sociedade, as tecnologias estão disponíveis para fazer as transformações necessárias.  O desenvolvimento tecnológico tem que estar a serviço da organização da metrópole rumo à consolidação das cidades inteligentes.
E estas tecnologias devem estar integradas a uma política de cidade sustentável
Quais os problemas das cidades? Segurança? Saúde? Educação? As soluções da tecnologia já existem, basta que haja a definição do modelo de cidade. Existem os desafios para a aplicação desse conceito. Eles passam, por exemplo, pela falta de processos, informações e pessoal qualificado. A contratação e ocupação da administração por partidos políticos e seus agregados pioram em muito a gestão pública.
Dados do crescimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro por ano
População – 1%
Unidades habitacionais – 72 mil (24% apartamentos, 76% casas)
Mancha metropolitana - 3,4%

O futuro das áreas urbanas
Dados da ONU apontam que, até 2050, 70% da humanidade vai viver em áreas urbanas. E para atender esta demanda, 60% a mais da quantidade de edificações que existe, hoje, no mundo será construída para abrigar a população crescente. A previsão de investimentos é da ordem de $40 trilhões, não só com as edificações, mas com transporte e readequação ambiental das estruturas que já existem, principalmente nos países de primeiro mundo.



terça-feira, 16 de julho de 2013

PMDB e PT estão em guerra pelo comando dos hospitais federais no Rio — para fazer dinheiro à custa dos doentes

Políticos Chupam o sangue do Povo

CRIME -- Emergência do Hospital do Andaraí (RJ), às 10h58 da última quinta-feira: tem gente que lucra com essa situação (Foto: Luiz Maximiano)

