quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Duque de Caxias ganha mais 252 novos guardas ambientais mirins

Samuel Maia, Cinthia da Braskem e Maria Clara em Evento do Guarda Ambiental Mirim


Duzentos e cinquenta e dois estudantes de 7 a 14 anos das redes pública e privada, recebem quinta-feira, 29 de novembro, seus certificados de conclusão do curso de guarda ambiental mirim, promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias. A solenidade acontece às 10h, no Centro Esportivo Samuel Corrêa, na Avenida 31 de Março, no bairro Parque Paulista. Os certificados serão entregues pelo secretário Samuel Maia; pelo diretor do Parque Municipal Natural da Taquara, Marlos Campos; e representantes da Secretaria Municipal de Educação e de empresas parceiras, como a Brasken.
O curso é realizado duas vezes por ano no Parque Natural Municipal da Taquara, no terceiro distrito. Durante três meses eles aprendem, com aulas teóricas e práticas, educação ambiental, monitoramento de trilhas, primeiros-socorros, ciclo da água, produção de mudas da Mata Atlântica e escotismo, além de geografia e história da região do onde estão localizados o Parque Natural Municipal da Taquara e a Reserva Biológica Municipal do Parque Eqüitativa. Os alunos participam também de passeios educativos.
“Durante quatro anos capacitamos cerca de quatro mil jovens que, hoje, como multiplicadores, colaboram em suas comunidades pela preservação do meio ambiente. O projeto Guarda Ambiental Mirim é um sucesso e foi implantado em outras cidades. A seriedade do projeto atraiu parceiros como a Setransduc, que doou um ônibus usado para educação ambiental, para levar as crianças do projeto em passeios educativos e em diversas atividades”, comemora Samuel Maia.
Da oitava turma participaram alunos das escolas municipais Henfil, Gama Borges, Almirante Tamandaré, Montese, Brasília, Ely Combat, Manoel Reis, Maria Anger, Marilândia, Albert Sabin, Mário Covas e Pedro Rodrigues.

domingo, 25 de novembro de 2012

Conferência de Meio Ambiente de Duque de Caxias:Sucesso Total!

Samuel Maia Fala no Evento
Foto George Fant
“Gestão de resíduos sólidos e líquidos”, “Educação Ambiental e Agenda”, “Áreas protegidas municipais, estaduais e federais”, “Controle das atividades poluentes e riscos industriais”, “Recursos hídricos e saneamento”, “Saúde e qualidade do ar” são os assuntos que foram discutidos na VI Conferência Municipal de Meio Ambiente, que terminou sábado (24/11) na FEUDUC – Fundação Educacional Duque de Caxias. Com o tema “Avanços, Dificuldades e Desafios na Implementação da Política do Meio Ambiente”, a conferência foi aberta na noite de quinta-feira (22) pelo secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia e com Conferências e Debates em Grupo no dia 23 com Plenárias e Eleição do COMDEMA no dia 24 de novembro de 2012.
No primeiro dia foi apresentado o programa da Conferência e aprovado o regulamento após alguns destaques apresentados por representantes sindicais, ONGs, do Fórum de Economia Solidária e da Federação das Associações de Moradores de Duque de Caxias - (MUB). O secretário Samuel Maia destacou a importância da conferência, a segunda realizada na atual gestão após dez anos. Falou também da eleição do Conselho de Meio Ambiente – CODEMA e da escolha dos delegados para a conferência estadual.
“Em 2012, encerramos o ano com as lonas ecoculturais, o Centro de Referência em Educação e Informação (CREIA), a Fábrica de Floresta, o projeto Ciclo Verde, entre outras realizações e várias parcerias com a educação ambiental. O coroamento deste trabalho é a realização da VI Conferência Municipal de Meio Ambiente”, destaca Samuel Maia em sua prestação de contas como secretário de Meio Ambiente. A primeira lona ecocultural foi inaugurada na Praça da Apoteose, na Vila São Luís e a segunda foi instalada junto ao Museu Vivo São Bento e será aberta com exposição.

