terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Saiu no jornal

Confira matéria publicada no caderno "Baixada" do jornal "O Dia" de 27 de dezembro.


Pequena ação, grande resultado
Medidas adotadas espontaneamente por grupos de moradores destacam a região no cenário ecológico

Na reserva El Nagual, Erhard Kalloch e a mulher, Mariana Devoto, convivem em harmonia com a natureza, cultivam produtos orgânicos e desenvolvem projetos ecológicos
(Foto: Paulo Alvadia/O Dia)

Em sintonia com a conferência sobre o clima, que reuniu líderes mundiais em Copenhague (Dinamarca), atitudes ecologicamente corretas estão em alta na Baixada Fluminense. Com grande parte cercada ou dentro de Áreas de Proteção Ambiental (APA), a região abriga reservas biológicas e possui vários parques municipais, como o da Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu e Mesquita, e da Taquara, em Duque de Caxias. Destaque também para iniciativas de pequenos grupos que não fogem das responsabilidades para defender o meio ambiente no planeta.
Da criação de novos parques municipais, passando por coletas de lixo reciclável e destinação adequada para óleo de cozinha e pilhas velhas, são vários programas que demonstram iniciativas sustentáveis na região. Uma delas é a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Encravadas no pé da Serra dos Órgãos, em Magé, e no entorno da Reserva Biológica do Tinguá, as pousadas El Nagual e Refúgio Ecotinguá, respectivamente, preservam juntas mais de 42 hectares de Mata Atlântica.
“De nada adianta discutir em Copenhague se não tomarem atitudes imediatas. Cada um de nós deve fazer sua parte”, afirma o alemão Erhard Kalloch, conhecido como Eraldo, que dirige a El Nagual junto à esposa, argentina.

Ambientes mantêm a harmonia da natureza
Ecologistas defendem a preservação do verde nas construções. Proprietários transformam grandes áreas em reservas para proteção da fauna e da flora da Baixada

Pousada em Tinguá construiu piscina, mas evitou causar danos à natureza do local
(Foto: Divulgação)
A harmonia entre lazer, atividade sustentável e preservação da natureza é a marca das propriedades que se transformaram em Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN). O cenário da mata preservada faz parte dos atrativos artificiais como quartos, varandas e piscinas. O ambientalista Hélio Vanderlei, da ONG Onda Verde, explica que o proprietário não tem obrigação de fazer investimento, mas apenas preservar o que já existe.
“É um compromisso com a natureza e com o meio ambiente. Essa área fica congelada para sempre e ninguém pode mudar mais. Nem filhos, nem netos. É uma das maiores contribuições para quem quer um futuro melhor para o planeta”, afirma Hélio, acrescentando que, recentemente, uma propriedade de 3,5 hectares se tornou RPPN em Paracambi.
O casal Erhard Kalloch e Mariana Devoto, da pousada El Nagual, em Magé, além de preservar, investiu no reflorestamento da área, inclusive criando um pomar ao longo da estrada de acesso à pousada. A propriedade também possui um biodigestor, que transforma o esgoto em adubo, para horta orgânica, e combustível para oficina, onde desenvolve trabalhos ecológicos com a comunidade de Santo Aleixo.
O ex-jesuíta e economista belga Cristiano Camerman, da ONG Campo, que administra a Pousada Refúgio Eco Tinguá, diz que a opção de tornar uma propriedade particular em RPPN é radical e somente quem quer mesmo proteger a natureza opta por abrir mão dos direitos. Segundo ele, dos 25 hectares da propriedade, 75% são de mata, com fauna e flora protegidas:
“É bom manter esse pedaço de terra da maneira que está. Nos últimos seis anos percebi que o número de pássaros na região aumentou na região. A gente consegue ver tucanos, bem-te-vis, canários e coleiros. Há também sagüi, tatu, macaco e cobras”, diz.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia, o cantor e compositor Zeca Pagodinho se interessou pelo tema durante um evento em Xerém, onde já morou e mantém um sítio. “Conversávamos sobre preservação da natureza com o Zeca, que sempre se mostrou interessado em proteger a área onde tem o sítio. Nos colocamos à disposição para ajudá-lo a criar uma RPPN“, afirma o secretário.
Zeca Pagodinho confirmou sua preocupação em preservar a natureza; no entanto, o cantor preferiu não tomar posição sobre a criação ou não da RPPN, até se aprofundar mais de detalhes sobre o assunto.
Região ganha duas novas áreas de proteção ambiental
Duas áreas de proteção ambiental foram criadas este ano na Baixada. A mais recente foi em Duque de Caxias, que oficializou a Reserva Biológica do Parque Eqüitativa. A área protegida possui 1,5 milhão de metros quadrados, que corresponde a 150 mil hectares de espécie nativas de Mata Atlântica. Será a primeira reserva biológica municipal da região.
Em Paracambi, será implantado o Parque Municipal do Curió, que leva o nome do passarinho, referência na cidade. Ocupará área de 913 hectares. O custo do parque será pago por uma empresa que deve compensação ambiental ao estado, que repassará o valor à Prefeitura.
Texto: Helvio Lessa/O Dia

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Boas Festas!

Desejamos um ótimo Natal,
cheio de alegrias e harmonia.
Que o próximo ano seja uma porta aberta para novos sonhos,
renovações de fé e muita paz para nosso mundo.
Agradecemos a todos os colaboradores que trabalharam conosco durante o ano e desejamos que continuemos com essa parceria em 2010. São os votos do Caxias Mais Verde

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Meio Ambiente vai contratar engenheiros e técnicos

Para atender a demanda no município, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias vai precisar de 74 profissionais de nível superior e técnico em 2010. A realização de concurso para contratação de pessoal já foi solicitada à Procuradoria-Geral do Município para apreciação. Os salários iniciais variam de R$ 972,44 para nível técnico e R$ 3.720 para os cargos de nível superior, todos com carga horária de 40 horas semanais.
A contratação pessoal especializado visa atender às necessidades do convênio firmado com a Secretaria Estadual de Ambiente para fiscalização e licenciamento. O edital do concurso, segundo o secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia, deve sair ainda no primeiro semestre de 2010.
Serão oferecidas as seguintes vagas:
NÍVEL SUPERIOR
  • fiscal ambiental: 6 vagas
  • biólogo: 2 vagas
  • engenheiro florestal: 2 vagas
  • engenheiro sanitarista: 2 vagas
  • engenheiro químico: 2 vagas
  • geólogo: 1 vaga
  • pedagogo: 1 vaga
  • engenheiro civil: 2 vagas
NÍVEL MÉDIO
  • apicultor: 2 vagas
  • técnico ambiental: 4 vagas
Está prevista, ainda, a contratação de 10 técnicos (assessores) administrativos, 10 guardas ambientais e 30 técnicos agrícolas.