O CRUEL TEOREMA DA SAÚDE

O PMDB e o PT estão em guerra pelo comando dos hospitais federais no Rio de Janeiro. Para melhorar a vida dos pacientes? Não. Para fazer dinheiro à custa dos doentes. Peemedebistas querem arrecadar 4 milhões de reais por ano. Um assessor do ministro recebeu propina de 200 000 reais
VEJA reconstituiu os bastidores de uma batalha travada entre PMDB e PT pelo controle dos hospitais federais do Rio de Janeiro.
São seis unidades, cujos orçamentos em 2012, somados, chegam a 645 milhões de reais. O embate tem desfecho incerto, mas já deixa claro como gastos de campanha podem tornar reféns agentes públicos e revela por que certos políticos insistem tanto para nomear diretores de órgãos oficiais.
Chama-se Edson Pereira de Oliveira um dos protagonistas dessa trama. Até o fim do ano passado, ele era assessor especial do ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha. Em dezembro, Oliveira pediu demissão. Alegou razões pessoais, mas, na verdade, não resistiu ao assédio de peemedebistas e outros deputados do Rio interessados em comandar diretorias dos hospitais federais do Estado.
Esse grupo acossou Oliveira quase que diariamente. Usou como arma uma informação preciosa: amigo de Alexandre Padilha há vinte anos, o então assessor especial do ministro havia se corrompido. Recebeu 200 000 reais de um grupo ligado a uma quadrilha suspeita de desviar dezenas de milhões dos hospitais fluminenses. O suborno tinha como objetivo manter abertas as portas do ministério aos interesses do grupo — àquela altura ameaçados.
A SAÚDE DOENTE Da esquerda para a direita, os deputados Marcelo Matos, Nelson Bornier e  Deputado Aureo: propina para manter esquema no governo Dilma
A SAÚDE DOENTE -- Da esquerda para a direita, os deputados Marcelo Matos, Nelson Bornier e Aureo: propina para manter esquema no governo Dilma
Mudanças com Dilma
Ao tomar posse na Presidência, Dilma Rousseff demitiu peemedebistas da cúpula do Ministério da Saúde. A canetada presidencial atingiu o cargo de ministro, a bilionária Secretaria de Atenção à Saúde, a Funasa e as cobiçadas diretorias de hospitais federais do Rio.
Para tais postos, Dilma escalou técnicos e petistas — ou técnicos que contam com a simpatia do PT. Essas trocas desencadearam uma guerra  subterrânea entre os dois maiores partidos da base governista.
Para mudar o comando dos hospitais federais do Rio, o ministro Alexandre Padilha usou como argumento o fato de que uma inspeção no sistema de compras do ministério revelou que os preços cobrados pelas seis unidades marchavam de mãos dadas com o desvio e o desperdício. Era preciso mudar.
Propina beirava os 15%
Padilha pediu à Controladoria- Geral da União  (CGU ) que auditasse as contas dos hospitais e à Polícia Federal que entrasse no caso. Uma análise preliminar da CGU revelou desvios de 124 milhões de reais em contratos que somam 887 milhões de reais.
Ou seja, a taxa de propina beirava 15%. Os pagamentos desses valores foram feitos entre janeiro de 2009 e abril de 2011. Na maior parte desse período em que ocorreram as fraudes, lembravam os petistas, a cúpula da Saúde estava sob o comando do PMDB.
O contra-ataque começou no início de 2011. Segundo o ex-assessor de Padilha, que tinha como função principal conversar com os parlamentares em nome do ministro da Saúde, o então deputado Cristiano, do PTdoB do Rio, de quem havia se tornado amigo íntimo, voluntariamente se dispôs a pagar uma dívida de campanha da época em que Oliveira disputara a prefeitura de Ibititá (BA).
Dinheiro passou por tês contas bancárias, para despistar
“Só descobri depois que não existe almoço grátis”, conta o ex-assessor, invocando uma aparente ingenuidade. No entanto, para despistar, a propina passeou por três contas bancárias indicadas pelo próprio Oliveira.
Os depósitos foram realizados em junho de 2011 nas contas de um agiota, um amigo e um sobrinho do ex-assessor. Os comprovantes mostram que figuram entre os pagadores dois empregados de uma empresa farmacêutica que recebeu 3,8 milhões de reais da União, desde 2009, graças a contratos fechados, entre outros, com hospitais federais exatamente do Rio de Janeiro.
Por que uma empresa com contratos com o governo pagaria uma conta de um alto servidor público a pedido de um partido?
Parece elementar.
PROPINA No ano passado, o então deputado Cristiano, do PTdoB-RJ (à esq.) providenciou 200  000 reais ao então assessor do ministro da Saúde. Para despistar, o dinheiro foi depositado  parceladamente em várias contas, uma delas a de Valsido Souza (à dir.), que mora em Vitória da Conquista (BA)
PROPINA -- No ano passado, o então deputado Cristiano, do PT do B-RJ (à esq.) providenciou 200 000 reais ao então assessor do ministro da Saúde. Para despistar, o dinheiro foi depositado parceladamente em várias contas, uma delas a de Valsido Souza (à dir.), que mora em Vitória da Conquista (BA)
“Os caras queriam manter o esquema de desvio do governo passado”
VEJA localizou um dos laranjas do ex-assessor do Ministério da Saúde em Vitória da Conquista, no interior da Bahia.
Valsido Viana de Souza recebeu 65 000 reais em sua conta. Primeiro, disse que o dinheiro era resultado de pagamentos por trabalhos de consultoria que fez a interessados em participar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Depois, confrontado, acabou confirmando que o dinheiro era mesmo para Edson Oliveira. “Eu recebi para pagar a dívida de campanha dele.”
O ardil de usar amigos e laranjas para ocultar a origem da remessa não combina, de novo, com a ingenuidade demonstrada por Edson Oliveira na sequência da história: “O dinheiro me aliviou, mas aí começou uma pressão para nomear pessoas”, conta o ex-assessor.
E ela partia, segundo ele, do “amigo” Cristiano e dos deputados Nelson Bornier (PMDB), Marcelo Matos (PDT) e Aureo (PRTB), que apresentaram uma lista de indicados para os hospitais federais do Rio. “Os caras queriam manter no governo Dilma o esquema de desvio de recursos que havia no governo passado”, acusa.
SURPRESA Alexandre Padilha diz que só foi informado do caso na semana passada e pediu à polícia que investigue seu antigo assessor
SURPRESA Alexandre Padilha diz que só foi informado do caso na semana passada e pediu à polícia que investigue seu antigo assessor (Foto: Marcelo Camargo / Folhapress)
O alvo principal da cobiça dos parlamentares fluminenses, segundo Edson Oliveira, eram as diretorias dos hospitais de Bonsucesso, da Lagoa e de Ipanema.
O ex-assessor revelou que, além dos cargos, os deputados Aureo e Marcelo Matos, durante uma reunião que tiveram em Brasília, deixaram claro que seus planos envolviam a formação de um caixa nos hospitais federais do Rio que renderia 4 milhões de reais por ano. O valor, que teria sido fixado pelo deputado Nelson Bornier, seria alcançado através do recolhimento de 350 000 reais em propinas por mês.
“Tem corrupção em todos os hospitais federais do Rio”
De acordo com o ex-assessor do ministro, Padilha jamais soube das tramoias e chantagens. Oliveira pediu para sair do ministério antes que isso acontecesse.
Na semana passada, o ministro pediu à Polícia Federal que apure as negociações envolvendo o amigo e antigo colaborador. Os deputados do Rio negam a acusação de que tenham cobrado uma mesada do ex-assessor. “A corrupção agora, sim, está geral”, contra-ataca o deputado Aureo.
“Tem corrupção em todos os hospitais federais do Rio”, reverbera Nelson Bornier. O atual diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Rio, João Marcelo Ramalho Alves, indicado para o cargo pelo PT da Bahia, é um nome-chave para explicar o que se passa nos hospitais.
O ministro Padilha tem em mãos a faca e o queijo para impedir o loteamento político na saúde.