A Conferência transcorreu com ampla transparência e participação popular, culminando com a Eleição dos Conselheiros da Sociedade Civil. Em quatro anos da atual administração, o evento encerra uma gestão pública ambiental de qualidade, transparência e eficiência e eleva o Professor, Ambientalista e atual Secretário Samuel Maia, como uma das vozes mais respeitadas na gestão ambiental brasileira.

domingo, 18 de novembro de 2012

Duque de Caxias capacita agricultores

Paulo Gomes
Trinta agricultores de Duque de Caxias estão sendo capacitados para trabalhar na Feira Agrícola que vai funcionar no primeiro semestre no bairro Saracura, no segundo distrito. O curso, iniciado terça-feira,13 de novembro, será ministrado às terças e quintas-feiras pela manhã, até fevereiro na sede no Centro Comunitário de Piranema, no quarto Distrito da cidade.
A feira faz parte do programa do Ministério do Desenvolvimento Social em parceria com o município e o Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro – EMATER/RJ, do Departamento de Segurança Alimentar (DESANS) e o Fórum de Economia Solidária.
Durante o curso, os plantadores da zona rural do município aprenderão técnicas de comercialização, qualidade de atendimento, cooperativismo, acondicionamento de produtos, certificação, além de tirarem dúvidas sobre técnicas de manejo.
Com a qualificação os produtores terão condições de oferecer seus produtos, cultivados sem o uso de agrotóxicos, frescos e em alguns casos limpos, como aipim, que pode ser vendido sem casca, embalados com total higiene. Os vendedores trabalharão roupa padronizada, facilitando sua identificação como agricultor.
Para o secretário Samuel Maia, “O trabalho realizado com os agricultores de Duque de Caxias serve de modelo para que o Estado invista mais nesse setor, pois o retorno é garantido. Além disso, serve para fixar o homem no campo, gerando renda e qualidades de vida”.

 





sábado, 10 de novembro de 2012

Caxias vacina 100% de seu rebanho contra a febre aftosa

 

Samuel Maia dando o início a vacinação
Pelo quarto ano consecutivo, o município de Duque de Caxias irá vacinar todo seu rebanho na campanha contra a febre aftosa. A vacinação de cerca de 12 mil cabeças de gado começou nesta segunda-feira, 5 de novembro, na zona rural e vai até o final do mês. A segunda fase da campanha foi aberta pelo secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento Samuel Maia. A exemplo da primeira fase estão sendo mobilizados veterinários e técnicos do órgão.
Para o secretário Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Samuel Maia, a ação mostra o esforço do governo municipal em cuidar da pecuária e preservar a área rural.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que ataca todos os animais de casco fendido – como bovinos, suínos, caprinos e ovinos – e deve ser aplicada de seis em seis meses. “É muito importante vacinar os animais para evitar perdas econômicas”, alertou Samuel Maia.
Segundo ele, Duque de Caxias é o único que vacina 100% de seu rebanho no Estado do Rio. ”O pecuarista não paga nada para imunizar seu rebanho. Foram quatro anos ininterruptos de atendimento gratuito aos criadores da zona rural”, comemora Samuel Maia.
A secretaria Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, com sede em Jardim Primavera, mantém à disposição dos pecuaristas e agricultores um núcleo de atendimento no distrito de Xerém. Os interessados podem se dirigir à Praça Engenheiro Leão de Moura, 4, próximo a Biblioteca Municipal de Xerém, ou pedir informações ou tirar dúvidas através do telefone: 2679-4292, de segunda a sexta-feira, no período das 9h às 17h

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Moradores do 2º distrito ganham geladeiras em concurso



 Paulo Gomes                                    
 09/09/2012
Samuel Maia (centro) e Marlons Campos com moradores selecionadas