Texto: Paulo Gomes/Assessoria de Comunicação PMDC

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cúpula de Copenhague acaba com texto mínimo, e ainda assim sem unanimidade

Presidência da COP15 anunciou apenas ter 'tomado nota' de documento. Arranjo foi duramente criticado por países como Venezuela, Cuba e Sudão


A cúpula da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP15), realizada em Copenhague, chegou a um "acordo de mínimos" hoje, ainda assim após superar a oposição de vários países e após um intenso debate que se prolongou durante toda a noite.
A Presidência da conferência anunciou que havia "tomado nota do acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009", que incluirá uma lista dos países contrários ao texto.
O acordo de Copenhague contra o aquecimento climático, validado neste sábado, é uma etapa essencial para um futuro pacto, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A ONU recorreu a essa fórmula para tornar operacional o acordo, que foi duramente criticado como ilegítimo por países como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Sudão.
"Talvez não seja tudo o que esperávamos, mas essa decisão da conferência das partes é uma etapa essencial", declarou Ban à imprensa.
Para que pudesse se transformar em um acordo das Nações Unidas, o texto deveria ser adotado por unanimidade pelos 193 países presentes na conferência.

Yvo de Boer, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) durante coletiva de imprensa neste sábado (Foto: Olivier Morin/AFP)
O texto estava sendo negociado desde quinta-feira e foi fechado na sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele praticamente invadiu uma reunião com dirigentes de China, Índia, África do Sul e Brasil.
Trata-se de um acordo de mínimos, após o fracasso de 12 dias de negociações em Copenhague para conseguir um texto ambicioso que suceda o Protocolo de Kyoto, o único tratado que obriga 37 nações industrializadas a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (c02) e outros cinco gases do efeito estufa.
O acordo, de caráter não vinculativo, está muito longe das expectativas geradas em torno da maior reunião sobre mudança climática da história, e não determina objetivos de redução de gases do efeito estufa.
No entanto, estabelece uma contribuição anual de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis façam frente aos efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação. Parte do dinheiro, US$ 25,2 bilhões, virá de EUA, União Européia e Japão. Ninguém sabe quem vai bancar o resto.
Participante da COP15 deixa o Bella Center: ambientalistas qualificaram 'acordo' de traição (Foto: Attila Kisbenedek/AFP)
Este acordo, uma carta de intenções elaborada na véspera pelos chefes de Estado e de governo de 30 países industrializados, emergentes e em desenvolvimento, foi apresentado durante a madrugada ante o plenário da conferência.
Muitos países admitiram que o conteúdo do acordo é insuficiente , mas o aceitam como meio de fazer a negociação avançar.
Antes do anúncio do acordo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou sua frustração em relação às negociações e garantiu que o Brasil está disposto a fazer sacrifícios para financiar os países pobres.
"Vou dizer isso com franqueza e em público, o que não disse ainda em meu próprio país, que sequer disse a minha equipe aqui, que não foi apresentado nem diante de meu Congresso. Se for necessário fazer mais sacrifícios, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar os outros países”, declarou. Mas o "acordo" que saiu é uma carta de intenções, com conteúdo mínimo, e mesmo assim sem consenso.
Fonte: G1, com agências (adaptado)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Opinião: COP15

Confira artigo publicado pela revista "Época" em 8 de dezembro.


