terça-feira, 11 de agosto de 2009

Saiu no jornal

Investimento no campo
Universidade Rural, Emater e oito cidades tentam criar polo produtor de alimentos através do programa Movimento Agricultura na Baixada. Há expectativa de geração de emprego e renda



José Maria é um dos piscicultores de Duque de Caxias que apostam no crescimento da produção e já está fornecendo para grandes redes de supermercados

Oito municípios da Baixada Fluminense, em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) acabaram de lançar o "Movimento Agricultura na Baixada". O objetivo é implantar política regional de agricultura para transformar a região em polo produtor de alimentos, gerando emprego e renda.
Participam os municípios de Nova Iguaçu, Queimados, Japeri, Seropédica, Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita e Paracambi. Os números exatos ainda estão sendo levantados. Mas segundo as prefeituras, cerca de 2.500 famílias sobrevivem de atividades rurais com renda média de até dois salários mínimos.
Esses números, segundo o secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Nova Iguaçu, Fernando Cid, podem se multiplicar através da união e linhas de financiamento para o setor. "Antes, precisamos definir projeto, metas, prioridades e caminhos. A agricultura permitirá a criação de empregos e geração de riqueza", diz Cid.
As culturas são bem diversificadas na região, com plantações de legumes, frutas e hortaliças. O cultivo de aipim é o que mais sobressai, principalmente nas regiões de Japeri e Nova Iguaçu, onde até foi criada uma festa, em Tinguá, para comemorar a safra, em julho.
Em Duque de Caxias, piscicultores, como José Maria Duarte, 72 anos, que já produzem toneladas de tambacu, tilápia, pirarucu, pacu e pintado, apostaram no crescimento do setor.

Boas áreas, mão-de-obra e mercado consumidor
Aipim e frutas são os principais produtos cultivados na região, que tem condições favoráveis à agricultura. Técnicos querem incentivar, agora, produção de derivados


O agricultor Silvio Florentino de Castro, de Xerém, satisfeito com sua produção de aipim

A Baixada Fluminense tem condições favoráveis para o incremento da agricultura. A afirmativa foi um dos fatores motivadores do encontro entre representantes dos municípios, que aconteceu no final de julho. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Nova Iguaçu, Fernando Cid, existem áreas propícias à atividade agrícola na maioria dos municípios, mão-de-obra disponível e bom mercado consumidor.

"A Universidade Rural, aliada a outros centros de apoio e pesquisa, como a Emater e a Embrapa, darão o suporte técnico necessário. Queremos valorizar a contribuição que eles podem dar na contenção do crescimento urbano e no amortecimento de impactos nas áreas de proteção ambiental", explica Fernando Cid, lembrando que em algumas áreas há o abandono dos produtores e a carência de investimentos no setor agrícola.

Empregos
Em Nova Iguaçu, as culturas são o aipim, a banana e o quiabo. A produção é dividida entre a Ceasa e a comercialização de porta em porta ou ainda em feiras das cidades. Dados fornecidos pela Emater, tendo como base números de 2008, revelam que o valor da produção foi de R$ 7,3 milhões, distribuídos pelos setores de legumes e verduras (58%), fruticultura (18%) e pecuária (23%). O setor gera quatro mil empregos diretos no município, entre a população que mora na área rural, de 25 mil habitantes.

Duque de Caxias tem 150 quilômetros quadrados de área com potencial para a agricultura. Engloba o terceiro e o quarto distritos, no limite entre Imbariê e Magé, até o limite de Xerém com Nova Iguaçu, na Estrada do Tabuleiro. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Samuel Maia, existem produtores de aipim, banana, coco, goiaba e manga. O gado leiteiro da região produz cerca de 300 litros por dia. A ideia é capacitar o agricultor para agregar valor ao produto, como fabricação de queijo e manteiga. É o que faz dona Lauredina de Jesus, 74 anos, moradora de Xerém e que faz cerca de oito queijos por dia.



Lauredina de Jesus, produtora de Xerém, fabrica cerca de oito queijos diariamente

Em Caxias, há 300 famílias de agricultores com renda per capita de aproximadamente dois salários mínimos. A piscicultura é o maior segmento, com produção de tilápia para grandes supermercados, como faz o produtor José Maria Duarte. "Pretendemos obter crédito para construir usina de beneficiamento de peixe, em Xerém, fazer filé e processar. Os recursos podem ser obtidos com o Incra e o Ministério da Agricultura. A fábrica custa cerca de R$ 1 milhão", explica Samuel Maia.

Produtos orgânicos: mais qualidade na merenda


Crianças aprendem a plantar no programa Semeando o Futuro

O Projeto Agricultor Mirim - Semeando o Futuro, em Duque de Caxias, esté criando hortas orgânicas em escolas municipais para levar mais qualidade à alimentação dos alunos. Inicialmente, o trabalho está sendo desenvolvido na Escola Municipal Alberto Ribeiro Vasconcellos, no bairro São Bento, atendendo a 230 alunos da unidade.

A escola conta com um centro de produção de mudas, que são selecionadas e levadas aos canteiros para serem desenvolvidas. Além das hortaliças, como couve, rúcula e alface, também são produzidas ervas medicinais, que podem ser transformadas em pomadas, chás e xaropes utilizados na medicina caseira.

O projeto também revela preocupação com o meio ambiente, com o aproveitamento de garrafas pet, usadas como barreira de contenção dos canteiros.

"Além de mostrarmos o valor da agricultura orgânica em nossa merenda, queremos resgatar o potencial de produção agrícola da cidade, que foi esquecido com o passar do tempo", afirma o diretor da escola, Ricardo Vicente Palazzo.

Fonte: O Dia Baixada, 09/08/2009

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