Quarenta moradores do segundo distrito de Duque de Caxias receberam na manhã desta sexta-feira, 9 de novembro, geladeiras da empresa Ampla Energia S.A., após participarem de concurso cultural sobre economia de energia. O projeto sócio-educativo: “Consciência Ampla sobre Rodas, visando ao consumo correto de energia elétrica e conservação do meio ambiente, foi aberto na segunda-feira (05/11), na Praça da Vila Rosário. O evento contou com apoio das secretarias de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento e de Integração, Segurança Pública e Defesa Civil, responsáveis pela infraestrutura.
Durante a semana, alunos das redes públicas e privada participaram de atividades culturais/ambientais, assistindo palestras na carreta do projeto e plantando árvores da Mata Atlântica em locais indicados na região pela Secretaria de Meio Ambiente.

Samuel Maia assiste vídeo educativo com alunos da rede municipal

A empresa também distribuiu lâmpadas econômicas para moradores, kits escolares para crianças que apresentaram uma conta de luz, mesmo sem quitação. O tema do concurso de frases foi “O que você faz para utilizar a energia de forma consciente?” e recebeu cerca de mil inscrições de moradores residentes nas regiões atendidas pela Ampla.
Desde cedo moradores selecionados chegavam à praça do bairro transportando suas geladeiras velhas, exigência dos organizadores. Com vários tipos de transportes, como carroças, e até carinhos de mão, moradores comemoraram a conquista do novo eletrodoméstico.

Maria Aparecida leva para casa a nova geladeira

Entre as vencedoras do concurso Maria Aparecida Silva, de 55 anos, moradora da Rua Jaime Fichiman, em Saracurura, era só alegria. Ela fez questão de receber o prêmio em companhia do neto Jamison, de 7 anos. “Minha geladeira não funcionava bem há muito tempo. Fiquei viúva e hoje conto com a ajuda de parentes para sobreviver”, disse a moradora que levou seu prêmio para casa na carroça do Jorge, que cobrou R$ 20 pelas duas viagens.
Já Simone Vicente pereira, de 42 anos, moradora do bairro Bom Retiro, levou sua nova geladeira em uma Kombi. A geladeira velha da moradora ao ser retirada por funcionários da empresa soltou a porta. “É gratificante ver a alegria nos olhos dessas pessoas”, disse um dos carregadores.
O secretário de Meio ambiente, Samuel Maia disse que o exemplo da Ampla deveria ser seguido por outras empresas, não só de energia elétrica como de transportes, saúde e telefonia. “Tudo tem a ver com a preservação de meio ambiente. O sucesso do projeto mostra a preocupação da população da região na redução do consumo de energia elétrica”, destacou Maia, acrescentando que para muitos foi o presente de Natal antecipado.

Fotos: Everton Barsan

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Irregularidades ambientais em cemitérios colocam saúde em risco


Vitor Abdala - Agência Brasil02.11.2012 - 09h57 | Atualizado em 02.11.2012 - 10h32
(Daniil Vasiliev/Creative Commons)