Esperança ou decepção em Copenhague?
À velha e sincera esperança por um mundo melhor se contrapõe a desconfiança de que os países não superarão suas diferenças e a defesa de seus próprios interesses. A opinião da sociedade, nestes casos, muitas vezes é o que menos importa
Por Paulo Moutinho
A expectativa mundial sobre a 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, tem sido um misto de esperança e decepção pré-anunciada. Por um lado, a velha e sincera esperança por um mundo melhor é depositada sobre um possível acordo duradouro e efetivo que reduza as emissões globais de gases que aquecem o planeta, brindando as próximas gerações com um pouco de responsabilidade e respeito. Por outro, a não menos velha desconfiança de que os países não superarão suas diferenças e a defesa de seus próprios interesses, sejam estes nacionais ou políticos. A opinião da sociedade, nestes casos, muitas vezes é o que menos importa.
Mas, então, o que esperar de Copenhague, além do já não tão frio inverno nórdico? Particularmente, acredito na esperança, na responsabilidade e respeito com aqueles que nos sucederão. Digo isto por alguns motivos básicos, em relação aos quais o Brasil e a sociedade brasileira têm um papel importante. Primeiro, o sentido de urgência hoje é muito maior do que aquele no passado e que permeou a negociação do Protocolo de Kyoto. As evidências dos impactos climáticos, especialmente sobre as economias dos países são muito mais fortes agora.
Em 2006, Nicholas Stern [ex-economista chefe do Banco Mundial] já anunciava uma potencial perda de muitos trilhões de dólares na economia mundial se ficássemos de braços cruzados sobre o assunto. Estudo recente estimou que o Brasil perderá US$ 2 trilhões até 2050 com os impactos econômicos da mudança climática sobre a agricultura, florestas e energia se seguirmos com a mesma trajetória de desenvolvimento carbono-intensiva e demandadora de desmatamento. Se servir de consolo, o mundo gastou vários trilhões para conter a recente crise financeira, mostrando que se quisermos combater a mudança do clima dinheiro pode não ser um problema intransponível.
Fico mais crente na esperança em Copenhague ao ver os recentes posicionamentos dos países sobre os esforços de redução de emissões, e o Brasil teve um papel importante neste caso. O país sempre encarou com reservas a questão de metas de redução de emissões para países em desenvolvimento, mas foi capaz de dar um salto e estabelecer uma meta para o desmatamento (80% de redução abaixo de uma média histórica – 19 500 km2 – até 2020), e, em seguida, uma meta nacional (aproximadamente 35% a 40% de redução sobre as emissões projetadas para 2020; em outras palavras, entre 15% a 17% abaixo das emissões de 2005).
Mesmo que voluntária e ainda insuficiente, a meta brasileira tem um potencial enorme de mudar o curso das negociações internacionais em Copenhague. Pela primeira vez um país em desenvolvimento e grande emissor assume um discurso que poderá derrubar o principal argumento dos países ricos para não fazerem mais do que já estão fazendo: que os países em desenvolvimento não querem assumir compromissos mais sérios de redução de emissões. Nos últimos anos, o Brasil já vinha dando sinais de mudança em sua posição sobre como tratar as emissões de carbono oriundas do desmatamento. Coincidência ou não, a reversão de posição conjunta da anunciada intenção americana e chinesa de expressar em Copenhague somente pretensões políticas de redução pode ter sido um resultado do constrangimento provocado por iniciativas como as do Brasil que, sem ser obrigatório, assumiu metas voluntárias.
É também interessante notar a timidez e a cautela com que os governos apresentam quando o assunto são as metas de redução de emissões. O medo de que reduzir emissões levará a uma redução de crescimento econômico é evidente. Não foi diferente no Brasil. A discussão sobre as metas brasileiras sobre o quanto o país poderia reduzir de emissões mostrou o receio do governo de que as metas anunciadas prejudicariam o crescimento do PIB.
Aparentemente, a falsa ideia de que não será possível crescer economicamente no futuro a não ser através do atual modelo carbono (fóssil) intensivo ainda é arraigada nos governantes. Desconsidera-se totalmente o fato de que um crescimento econômico futuro vigoroso num mundo aquecido, se dará em países que tomarem as decisões certas hoje: conservação de florestas, desenvolvimento tecnológico de energias limpas e renováveis, uma indústria e agricultura sustentáveis e ambientalmente amigáveis e um destino mais nobre ao petróleo. Esquecem-se ainda que decisões em favor da conservação das florestas brasileiras, da redução do desmatamento, combinado com a redução de emissões de outros setores (transporte e energia) representa um tipo de poupança ou investimento de longo prazo.
Aquilo que parece ter um custo econômico elevado hoje representa prevenção de grandes prejuízos econômicos no futuro, advindos da mudança do clima. O que quero dizer é que parte significativa do crescimento futuro do PIB do Brasil poderá ser resultante da uma economia de baixo carbono que decidirmos implementar hoje. Em Copenhague estarão sendo debatidos os mecanismos de Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação florestal (o tal REDD), do qual o Brasil poderá se beneficiar economicamente. Com metas e aproveitando bem o que o REDD poderá oferecer em termos de compensação pelos esforços de redução do desmatamento, o Brasil poderá entrar na nova década na vanguarda da economia de baixo carbono. Só depende de nós brasileiros.
Paulo Moutinho é doutor em Ecologia,
coordenador do Programa de Mudanças Climáticas do IPAM e
pesquisador associado do Woods Hole Research Center
Os artigos publicados não expressam necessariamente a opinião do Caxias Mais Verde

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Balão mostra o tamanho de uma tonelada de CO2 na atmosfera

Cada brasileiro é responsável por dois balões desse em emissões de gases do efeito estufa a cada ano; já um americano emite 20

Um balão instalado perto da sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, mostra o espaço ocupado por uma tonelada de gás carbônico na atmosfera.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE) referentes a 2006, um brasileiro emite aproximadamente o equivalente a dois desses balões, enquanto um americano emite quase 20.
Essa discrepância é o que faz os países em desenvolvimento argumentarem que o principal montante do financiamento das ações de combate e adaptação ao efeito estufa deve vir das nações ricas.

Texto e foto: Dennis Barbosa/G1

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Nova turma de guardas ambientais mirins se forma em solenidade em Santa Cruz da Serra


Alunas exibem certificado de guarda florestal mirim

Foi realizada nesta terça-feira a solenidade de formatura da segunda turma de 2009 da Guarda Ambiental Mirim, projeto realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias em parceria com a Secretaria de Educação. Familiares, amigos e convidados participaram do evento, presenciado por aproximadamente 500 pessoas que foram prestigiar os formandos e que lotaram as dependências do Clube Miragem, em Santa Cruz da Serra.
Os formandos participaram de toda a solenidade, obedecendo aos comandos de saudação e com um número musical, o “Xote ecológico”. O aluno Jorge Henrique Santos, da comunidade do entorno do Parque da Taquara, fez o juramento, e os agradecimentos foram feitos pela aluna Brenda Moreira Siqueira, da Escola Municipal Francisco Barbosa Leite. Após a entrega dos diplomas, os alunos homenagearam toda a equipe do projeto, que também recebeu seus certificados.

O diretor do Parque da Taquara, Marlos Campos, posa entre formandos


Formandos fazem juramento


Secretário Samuel Maia entrega certificado


Subsecretário João Santana também participou da solenidade

A mesa foi composta pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Samuel Maia; subsecretário João Santana; diretor do Parque Natural Municipal da Taquara, Marlos Campos; secretária de Cultura e Turismo, Ana Jensen; diretor de Turismo, Daniel Eugenio; chefe dos Escoteiros, Antônio Waldeck; e o representante da Secretaria de Educação, Gustavo Arantes. A equipe do projeto conta com as coordenadoras Katty Pereira e Sheila Camargo, os professores Fernando Rocha do Amaral e Geralci Lopes dos Santos, o mateiro Célio da Conceição e os monitores Paulo Nunes, Henrique e Walcir.