“O DEPUTADO PEDIU 350 000 POR MÊS”, DIZ ASSESSOR
Depois de receber dinheiro de parlamentares, assessor do ministro da Saúde foi pressionado por eles para indicar diretores de hospitais

NA SURDINA Edson Pereira: o ex-assessor do Ministério da Saúde diz que seu chefe não sabia de nada
NA SURDINA Edson Pereira: o ex-assessor do Ministério da Saúde diz que seu chefe não sabia de nada
O advogado Edson Pereira de Oliveira é um parceiro de longa data do ministro Alexandre Padilha. Nos últimos vinte anos, eles militaram juntos no movimento estudantil, nas hostes petistas e nas administrações federais do PT.
Oliveira assessorou Padilha quando este foi ministro de Relações Institucionais, no governo Lula. Depois, acompanhou o amigo e chefe na mudança para a pasta da Saúde, já na gestão Dilma.
Nas duas funções, o ex-assessor trabalhava diretamente com os parlamentares. Ele sabe, portanto, como o sistema opera. Principalmente as máquinas do PT, ao qual foi filiado durante dezenove anos, e do PMDB, ao qual está vinculado atualmente.

Qual a origem dos depósitos feitos em contas bancárias de pessoas ligadas ao senhor?
Em 2008, fui candidato a prefeito e saí da campanha com dívidas. No início do ano passado, já como assessor no ministério, conheci o deputado Cristiano (PTdoB-RJ). Ele virou um amigo.
Num determinado momento, falando sobre minha campanha, disse que ainda tinha dívidas, estava sendo cobrado e não conseguia pagar. A dívida era de uns 200 000 reais. Ao ouvir o relato, o deputado Cristiano falou: “Isso eu resolvo para você, eu te ajudo”.
Respondi: “Se você resolver pra mim, fico lhe devendo a vida. Depois lhe pago e tal”. Hoje, tenho uma leitura perfeita de que caí numa armadilha. É aquela história: não existe almoço grátis.

Como foi feito o pagamento?
Mandei um cara ao Rio para receber, porque o deputado Cristiano me disse que arrumaria o dinheiro, mas que teria de ser em espécie. O Valsido Souza, que me ajudou na campanha, foi para lá, há mais ou menos um ano, ficou uns dez dias e nada de o dinheiro aparecer.
Depois, falei para o Cristiano deixar para lá o acerto. “Não, não, eu vou resolver para você”, insistiu o deputado. Num jantar em Brasília, eu passei para ele o nome e os dados bancários das pessoas que receberiam o dinheiro.