Rio de Janeiro – Resíduos de cadáveres jogados diretamente em lençóis freáticos, despejo de ossadas a céu aberto, covas rasas localizadas em um morro vizinho a residências e até um incinerador de ossos funcionando sem licença ambiental. Esses são alguns problemas encontrados pelas recentes vistorias realizadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em cemitérios da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo o coordenador de Combate a Crimes Ambientais do Rio de Janeiro, José Maurício Padrone, a situação dos cemitérios da região é “terrível” e coloca em risco o meio ambiente e a saúde da população.
“Os cemitérios nunca haviam sido fiscalizados. Então, a gente começou a fiscalizar e verificou muitos erros nesses cemitérios. O descarte inadequado [dos corpos e resíduos] pode colocar em risco a saúde da população, porque o necrochorume [líquido que sai do corpo] pode contaminar o solo”, disse.
As autoridades ambientais começaram a fiscalizar os cemitérios fluminenses em julho deste ano, com vistorias em três unidades de Duque de Caxias: Nossa Senhora de Belém, Tanque do Anil e Xerém. No primeiro cemitério, por exemplo, uma área foi interditada porque estava sujeita a inundações. Na sala usada para a limpeza e preparação de corpos para o funeral, o material era descartado diretamente no ralo e, consequentemente, no sistema de águas pluviais.
Em Xerém, localizado em um morro, segundo Padrone, foi constatado que crânios enterrados em covas rasas acabavam sendo desenterrados e rolavam para as casas localizadas na parte de baixo.
Ouvido pela Agência Brasil, o secretário municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia, disse que, se o Inea fizer vistorias em todo o estado, vai encontrar irregularidades nos cemitérios dos 92 municípios fluminenses.
“A grande maioria dos cemitérios tem mais de 50 anos. Na visão cristã, você coloca o corpo embaixo da terra e ele se decompõe. Há uma quantidade enorme de líquido que sai dali, o necrochorume. E aquilo vai para o lençol freático. E geralmente os cemitérios eram feitos em locais inapropriados, próximos a locais de residências”, disse.
Quanto ao descarte inadequado de corpos, Maia diz que, muitas vezes, isso é provocado por ladrões de túmulos, que arrombam o local para roubar pertences e depois descartam os cadáveres de qualquer jeito. Além disso, segundo ele, algumas empresas particulares que administram cemitérios exumam corpos e os descartam de qualquer jeito para abrir espaço para novas vagas.
Maia conta que, no ano passado, agentes da prefeitura de Duque de Caxias interceptaram um caminhão com ossos humanos, oriundos de um cemitério do Rio de Janeiro, para serem jogados em um terreno baldio da zona industrial do município.
Em setembro, as autoridades ambientais do estado fizeram nova fiscalização, desta vez no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, um dos principais da cidade do Rio de Janeiro, e no crematório que funciona no local.
Inúmeras irregularidades foram encontradas, como despejo de ossada de forma ilegal, armazenamento irregular no ossuário com indícios de produção de necrochorume despejado nas águas pluviais e indícios de exumação de corpos com menos de três anos para queima. O incinerador foi lacrado porque não tinha licença ambiental para funcionar. Dois administradores do cemitério foram presos.
Segundo Padrone, as fiscalizações em cemitérios do Rio de Janeiro vão continuar porque há uma preocupação com a situação em que estão essas instalações. A Santa Casa de Misericórdia, responsável pela administração do cemitério, informou já entregou à Secretaria do Meio Ambiente toda a documentação necessária para a retomada das atividades do incinerador, onde são cremados os ossos de corpos enterrados há mais de três anos que não são exumados a pedido da família dentro do prazo de três anos e um mês.
Edição: Juliana Andrade

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Cerca de 75% dos cemitérios públicos do país têm problemas ambientais e sanitários




Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pouco mais de sete em cada dez cemitérios públicos brasileiros têm problemas de ordem ambiental e sanitária, de acordo com estudo do geólogo e mestre em engenharia sanitária Lezíro Marques Silva. O levantamento, concluído em 2011, reuniu dados de mais de mil cemitérios do país, entre públicos e privados. O pesquisador, que é professor da Universidade São Judas, explica que os problemas começam na superfície com a proliferação de animais vetores de doenças e continuam no subsolo com a contaminação do lençol freático.
“Se o necrochorume escapa do túmulo, ele pode entrar em contato com o lençol freático, criando uma mancha de poluição que atinge quilômetros de distância a ponto de contaminar poços e rios”, explica o geólogo. O necrochorume é um líquido formado durante a decomposição de cadáveres enterrados, similar ao gerado pelos resíduos sólidos em aterros sanitários. “Ele é rico em substâncias tóxicas como putrecina, cadaverina e alguns metais pesados”, explica.
Lezíro Marques informou ainda que a contaminação do lençol freático ocorre em quase a totalidade dos cemitérios públicos com problemas ambientais e sanitários. Ele destaca que a saturação desses equipamentos públicos agravam ainda mais os prejuízos provocados por essas condições. “Com o esgotamento da capacidade de sepultamento, o que sobra são terrenos do ponto de vista geológico inadequados, como lençol freático raso, área de várzea e morro”, critica.
O professor Walter Malagutti, do Departamento de Geologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que também desenvolve pesquisa na área, explica que não havia a preocupação de observar os critérios geológicos para construção de cemitérios. “Pode ocorrer de alguns terem sido implantados em locais inadequados. Muitos estão em áreas nobres, como as regiões centrais.”
Ele avalia que o ideal seria considerar os mesmos critérios dos aterros sanitários, como lençol freático mais profundo possível, rocha impermeável e distância dos centros urbanos, para construção de cemitérios.
Walter Malagutti explica ainda que os cemitérios são fonte renovável de contaminação, pois, diferentemente dos aterros, eles não costumam ser desativados. “Pela legislação brasileira, depois de 5 anos a 7 anos, quando ficam só ossos, eles são removidos e colocados outro corpo no local”, relata. Segundo o professor da Unesp, um diagnóstico ambiental dos locais de enterro já existentes e a observação de critérios geológicos para a implantação de novos cemitérios são algumas medidas para amenizar a situação.
Já a pesquisa desenvolvida por Lezíro Marques resultou no desenvolvimento de substâncias capazes de neutralizar o necrochorume, reduzindo o nível de contaminação. “A grande meta é não permitir que o líquido extravase”, destacou. Para tanto, foi criada uma espécie de colchão a ser colocado na sepultura, o qual possui um líquido que elimina os efeitos dos poluentes. Uma ação semelhante é conseguida por uma substância que lava o subsolo retirando o necrochorume. “Tem solução, mas pouco é feito”, avalia.
O geólogo destaca ainda a necessidade de uma legislação mais específica, que oriente a construção de lajes de contenção e obrigue uso de substâncias neutralizadoras do necrochorume.
Os pesquisadores concordam que a cremação seria a solução mais adequada para a preservação do meio físico. Eles avaliam, no entanto, que a questão cultural é o principal empecilho para o uso da técnica. “A cremação é muito incipiente no Brasil. E isso não tem a ver diretamente com o custo. Enquanto se paga entre R$ 350 e R$ 400 para cremar um corpo, o enterro mais simples custo no mínimo R$ 2 mil. É uma questão cultural”, avalia Lezíro.
Edição: Talita Cavalcante

Lideranças indígenas querem urgência na demarcação de terras de guaranis kaiowás


Karine Melo
Repórter Agência Brasil
Brasília - Lideranças indígenas pediram hoje (1º) urgência na demarcação de terras da etnia Guarani Kaiowá. Elas participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado. “Já ouvimos muito discurso bonito, recebemos cesta básica, mas isso não resolve. Queremos a demarcação do nosso território”, afirmou o líder kaiowá Elizeu Lopes.
Segundo ele, até agora, os povos indígenas só estão vendo os índios serem retirados das áreas que ocupam e não há sinais de quando vai começar a demarcação das terras. “Não aguentamos mais viver em baixo de uma lona preta, as crianças tomando água suja, sem ter condição de vida digna com nossas famílias. Os guaranis kaiowás vêm morrendo de atropelamento na beira da estrada, ataque de pistoleiro, muitos matando nossas lideranças. Não aguentamos mais isso”, disse Elizeu. Outro ponto destacado pelos representantes guranis kaiowás foi a necessidade de apuração das mortes de líderes indígenas.
A presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Maria Azevedo, também participou da audiência pública e destacou que a situação dos guaranis kaiowás é única e a mais preocupante em todo o Brasil. “A gente tem certeza que é preciso um pacto social e que a Funai, sozinha, não dá conta. O processo administrativo de demarcação é longo, é demorado, envolve diferentes atores. Então, por isso, a gente precisa sim de vigilância constante porque a situação é grave.”
O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cléber Buzatto, cobrou uma melhoria na estrutura dos estados para tratar das questões indígenas. “Não pode ocorrer mais de a Funai gastar com a rubrica de demarcação de terra só R$ 29 milhões, como aconteceu em 2010 e 2011. Isso infelizmente não vai resolver a situação. Para ele, a Funai precisa fazer concursos específicos para viabilizar e acelerar os processos de demarcação de terras indígenas que “ estão muito aquém do que é necessário”.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a situação dos guaranis kaiowás  precisa ser acompanhada de perto pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. “É uma situação que mobilizou a opinião pública, lamentavelmente, só agora. Mas é um drama que os povos guaranis sofrem há muito tempo. É necessário um diálogo permanente com as instituições, com a Funai, com o Ministério da Justiça, com o governo do estado de Mato Grosso do Sul”, ressaltou.
Edição: Talita Cavalcante