Samuel Maia fala durante solenidade


Autoridades presentes à solenidade e coordenadoras do projeto

Desenvolvido no Parque da Taquara, a Guarda Ambiental Mirim atende a 120 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade. Durante o curso, os alunos receberam noções de preservação do meio ambiente e cidadania e que agora se tornam multiplicadoras desses conhecimentos em suas comunidades.
Neste semestre, o projeto teve participação de oito escolas do terceiro distrito de Duque de Caxias: Escola Municipal Almirante Tamandaré, Escola Municipal Carmem Corrêa, Escola Municipal Carmem Lúcia Alvim, Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, Escola Municipal Francisco Barbosa Leite, Escola Municipal Marechal Floriano Peixoto, Escola Municipal Paulo Rodrigues e Escola Municipal Rotary.


A Escola Municipal Marechal Floriano Peixoto participou do projeto com 12 alunos

Texto e fotos: Willy Rangel

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Civilizações varridas pelo desequilíbrio ambiental são alerta sobre ameaça climática

A História traz lições que não devem ignoradas num momento em que 192 países se reúnem para discutir formas de combater o aquecimento global, em Copenhague. Mudanças climáticas muito menores e mais localizadas do que as que ameaçam o mundo agora já varreram culturas do mapa outras vezes no passado. Acredita-se que a falta de capacidade de enfrentar desequilíbrios ambientais tenha sido fator determinante para o declínio da civilização maia e o fim dos vikings da Groenlândia, do povo nazca, do Peru, e dos rapa nui, os primeiros colonizadores da ilha de Páscoa.
Visão aérea de linhas feitas pela civilização nazca, do Peru:
corte descontrolado de árvores expôs agricultura à fúria do El Niño
Coordenador do Laboratório de História e Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, José Augusto Pádua explica que povos que já estavam no limite simplesmente não conseguiram enfrentar alterações em seu mundo. O clima não os eliminou de uma só vez, mas foi fator determinante num processo de declínio.
Sombras da destruição
Quando os espanhóis chegaram, por exemplo, os maias já não eram mais uma civilização poderosa, mas uma cultura fragmentada, sequer uma sombra de seu passado. Estudos indicam que um violento El Niño teria sido o golpe final numa civilização que já havia esgotado a maioria dos recursos naturais que propiciaram seu desenvolvimento.
“Ocorreu acentuada queda demográfica”, pondera Pádua. “As grandes cidades e construções, como pirâmides, foram abandonadas, e os sobreviventes voltaram-se para organizações menores”, acrescenta.
Ruínas maias de Tikal, Guatemala: vegetação existente hoje no local
cresceu após a decadência da civilização
A civilização maia habitou os atuais territórios de México, Guatemala, Belize e Honduras por cerca de 3.500 mil anos, e desapareceu pouco antes da chegada dos europeus. Os maias desenvolveram refinada astronomia, um calendário de 365 dias, escrita por hieróglifos e um sistema matemático. Mais isso não foi suficiente para que sobrevivessem como cultura. Foram vítimas da destruição da floresta e de um crescimento demasiado da população. O El Niño teria sido a gota d’água.
“A concepção de uma cidade maia é parecida com a de hoje: existiam espaços livres, bairros com estradas entre eles e sistema de captação de água”, conta Alexandre Navarro, da Universidade Federal do Maranhão, que estuda a cultura maia. “O desmatamento, porém, foi intenso. Não havia casas em meio à floresta tropical, porque a mata foi totalmente devastada. As florestas que hoje cercam os sítios arqueológicos maias são secundárias, não foi a floresta conhecida por aquela civilização”.
Amostras de pólen datadas por pesquisadores mostram que, no período final dos maias, dos anos 600 a 850, a quantidade de árvores na região era praticamente nula. Neste período, segundo Navarro, a temperatura da região aumentou até 4°C. O último registro conhecido daquela civilização é de 909. À época, diversas cidades já tinham sido abandonadas.
“Só conseguiram sobreviver por mais tempo as cidades próximas aos lagos, que lidaram em melhores condições com a seca e estavam integradas a uma rota de comércio a longa distância”, assinala o pesquisador. “Mas até os lagos ficaram esgotados, assim como o solo, graças à prática de queimadas na agricultura”.
O destino dos rapa nui da ilha de Páscoa conta uma história parecida. De tão remota, a ilha foi a última do Pacífico a ser conquistada pelos polinésios. A dois mil quilômetros da Polinésia e a uma distância ainda maior da América do Sul, a ilha se tornou cenário de devastação ambiental. E sua cultura desmoronou em meados do século XV, menos de 600 anos depois da chegada do homem. Acredita-se que na época existisse uma população de 20 mil pessoas.
Devastação na ilha de Páscoa
Conhecida hoje por suas estátuas gigantes, de até 20 metros, a ilha de Páscoa foi cenário de um dos maiores desmatamentos já documentados. Em 1722, quando o explorador holandês Jacob Roggeveen chegou à ilha, não havia árvores com mais de três metros de altura. A exposição da terra ao vento e à chuva acelerou o processo de erosão e inviabilizou a agricultura. Os campos de cultivo foram tão prejudicados que, em determinado momento, só teria restado ao povo rapa nui apelar para o canibalismo, segundo algumas fontes.
Os chefes tribais foram derrubados e houve uma sucessão de guerras. Segundo o historiador alemão Wolfgang Behringer, autor do livro “A história cultural do clima”, a ilha de Páscoa era habitada por menos de 200 pessoas no final do século XIX.
“Há ainda polêmica sobre o desaparecimento dos rapa nui”, alerta. “Pesquisas indicam a erosão do solo como uma das causas da redução dramática da população. Mas um outra catástrofe natural pode ter contribuído para o desaparecimento desse povo”.
As estátuas da ilha de Páscoa, no Pacífico:
tudo o que sobrou após o desastre ambiental
Na costa oeste da América do Sul, uma briga contra as forças da natureza pôs fim à cultura nazca. Dela, ficaram as linhas famosas em todo o mundo. Um estudo publicado na revista “Latin American Antiquity” em novembro afirma que 1.400 anos atrás, um El Niño especialmente violento causou enormes danos a um povo que havia destruído sua única defesa contra o clima desértico da região.
Os nazca desmataram intensamente o território onde viviam e deixaram o solo vulnerável à erosão. O El Niño trouxe enxurradas e depois, seca. E então esse povo viu suas plantações darem lugar ao deserto.
Vikings perderam briga com geleiras
Também na hoje totalmente gelada Groenlândia há vestígios do que o mau uso do solo e as mudanças naturais do clima podem fazer. Quando os colonizadores vikings chegaram à Groenlândia, no fim do primeiro milênio da era cristã, a ilha tinha terras verdes e férteis. Após cerca de quatro séculos, porém, o tempo esfriou e as geleiras (que hoje retrocedem) avançaram. O mar se fechou de gelo e o clima se tornou frio demais para permitir a agricultura. A navegação, meio de vida daquele povo, tornou-se impraticável.
Os vikings foram expulsos da Groenlândia porque a mudança do clima acentuou o problema que eles mesmos criaram ao destruir a vegetação natural, cortando as árvores para construir casas e embarcações. Os animais domésticos não permitiam que as plantas se regenerassem, e onde havia floresta sobraram apenas pastagens.
“Houve deficiência daquela sociedade em avaliar o risco de permanecer ali, mesmo com os crescentes riscos ambientais, inclusive a instabilidade geológica”, avalia Pádua.
Em seu livro, Wolfgang Behringer destaca também a região do Deserto do Saara, que, por volta do século VII a.C., teria sido fértil. Análises de pólen indicam que existia vegetação mediterrânea naquela região, favorecendo o surgimento da pecuária e a criação de gado. Quando o clima mudou e se tornou árido, os povos que ali viviam tiveram que se mudar. Behringer diz que agora o desafio é maior, pois a ação do home acrescenta um fator extra de mudança ao regime climático da Terra.
“Hoje verificamos algo que nunca existiu antes: o aumento da temperatura provocado pela liberação de gases do efeito estufa”, explica Behringer. “Quando passarmos por uma época de aquecimento natural, provocada, por exemplo, por mudanças na atividade solar, o aumento da temperatura será mais intenso”, completa.
Behringer não descarta a possibilidade de que, em pleno século XXI, civilizações desapareçam em consequência das mudanças climáticas.
“É mais fácil superarmos essas transformações com o desenvolvimento de novas tecnologias. Mas não estamos a salvo de catástrofes naturais”, diz o pesquisador alemão.
Texto: Renato Grandelle/O Globo
Colaboração: Graça Magalhães-Ruether/O Globo
Fotos: internet

