quinta-feira, 30 de junho de 2011

Poluição Sonora

Você sabe o que é a poluição sonora que assombra as cidades atualmente?


Por Brunna Mariel

Uma rua com um trânsito intenso, cheio de motos, carros, caminhões, motores ligando e desligando, buzinas, o carro parado no estacionamento com o alarme disparado, conversas altas das pessoas na rua, o barulho dos rádios altos, os ruídos vindos do comercio, do caminhão de lixo, do carro de polícia, das industrias instaladas. Esses são exemplos de poluição sonora, e que pode ser encontrado todos os dias nas ruas.

A poluição sonora é considera como qualquer barulho que seja capaz de provocar desconforto e prejudicar a saúde humana. Segundo o Organização Mundial da Saúde o nível máximo de ruído que o ouvido humano pode aguentar sem que haja algum dano é 65dB (decibéis), nível comparado ao som do volume médio dos fones de ouvido convencionais de MP3 ou IPOD, que no seu volume máximo chegam a produzir até 120db.

Pra quem mora na cidade esse barulho é tão rotineiro que elas não percebem o quanto eles atrapalham. A poluição sonora é um recente tipo de poluição do meio ambiente urbano e que causa danos sérios a saúde e bem estar, como estresse, insônia e até a perda da capacidade auditiva. Para que isso não ocorra e que a poluição sonora seja diminuída no meio ambiente urbano o Instituto Triângulo dá algumas dicas de como conter essa poluição: Como você pode deixar de gerar a poluição sonora?

- Evite usar a buzina no trânsito, lembre-se que ela é só um assessório de alerta.
- Mantenha o motor do seu veículo revisado e concertado.
- Troque o escapamento no caso do seu estar furado.
- Quem anda de moto o silenciador é um assessório essencial para diminuir a poluição sonora.
- O som alto faz parte da poluição sonora, seja em casa ou no carro. Ouça suas musicas em um tom moderado. Essa dica também vale para os fones de ouvido que tem um contato direto com a sua audição e devem ser usados também em tom moderado.

Como evitar a poluição sonora-

Sempre tenha um protetor de ouvido próximo de você, o barulho de maquinas de construção. Os protetores são os maiores amigos nestes momentos
.- Evite freqüentar ruas de trânsito acentuado, principalmente em horário de pico.
- Em shows ou eventos evite ficar próximo as caixas de som.

Cidadania.

Uma grande parte da poluição sonora vem da falta de educação da população do meio ambiente urbano, os barulhos das industrias e consequentemente do desenvolvimento da cidade é natural de uma cidade, mas a falta de cidadania é um problema que podemos rever.

Respeitar o espaço do outro faz parte de combate a poluição sonora. A buzina, os motores, e escapamentos são barulhos evitáveis quando se tem a consciência de que vivemos em comunidade e devemos respeito a outro e ao próximo.

Podem ser pequenos atos, mas são o acumulo deles que trazem o caos para as cidades urbanas. Com todos fazendo a sua parte podemos mudar essa realidade. Pense nisso.

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Do Pantanal para Campinas

O publicitário Dudu Godoy (à esq.) tem contratos com a prefeitura de Campinas, comandada por Dr. Hélio (no alto), e estava no governo de Zeca do PT (acima) em Mato Grosso do Sul quando houve desvios na área de comunicação.




No escândalo que abala a maior cidade do interior de São Paulo, os investigadores descobriram indícios de que o esquema de fraudes com contratos de publicidade voltou a se repetir


andrei meirelles e mariana sanches

O escândalo do mensalão em 2005 mostrou como os contratos públicos de publicidade viraram um dos canais preferidos dos políticos para superfaturar serviços, desviar dinheiro para campanhas eleitorais e, no meio do caminho, também enriquecer alguns espertalhões. O lobista mineiro Marcos Valério, operador do mensalão, tornou-se o símbolo da corrupção nessa área. O valerioduto, pelo qual as verbas de publicidade oficial eram drenadas para a compra de apoios políticos e caixa dois de campanhas, foi primeiro implantado por ele em Minas Gerais, durante um governo do PSDB, e depois foi reproduzido em escala federal pelo PT.

Valério pode ser considerado uma espécie de massificador da tecnologia de corrupção nos contratos publicitários, mas não foi propriamente um inovador. Antes que seu valerioduto fosse replicado e ampliado pelos petistas, fraudes semelhantes eram cometidas em outros Estados. O desmantelamento da quadrilha do mensalão, há mais de cinco anos, também parece não ter inibido a proliferação de tais esquemas em vários níveis da administração pública.