CNBB discute reforma política, violência, Código Penal e questão indígena


01/11/2012 - 21h29

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A situação dos índios, a reformulação do Código Penal, a necessidade de uma reforma política e a violência no país foram destaques na reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Acompanhado do  secretário-geral, dom Leonardo Ulrich Steiner, o presidente da CNBB, cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, concedeu entrevista coletiva em que apresentou um balanço dos trabalhos realizados nos três dias do encontro, encerrado dia 01 de novembro de 2012 em Brasília (DF).
Dom Raymundo disse que vê com preocupação o que tem acontecido com diversas etnias indígenas no pais. “Nós temos acompanhado a questão  e acreditamos que é uma injustiça o que estão fazendo com os guaranis kaiowás”. O secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, Lernardo Steiner, acrescentou que o governo não tem feito o suficiente para resolver os conflitos envolvendo a demarcação de terras indígenas. “É decisivo que ele [o governo] se engaje. Não é suficiente o que vem fazendo, em especial com o povo Guarani Kaiowá. Se os indíos não têm garantia à sua terra, não têm garantida sua sobrevivência”.
Outro ponto destacado pelo bispo foi a reforma do Código Penal Brasileiro. Dom Leonardo Steiner acredita que a reforma está caminhando na direção errada e pode resultar em um aumento exagerado da população carcerária. “Hoje nós temos uma população [em presídios] de cerca de 500 mil pessoas, e as vagas não chegam a 300 mil. Se a proposta for aprovada, nós rapidamente chegaremos a uma população de 700 mil”. Ele disse que a CNBB está analisando a proposta que foi colocada para apreciação da Câmara e do Senado.
Ao analisar as eleições municipais, Steiner defendeu a necessidade de uma reforma política mais profunda que aborde temas como financiamento público de campanha e fidelidade partidária, mas, devido à realidade política do Congresso Nacional, não acredita que ela venha a ser feita. O secretário-geral da CNBB defende a participação da população no processo. “Sem a exigência da sociedade, a reforma não sai. Talvez seja necessária até uma convocação própria para podermos realmente fazer uma reforma”, disse.
Dom Raymundo Damasceno elogiou a Lei da Ficha Limpa e ressaltou a necessidade da Justiça Eleitoral julgar os candidatos eleitos e barrados pela lei. “Só na minha diocese existem três casos de municípios aguardando a decisão”. Ele também convocou a população a acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos. “Precisamos acompanhar os eleitos. O exercício da cidadania não se esgota na urna”, disse.
O presidente da CNBB também se mostrou bastante preocupado com a violência no país. Ele citou a escalada de violência em São Paulo e defendeu a necessidade de medidas mais contundentes por parte do governo, mas ressaltou que se trata de um fenômeno nacional. “A violência é um problema nacional. Está no campo, na cidade, contra os índios. Se somarmos todas as vítimas, veremos que temos mais vítimas que países que atualmente estão em conflito armado”, disse.
A reunião do Conselho Permanente da CNBB também definiu a pauta da 51ª assembleia geral, que será realizada de 10 a 19 de abril de 2013, em Aparecida (SP). Com o tema Comunidades de Comunidade: Uma Nova Paróquia, o evento fará uma reflexão sobre o papel das paróquias.
Edição: Fábio Massalli