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Aquecimento global já tem mais de 180 anos de alertas

Os alertas de cientistas sobre o risco de aquecimento anormal do planeta não começaram com os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês). Depois de publicar avaliações em 1990, 1995 e 2001, a entidade lançou, em 2007, o documento que se tornou o consenso científico sobre aquecimento, elaborado por 1,2 mil cientistas independentes e 2,5 mil revisores.

No entanto, a investigação científica sobre esses processos climáticos começou há muito tempo. Precisamente 180 anos antes do quarto relatório do IPCC ser divulgado, o matemático e físico francês Jean Baptiste Fourier já havia calculado que a Terra seria muito mais fria se não existisse a atmosfera. Mais tarde, 32 anos depois de Fourier, o irlandês John Tyndall descobriu, em 1859, que alguns gases, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), aprisionam a radiação infravermelha, criando o efeito estufa. Em 1896, o químico sueco Svante Arrhenius, Prêmio Nobel de Química de 1903, apontou a queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão) como produtora de CO2 e calculou que a temperatura da Terra aumentaria 5ºC com o dobro de gás carbônico na atmosfera.

Prêmio Nobel de Química de 1903, o sueco Svante Arrhenius foi um dos pioneiros ao prever o aquecimento global

As medições empíricas começaram para valer em 1958, quando o americano Charles David Keeling pôs em operação uma estação de medição de dióxido de carbono no alto do monte Mauna Loa, no Havaí, a 3,4 km do nível do mar), e detectou a elevação anual de CO2 atmosférico com o aumento do uso dos combustíveis fósseis.

Apenas nas últimas décadas o ceticismo da comunidade científica foi quebrado. Primeiro porque passou a ser viável obter séries longas de dados climatológicos para diferentes regiões do planeta, o que permitiu observar alterações significativas em escalas globais, e não apenas em uma região específica. Também passaram a ser desenvolvidos computadores com potência necessária para processar modelos de simulação dos processos físicos, químicos e biológicos que afetam todo o sistema climático.

Em 2001, o relatório do IPCC previu aumento de 1,4ºC a 5,8ºC na temperatura do planeta até 2100. Seis anos depois, o quarto relatório do IPCC defendeu que o aquecimento global é "inequívoco", prevendo aumento médio de 3ºC caso a concentração de gases do efeito estufa dobre.

O IPCC foi criado em 1998, um ano depois da assinatura do Protocolo de Kyoto. "Filho" de duas agências da ONU - a do meio ambiente (Pnuma) e da meteorologia (OMM) - seu objetivo é usar a literatura científica para compreender a avaliar a extensão das mudanças climáticas. Outro objetivo é avaliar o potencial da humanidade para se adaptar às alterações ou fazer frente a elas. O IPCC dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com o ex-vice-presidente americano Al Gore.

Texto: G1 São Paulo (adaptado)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Empresa recolhe óleo vegetal usado, ajuda instituição de câncer infantil e preserva meio ambiente


Firma faz coleta de óleo usado em bombonas de 50 litros

Foi realizada nesta quinta-feira, no Hospital Moacyr do Carmo, a primeira entrega simbólica de óleo vegetal usado para a empresa MBR Materiais Recicláveis, que reverte a verba conseguida com a venda desse resíduo para a Casa Ronald McDonald, que cuida de crianças com câncer.