Há quase um mês, o Ministério Público (MP) de São Paulo desbaratou em Campinas, uma das mais ricas cidades do interior paulista, uma rede de corrupção na administração municipal. Um dos principais focos das fraudes eram as licitações feitas pela Sanasa, a empresa pública de saneamento da cidade. Segundo o MP, Rosely Nassim Jorge Santos, mulher do prefeito Dr. Hélio (PDT), no cargo há dois mandatos, alguns secretários municipais e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), definiam as empresas que venciam as licitações e cobravam uma porcentagem sobre o dinheiro que a Sanasa pagava pelos serviços prestados. O total desviado chega a R$ 615 milhões. Há indícios de que o esquema tenha enriquecido ilicitamente os envolvidos e abastecido o caixa dois de campanhas políticas.

O PT foi um dos grandes fiadores da eleição de Dr. Hélio em Campinas e compõe o governo desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005. Tão logo os resultados da investigação do Ministério Público tornaram-se públicos, o ex-ministro José Dirceu, descrito como chefe de organização criminosa no processo do mensalão que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), correu a Campinas na tentativa de avaliar os estragos e reduzir os danos. “Lula e José Dirceu são solidários comigo”, disse Dr. Hélio, numa entrevista publicada na semana passada. O nome de Lula já havia sido citado em meio ao escândalo campineiro por causa do pedido de prisão feito pelo MP contra o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo próximo dele. Uma testemunha ouvida pelos promotores afirmou ter participado de uma conversa em que os envolvidos na corrupção diziam que Bumlai também faria parte do esquema de pagamento de propina das obras da Sanasa. Ao ser ouvido pelo MP, Bumlai negou as acusações.

Além dos movimentos de Dirceu e das referências ao ex-presidente Lula, outros elementos apontam para as implicações nacionais do esquema de Campinas. Os promotores do Ministério Público encontraram vários indícios de que as fraudes na prefeitura campineira reproduziram o uso de uma tecnologia de desvios que já havia sido aplicada em outras sadministrações comandadas pelo PT e seus aliados. Há uma quantidade nada desprezível de ligações entre os envolvidos no esquema de Campinas com o Estado de Mato Grosso do Sul. Dr. Hélio, seu vice, Vilagra, o ex-diretor da Sanasa Luiz Aquino, delator do esquema, são todos originários de lá. Uma das ligações que mais despertaram a curiosidade dos investigadores foi a coincidência de vários personagens que têm contratos com a prefeitura de Campinas e, no passado, envolveram-se em desvios de verbas publicitárias do governo de Mato Grosso do Sul, durante os dois mandatos, entre 1999 e 2002 e entre 2007 e 2010, em que o Estado foi comandado por Zeca do PT.

Um dos focos das atenções dos investigadores é o publicitário Dudu Godoy. Uma de suas agências, a PG Comunicação, detém o contrato de publicidade da Sanasa, o centro do escândalo em Campinas. Outra de suas agências, a Quê Comunicação, trabalha para a Petrobras, onde o homem forte da área de propaganda é o sindicalista campineiro Wilson Santarosa, homem do grupo político de José Dirceu no PT. O nome de Godoy apareceu, pela primeira vez, na investigação do MP porque a sala de seu escritório foi usada por envolvidos no esquema de fraudes para partilhar propinas. Ele confirma o uso da sala, mas nega ter tido conhecimento do teor da reunião. “Cedi a sala porque se tratava de um cliente. Um cliente não precisa se explicar para pedir uma sala para fazer um reunião”, disse Godoy a ÉPOCA.

O escândalo do mensalão em 2005 mostrou como os contratos públicos de publicidade viraram um dos canais preferidos dos políticos para superfaturar serviços, desviar dinheiro para campanhas eleitorais e, no meio do caminho, também enriquecer alguns espertalhões. O lobista mineiro Marcos Valério, operador do mensalão, tornou-se o símbolo da corrupção nessa área. O valerioduto, pelo qual as verbas de publicidade oficial eram drenadas para a compra de apoios políticos e caixa dois de campanhas, foi primeiro implantado por ele em Minas Gerais, durante um governo do PSDB, e depois foi reproduzido em escala federal pelo PT.

Valério pode ser considerado uma espécie de massificador da tecnologia de corrupção nos contratos publicitários, mas não foi propriamente um inovador. Antes que seu valerioduto fosse replicado e ampliado pelos petistas, fraudes semelhantes eram cometidas em outros Estados. O desmantelamento da quadrilha do mensalão, há mais de cinco anos, também parece não ter inibido a proliferação de tais esquemas em vários níveis da administração pública.