O deputado Cristiano nunca lhe falou de onde sairia o dinheiro?
Não. Ele é empresário. A princípio, eu achava que o dinheiro era dele. Se você me perguntar quanto foi depositado, eu não sei  exatamente. Só sei que foi na conta das três pessoas que eu indiquei.
O dinheiro me aliviou, e fiquei tranquilo. Mas aí começou uma pressão para nomear pessoas para os hospitais federais do Rio de Janeiro.

Pressão só do deputado Cristiano?
Não só, mas também dos deputados Cristiano, Marcelo Matos, Aureo e Nelson Bornier. Qual era a história? Os caras queriam manter no governo Dilma o mesmo esquema de desvio de recursos que havia antes.
Fiquei sendo chantageado por eles. O deputado Cristiano era quem geralmente trazia a demanda, apresentava as sugestões da bancada do Rio, as indicações.

Quais foram as indicações?
Eles pediram a permanência de Leila Regina de Carvalho como diretora administrativa do hospital de Bonsucesso e propuseram dois nomes para chefiar os hospitais de Ipanema e da Lagoa. Como o ministro já havia me dito para ter cuidado com a turma do Rio e deixado claro que não aceitaria mais nomeações políticas, não levei as sugestões adiante.

Depois de acertado o débito de campanha, você passou a ter uma dívida política?
Fiquei sendo chantageado pelos caras. Quando o deputado Cristiano perdeu o mandato, vinham conversar comigo os deputados Aureo e Marcelo Matos. Eles falavam: “Olha, o Nelson Bornier está pressionando, está fazendo requerimento, está convocando”.
Qual era o objetivo dos deputados com aquela história de convocar todos os diretores dos hospitais federais do Rio? Era pressionar o governo e conseguir a nomeação de diretores do interesse da bancada do Rio.

O ministro tomou conhecimento dessa chantagem?
Não contei para o ministro. É uma história desagradável. O fato é que os deputados criaram essa pressão, e o Nelson Bornier  desempenhava o papel do lobo mau: fazia pedidos de convocação na Câmara e ainda mandava essa tropa a campo. Era um problema de chantagem mesmo.

O deputado Nelson Bornier não falava diretamente com o senhor?
Ele mandava essa turma. Em dezembro do ano passado, os deputados Aureo e Marcelo Matos me chamaram para uma conversa fora dos gabinetes. Foi lá no restaurante Mangai.
Repetiram a pressão. Num determinado momento, o deputado Aureo disse o seguinte: “O Bornier quer isso aqui”. Em seguida, ele escreveu 350 num papel — o que queria dizer 350 000 reais por mês dos hospitais federais do Rio.
Eu falei: “Aureo, você está maluco, cara!”. Foi aí que eu pedi para eles abrirem o jogo para mim. Ele respondeu: “Tem aqueles depósitos na Bahia”.
Foi quando a minha ficha caiu. Eles venderam lá no Rio a ideia de que tinham o controle sobre as nomeações do ministério, mas não tinham, não nomearam ninguém. Como nenhuma nomeação aconteceu, vieram para cima de mim.

Quando o senhor pediu demissão, contou a história ao ministro Padilha?
Eu já estava de saco cheio de governo. A gente ganha pouco e trabalha muito. Sabia que esse negócio, mais cedo ou mais tarde, ia dar m… Não ia deixar um erro meu prejudicar o governo, o ministro e tudo o mais.
O Padilha não sabe disso. Esse vai ser o momento mais difícil. Contar para um cara que conheço há vinte anos, de quem tinha absoluta confiança, que entrei numa armadilha. Será mais difícil do que falar para a minha esposa.
(Reportagem de Daniel Pereira e Hugo Marques
publicada na edição de VEJA que está nas bancas)