A firma recolhe o óleo usado em praticamente todos os restaurantes da rede McDonald’s nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e revende o produto para empresas fabricantes de sabão e detergentes. Segundo o diretor executivo da MBR, Maurício Braga Rocha, a empresa espera recolher 100 litros de óleo comestível usado por mês. Ainda de acordo com Maurício, a MBR fará a coleta de óleo vegetal do Hospital Infantil.
Maurício Braga Rocha, da MBR, e o diretor administrativo do Hospital Moacyr do Carmo, Pierre Carvalho

O diretor administrativo do Moacyr do Carmo, Pierre Carvalho, disse que a iniciativa de doar o óleo usado pela unidade hospitalar é a precursora da “adequação do hospital às normas em geral, inclusive as ambientais”. “Esse é o início da reestruturação de procedimentos do hospital, a começar de janeiro de 2010”, acrescentou.

Também estiveram presentes à entrega do óleo o coordenador do Polo de Ciência e Tecnologia de Duque de Caxias, Daniel Alves Pena, e o coordenador da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (SMMAAA) Aldair Alves de Souza.
Aldair de Souza, da SMMAAA, Maurício Rocha e Pierre Carvalho
A MBR recolhe óleo em bombonas de 50 litros, e quem quiser entrar em contato para doar óleo à empresa pode entrar em contato pelos telefones 2676-4624 e 3654-3128.
Texto e fotos: Willy Rangel

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Caxias ganha reserva biológica

O prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, assinou nesta terça-feira, 8 de dezembro, decreto criando a Reserva Biológica do Parque Equitativa, no terceiro distrito, que ocupa uma área de 1,5 milhão de metros quadrados, que corresponde a 150 mil hectares. A reserva será administrada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento que já está promovendo o levantamento da situação real da estação ecológica. Será a primeira reserva biológica municipal da Baixada Fluminense.
O secretário Samuel Maia disse que vai instituir projetos e programas de conscientização e educação da população visando à preservação da Mata Atlântica, onde existem nascentes e grandes variedades da flora e da fauna. As áreas particulares terão que ser preservadas pelos proprietários e estarão sujeitas à desapropriação se houver degradação.


Samuel Maia comemora criação da reserva ecológica

“Vamos combater o desmatamento, a caça de animais silvestres, como capivara, paca e tatu. A região também é rica em pássaros em extinção e animais como preguiça e sagüis. Moradores dizem que a região abriga ainda jaguatiricas. Vamos evitar também a extração de palmito”, disse Samuel Maia, acrescentando que o monitoramento da região será feito por biólogos e a fiscalização pela Guarda Florestal.

Na reserva biológica, vivem vários tipos de primatas, entre eles o sagüi

A criação da reserva biológica segundo Maia, é o coroamento de um ano de trabalho e o resgate de uma consciência ambiental. “Enquanto Copenhague, na Dinamarca, discute como preservar os biomas terrestres e as mudanças climáticas, Duque de Caxias sai na frente de muitas cidades onde o meio ambiente se degrada por falta de vontade política e de gestão ambiental qualificada”, afirmou Samuel Maia.

Texto: Paulo Gomes/Assessoria de Comunicação PMDC
Fotos: Everton Barsan/Assessoria de Comunicação PMDC

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Saiu no jornal

Confira matéria publicada neste domingo pelo jornal "O Dia".

O clima no calor do debate
Enquanto geleiras se dissolvem no Pacífico, a temperatura esquenta com a abertura da conferência do clima da ONU, a COP15. Até o dia 18, Copenhague vira a capital internacional do meio ambiente
No mês passado, agências internacionais noticiaram fenômeno raro: cerca de 100 icebergs se desprenderam da Antártida a caminho do litoral da Nova Zelândia. Levada pela correnteza, a massa de gelo foi avistada pela Força Aérea do país. Não muito longe, um bloco de gelo foi flagrado da praia de Sandy Bay, costa leste da ilha Macquarie – a 1,5 mil quilômetros a sudeste da Tasmânia, Austrália, sendo registrado em fotos pela Divisão Antártica Australiana.

Chegou-se até a falar em alerta naval, devido ao risco de choque com embarcações. Mas o movimento chamou a atenção, em especial, da comunidade científica, por ser novo alerta de que os ponteiros do “relógio” da crise climática na param de girar.

Segundo o Instituto de Pesquisa Atmosférica e Água, os icebergs, provavelmente, originaram-se da Plataforma de Gelo de Ross, que se rompeu entre 2000 e 2002. Os blocos estariam se deslocando rumo a norte à velocidade de 1,25 km/h, já em processo de degelo no contato com água mais temperadas. Segundo a agência EFE, fenômeno parecido ocorreu em 2006, quando um iceberg chegou a 25 quilômetros ao sul da Nova Zelândia.
Alerta da crise climática e risco à navegação mundial:
em 2007, o cruzeiro Explorer, de bandeira liberiana, naufragou próximo à Antártida,
ao se chocar contra um iceberg

Enquanto blocos de gelo se derretem, o clima promete esquentar com a abertura da COP15 – conferência do clima promovida pelas Nações Unidas, que vai estabelecer parâmetros para combater as mudanças climáticas, em Copenhague, Dinamarca. O evento vai atrair, além de chefes de Estado, ambientalistas do mundo inteiro, que se encarregarão de manter alta a temperatura das discussões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chanceler alemã, Angela Merkel, concordaram que não será possível alcançar o “acordo ideal”. Ambos reforçaram, porém, a necessidade de se obter “resultados robustos, equilibrados e justos” para evitar que a temperatura global chegue perto de limites alarmantes. “Acho que não vamos fazer o acordo dos nossos sonhos”, disse Lula na quinta-feira em visita à Alemanha.

Lula frisou que as metas dependem das políticas internas. “Se dependesse da vontade pessoal do (presidente dos Estados Unidos, Barack) Obama, ele apresentaria um número mais arrojado. Nós fizemos uma proposta arrojada”, comparou o presidente brasileiro. Ele observou que, por ser nova, a questão do aquecimento global não tem posição fechada internacionalmente.