Há quase um mês, o Ministério Público (MP) de São Paulo desbaratou em Campinas, uma das mais ricas cidades do interior paulista, uma rede de corrupção na administração municipal. Um dos principais focos das fraudes eram as licitações feitas pela Sanasa, a empresa pública de saneamento da cidade. Segundo o MP, Rosely Nassim Jorge Santos, mulher do prefeito Dr. Hélio (PDT), no cargo há dois mandatos, alguns secretários municipais e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), definiam as empresas que venciam as licitações e cobravam uma porcentagem sobre o dinheiro que a Sanasa pagava pelos serviços prestados. O total desviado chega a R$ 615 milhões. Há indícios de que o esquema tenha enriquecido ilicitamente os envolvidos e abastecido o caixa dois de campanhas políticas.

O PT foi um dos grandes fiadores da eleição de Dr. Hélio em Campinas e compõe o governo desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005. Tão logo os resultados da investigação do Ministério Público tornaram-se públicos, o ex-ministro José Dirceu, descrito como chefe de organização criminosa no processo do mensalão que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), correu a Campinas na tentativa de avaliar os estragos e reduzir os danos. “Lula e José Dirceu são solidários comigo”, disse Dr. Hélio, numa entrevista publicada na semana passada. O nome de Lula já havia sido citado em meio ao escândalo campineiro por causa do pedido de prisão feito pelo MP contra o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo próximo dele. Uma testemunha ouvida pelos promotores afirmou ter participado de uma conversa em que os envolvidos na corrupção diziam que Bumlai também faria parte do esquema de pagamento de propina das obras da Sanasa. Ao ser ouvido pelo MP, Bumlai negou as acusações.

Além dos movimentos de Dirceu e das referências ao ex-presidente Lula, outros elementos apontam para as implicações nacionais do esquema de Campinas. Os promotores do Ministério Público encontraram vários indícios de que as fraudes na prefeitura campineira reproduziram o uso de uma tecnologia de desvios que já havia sido aplicada em outras sadministrações comandadas pelo PT e seus aliados. Há uma quantidade nada desprezível de ligações entre os envolvidos no esquema de Campinas com o Estado de Mato Grosso do Sul. Dr. Hélio, seu vice, Vilagra, o ex-diretor da Sanasa Luiz Aquino, delator do esquema, são todos originários de lá. Uma das ligações que mais despertaram a curiosidade dos investigadores foi a coincidência de vários personagens que têm contratos com a prefeitura de Campinas e, no passado, envolveram-se em desvios de verbas publicitárias do governo de Mato Grosso do Sul, durante os dois mandatos, entre 1999 e 2002 e entre 2007 e 2010, em que o Estado foi comandado por Zeca do PT.

Um dos focos das atenções dos investigadores é o publicitário Dudu Godoy. Uma de suas agências, a PG Comunicação, detém o contrato de publicidade da Sanasa, o centro do escândalo em Campinas. Outra de suas agências, a Quê Comunicação, trabalha para a Petrobras, onde o homem forte da área de propaganda é o sindicalista campineiro Wilson Santarosa, homem do grupo político de José Dirceu no PT. O nome de Godoy apareceu, pela primeira vez, na investigação do MP porque a sala de seu escritório foi usada por envolvidos no esquema de fraudes para partilhar propinas. Ele confirma o uso da sala, mas nega ter tido conhecimento do teor da reunião. “Cedi a sala porque se tratava de um cliente. Um cliente não precisa se explicar para pedir uma sala para fazer um reunião”, disse Godoy a ÉPOCA.

O escândalo do mensalão em 2005 mostrou como os contratos públicos de publicidade viraram um dos canais preferidos dos políticos para superfaturar serviços, desviar dinheiro para campanhas eleitorais e, no meio do caminho, também enriquecer alguns espertalhões. O lobista mineiro Marcos Valério, operador do mensalão, tornou-se o símbolo da corrupção nessa área. O valerioduto, pelo qual as verbas de publicidade oficial eram drenadas para a compra de apoios políticos e caixa dois de campanhas, foi primeiro implantado por ele em Minas Gerais, durante um governo do PSDB, e depois foi reproduzido em escala federal pelo PT.

Valério pode ser considerado uma espécie de massificador da tecnologia de corrupção nos contratos publicitários, mas não foi propriamente um inovador. Antes que seu valerioduto fosse replicado e ampliado pelos petistas, fraudes semelhantes eram cometidas em outros Estados. O desmantelamento da quadrilha do mensalão, há mais de cinco anos, também parece não ter inibido a proliferação de tais esquemas em vários níveis da administração pública.