Mas a causa amealha contribuições. Uma das nações mais poluidoras do mundo, a Índia anunciou na quinta-feira que vai cortar sua intensidade de carbono entre 20% e 25% até 2020, face aos níveis de 2005. O anúncio,após muita pressão – os dois maiores poluidores mundiais, EUA e China, também cederam –, marca mudança na postura do país, que se recusava a fixar metas de redução de gases de efeito estufa. Quem dará mais até o dia 18, fim da conferência? Nesse “leilão” climático em favor do meio ambiente, espera-se não haver limite para o martelo ser batido.
Fonte: "O Dia", página 19, 06/12/2009
Foto: EFE

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Duque de Caxias vacina mais de 9 mil cabeças contra febre aftosa

Campanha de imunização do gado bovino contra febre aftosa durou todo o mês de novembro

Terminou no último dia 30 a campanha municipal de vacinação do gado bovino contra febre aftosa. Ao todo, foram vacinadas 9.132 cabeças em 256 propriedades rurais beneficiadas em todos os distritos de Duque de Caxias.

A equipe de apenas três vacinadores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento trabalhou o dia inteiro de segunda a sábado durante todo o mês de novembro para cumprir a meta de vacinar todo o rebanho do município.

Tiveram imunizados seus rebanhos contra febre aftosa produtores rurais das localidades de Xerém, Capivari, Taquara, Saracuruna, Parada Morabi, Amapá, Parada Angélica, Santo Antônio, Santo Isidro, Parque Eldorado, entre outros.

Esta foi a segunda e última etapa anual de vacinação contra a febre aftosa; a primeira ocorre em maio. A doença é altamente contagiosa e ataca principalmente bovinos. Por isso, o controle da aftosa é importante e obrigatório.
Texto: Willy Rangel

Confira algumas definições para você entender melhor os debates da conferência do clima

C
  • Combustíveis fósseis: são combustíveis como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, que são produzidos pela decomposição contínua de matéria orgânica animal e vegetal através de eras geológicas. A sua produção é extremamente lenta, muito mais lenta do que a taxa de consumo atual e, portanto, não são renováveis na escala de tempo humana.
D
  • Desmatamento: é a remoção de florestas do solo. Os desmatamentos resultam na perda de um importante sumidouro para o dióxido de carbono, que são as florestas.
  • Dióxido de carbono (CO2): gás que ocorre naturalmente, representando aproximadamente 0,036% da atmosfera emitido na queima de combustíveis fósseis e biomassa, nas mudanças de uso da terra e em outros processos industriais. É o principal gás de efeito estufa e é utilizado como referência perante os outros.
E
  • Efeito estufa: é um fenômeno natural de retenção do calor (radiação infravermelha) emitido pela Terra, que, por sua vez, é resultado do aquecimento da superfície terrestre pela radiação solar. Este processo natural que fornece a temperatura necessária para o estabelecimento e sustento da vida na Terra é possível graças aos gases de efeito estufa cujas moléculas capturam calor na atmosfera terrestre.
  • Emissões: liberação de gases de efeito estufa na atmosfera numa área específica e num período determinado.
  • Energia renovável: energia renovável é a energia derivada de fontes que não usam combustíveis esgotáveis (água - energia hidrelétrica; vento – energia eólica; sol - energia solar; marés e fontes geotérmicas). Alguns materiais combustíveis, como biomassa, também podem ser considerados renováveis. Geralmente, a geração de energia renovável (com a exceção de geotérmica e hidrelétrica) não emite gases de efeito estufa.
G
  • Gases do efeito estufa: constituintes gasosos da atmosfera, naturais ou antrópicos, que absorvem e reemitem radiação infravermelha. Segundo o Protocolo de Kyoto, são eles: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas famílias de gases, hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs).
M
  • Mudança climática: mudança que possa ser, direta ou indiretamente, atribuída à atividade humana, que altere a composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis.
P
  • Protocolo de Kyoto: instrumento jurídico internacional complementar e vinculado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que traz elementos adicionais à Convenção. Entre as principais inovações estabelecidas pelo Protocolo, destacam-se os compromissos de limitação ou redução quantificada de emissões de gases de efeito estufa.
S
  • Seqüestro de carbono: captura de CO2 da atmosfera pela fotossíntese, também chamada fixação de carbono.
Verbetes extraídos do livro “Perguntas e Respostas sobre o Aquecimento Global”, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), escrito por Erika de Paula Pedro Pinto, Paulo Moutinho, Liana Rodrigues, Flávia Gabriela Oyo França, Paula Franco Moreira e Laura Dietzsch

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Prefeitura vai derrubar casas construídas dentro da área do Museu da Taquara

A Prefeitura de Duque de Caxias vai derrubar amanhã, 5 de dezembro, cinco imóveis construídos irregularmente dentro do terreno do Museu Histórico da Taquara, no bairro do mesmo nome. A ação integrada vai envolver as Secretarias de Obras e Urbanismo, Segurança Pública e Defesa Civil, Serviços Públicos e Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, além do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal, a partir das 9h. Também será feira a limpeza do rio Taquara, dentro do mutirão iniciado no último sábado, quando foram recolhidas 2,7 mil toneladas de lixo no município.
O museu histórico está localizado em uma área de 13,8 mil metros quadrados pertencentes à antiga Fazenda São Paulo, onde, em 1803, nasceu o Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do município. Os imóveis começaram a ser construídos no ano passado e, apesar da interferência dos órgãos públicos, os invasores continuaram as obras.

Texto: Paulo Gomes/Assessoria de Comunicação PMDC

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Especial: Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática

O Caxias Mais Verde, também preocupado com a mudança climática, traz para o consciente leitor caxiense uma matéria especial publicada pelo site G1 em 3 de novembro de 2009 explicando a importância da conferência que a ONU realizará a partir da próxima semana em Copenhague, capital da Dinamarca, para traçar novas metas de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa e novas políticas para conter o aquecimento global.






Mais uma conferência sobre clima, e acordo ambicioso ainda é miragem
Conferência em Copenhague tenta definir redução de gases do efeito estufa. Saiba a história de uma salada de siglas para boas intenções ambientais


Em menos de uma semana começará a reunião internacional para negociar medidas que enfrentem o desarranjo climático conhecido como aquecimento global - a alta temperatura causada pela emissão de gases de efeito estufa.

O novo acordo, se houver, substituirá o Protocolo de Kyoto, que deixa de vigorar (sem de fato ter feito muita diferença) em 2013.

A reunião é a Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (United Nations Framework Convention on Climate Change, UNFCCC, na sigla em inglês). Nome tão comprido acabou sendo resumido para um simples COP (de Conference of the Parties).

Como a próxima reunião, marcada para 7 a 18 de dezembro em Copenhague é a décima quinta, teremos em breve a COP 15. Vão ao encontro representantes dos países signatários (as "partes") da convenção, um acordo-base firmado em junho de 1992, na Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, e hoje ratificado por 193 países.

Para que se tenha uma idéia de como a COP se tornou um evento importante e badalado, para a COP 13, em Bali, Indonésia, foram mais de 10 mil pessoas, das quais 3,5 mil eram delegados oficiais de governos e mais de 5,8 mil representavam agências da ONU e organizações não governamentais. Quase todo o resto eram jornalistas vindos de todos os cantos do planeta.

A COP 14, em Poznan, Polônia, foi um pouco mais modesta, mais ainda assim atraiu 9,3 mil participantes.


Sessão de abertura da COP 3, no Japão, em 1 de dezembro de 1997.
Reunião aprovou Protocolo de Kyoto

A convenção-quadro de 1992 começa, logo na primeira linha, reconhecendo que as alterações no clima da Terra e seus efeitos adversos são uma "preocupação comum da humanidade". O texto também afirma que atividades humanas (e não um processo natural, como defendem os "ecocéticos") elevaram substancialmente as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera - as substâncias causadoras do aquecimento global, especialmente dióxido de carbono (CO2).

Problema reconhecido, as negociações para implementar na prática tantas boas intenções ambientais para remediar uma bomba armada pelo homem são feitas as COPs. O famoso Protocolo de Kyoto foi adotado na COP 3, na cidade japonesa de Kyoto, no dia 11 de dezembro de 1997.

O protocolo tem o mesmo objetivo e usa as mesmas instituições criadas pela convenção-quadro. A diferença mais importante entre os dois é que a convenção "encoraja" países industrializados a estabilizar suas emissões, enquanto no protocolo, ao menos em tese, os signatários se comprometem a fazê-lo. As normas detalhadas de implementação do protocolo só foram definidas em 2001, na COP 7, em Marrakesh, Marrocos.

O Protocolo de Kyoto colocou a carga maior de compromissos contra o aquecimento global sobre as nações desenvolvidas, sob o princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas". Entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, e está hoje ratificado por 184 países, ou partes.

Nele, 37 nações, mais a Comunidade Européia, se comprometeram a reduzir suas emissões de gases em média 5% na comparação com os níveis de 1990. O corte precisa ser obtido até 2012. Foi o protocolo que criou o chamado mercado de carbono, uma forma flexível para um país, mesmo emitindo gases além do que deveria, redimir-se comprando papéis representativos de redução de emissões em algum outro canto do planeta. Mediante pagamento, o corte dos outros fica valendo como corte do poluidor.

Estima-se que o mercado de carbono representava, em 2006, cerca de US$ 30 bilhões. Em conexão com o mercado de carbono, foram criados dois instrumentos: os mecanismos de desenvolvimento limpo e a implementação conjunta. Pelo último, países industrializados poderiam realizar "projetos verdes" em parceria com nações em desenvolvimento. Já os mecanismos de desenvolvimento limpo envolvem investimento nos ricos em projetos de desenvolvimento sustentável que baixam as emissões. Em novembro de 2008, havia 1.230 projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo registrados.

Tanto o Protocolo de Kyoto quanto a convenção também se preocupam com o apoio para que os países se adaptem aos efeitos inevitáveis da mudança climática. Para isso, foi criado um Fundo de Adaptação. Quem vai financiá-lo, de verdade, e com quanto dinheiro, é um assunto que nunca ficou bem resolvido.

IPCC
Um ano depois da assinatura do Protocolo de Kyoto, foi criado, em 1998, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (Intergovernmental Panel on Climate Change, ou IPCC, na sigla em inglês). O objetivo do IPCC é usar a literatura científica para avaliar a extensão das mudanças climáticas, e compreendê-las. Outro objetivo é avaliar o potencial da humanidade para adaptar-se às mudanças climáticas ou se contrapor a elas. Os pais do IPCC são as agências da ONU para o meio ambiente (Pnuma) e para a meteorologia (OMM).

Depois de publicar relatórios de avaliação em 1990, 1995 e 2001, o IPCC lançou, em 2007, o documento que se tornou o consenso científico sobre aquecimento. O texto, cuja preparação envolveu mais de 1,2 mil cientistas independentes e 2,5 mil revisores, conclui que os países desenvolvidos devem cortar suas emissões de gases do efeito estufa em 40% até 2020 para segurar a alta da temperatura no planeta no limite de 2ºC. Pelas contas do IPCC, é o único jeito de evitar um descontrole climático de conseqüências desastrosas, imprevisíveis, apocalípticas.

Junto com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o pessoal do IPCC até ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2007.

O problema é que cortar a emissão de gases do efeito estufa envolve interesses econômicos. Nenhum país quer assumir compromissos se os demais (concorrentes na arena do comércio internacional) não fizerem a mesma coisa. Mesmo os governos dispostos a assumir uma posição de liderança no campo ambiental têm grandes dificuldades para bancar sua política, por conta de fortes pressões de diversos setores internos.

A COP 16, em dezembro de 2010, será no México.
Texto: Ricardo Muniz/G1
Foto: Toru Yamanaka/AFP