Há quase um mês, o Ministério Público (MP) de São Paulo desbaratou em Campinas, uma das mais ricas cidades do interior paulista, uma rede de corrupção na administração municipal. Um dos principais focos das fraudes eram as licitações feitas pela Sanasa, a empresa pública de saneamento da cidade. Segundo o MP, Rosely Nassim Jorge Santos, mulher do prefeito Dr. Hélio (PDT), no cargo há dois mandatos, alguns secretários municipais e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), definiam as empresas que venciam as licitações e cobravam uma porcentagem sobre o dinheiro que a Sanasa pagava pelos serviços prestados. O total desviado chega a R$ 615 milhões. Há indícios de que o esquema tenha enriquecido ilicitamente os envolvidos e abastecido o caixa dois de campanhas políticas.

O PT foi um dos grandes fiadores da eleição de Dr. Hélio em Campinas e compõe o governo desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005. Tão logo os resultados da investigação do Ministério Público tornaram-se públicos, o ex-ministro José Dirceu, descrito como chefe de organização criminosa no processo do mensalão que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), correu a Campinas na tentativa de avaliar os estragos e reduzir os danos. “Lula e José Dirceu são solidários comigo”, disse Dr. Hélio, numa entrevista publicada na semana passada. O nome de Lula já havia sido citado em meio ao escândalo campineiro por causa do pedido de prisão feito pelo MP contra o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo próximo dele. Uma testemunha ouvida pelos promotores afirmou ter participado de uma conversa em que os envolvidos na corrupção diziam que Bumlai também faria parte do esquema de pagamento de propina das obras da Sanasa. Ao ser ouvido pelo MP, Bumlai negou as acusações.

Além dos movimentos de Dirceu e das referências ao ex-presidente Lula, outros elementos apontam para as implicações nacionais do esquema de Campinas. Os promotores do Ministério Público encontraram vários indícios de que as fraudes na prefeitura campineira reproduziram o uso de uma tecnologia de desvios que já havia sido aplicada em outras sadministrações comandadas pelo PT e seus aliados. Há uma quantidade nada desprezível de ligações entre os envolvidos no esquema de Campinas com o Estado de Mato Grosso do Sul. Dr. Hélio, seu vice, Vilagra, o ex-diretor da Sanasa Luiz Aquino, delator do esquema, são todos originários de lá. Uma das ligações que mais despertaram a curiosidade dos investigadores foi a coincidência de vários personagens que têm contratos com a prefeitura de Campinas e, no passado, envolveram-se em desvios de verbas publicitárias do governo de Mato Grosso do Sul, durante os dois mandatos, entre 1999 e 2002 e entre 2007 e 2010, em que o Estado foi comandado por Zeca do PT.

Um dos focos das atenções dos investigadores é o publicitário Dudu Godoy. Uma de suas agências, a PG Comunicação, detém o contrato de publicidade da Sanasa, o centro do escândalo em Campinas. Outra de suas agências, a Quê Comunicação, trabalha para a Petrobras, onde o homem forte da área de propaganda é o sindicalista campineiro Wilson Santarosa, homem do grupo político de José Dirceu no PT. O nome de Godoy apareceu, pela primeira vez, na investigação do MP porque a sala de seu escritório foi usada por envolvidos no esquema de fraudes para partilhar propinas. Ele confirma o uso da sala, mas nega ter tido conhecimento do teor da reunião. “Cedi a sala porque se tratava de um cliente. Um cliente não precisa se explicar para pedir uma sala para fazer um reunião”, disse Godoy a ÉPOCA.



O QUE PREOCUPA O PT?
José Dirceu correu até Campinas, quando o escândalo estourou. O nome de Bumlai, amigo de Lula, foi citado numa conversa como um participante do esquema
Em 1999, Godoy, depois de ter integrado no ano anterior o núcleo de marketing da campanha presidencial de Lula, foi escolhido pelo comando nacional do PT para chefiar a Secretaria de Comunicação do recém-eleito governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, em Mato Grosso do Sul. Além de Godoy, o hoje casal ministerial Paulo Bernardo Silva e Gleisi Hoffmann também foi apadrinhado pela cúpula partidária e se mudou do Paraná para Mato Grosso do Sul para ocupar cargos de relevância na nova administração petista. Paulo Bernardo foi nomeado para cuidar das finanças do Estado na Secretaria da Fazenda. Nomeada para a chefia de uma secretaria especial, Gleisi foi encarregada de promover um ajuste com cortes de despesas e da folha salarial.

O trio de forasteiros compôs com o secretário de Governo, Vander Loubet – homem de confiança e sobrinho de Zeca do PT –, o núcleo mais influente da administração sul-mato-grossense. Uma das primeiras ações dessa turma foi a contratação de cinco empresas para cuidar da publicidade do governo. Os problemas começaram logo na concorrência. Segundo o Ministério Público Federal, uma norma básica das licitações foi descumprida: não houve parecer jurídico para respaldar a assinatura dos contratos. De acordo com cinco inquéritos que tramitam no STF, esses contratos serviram para alimentar um esquema de corrupção. Funcionava assim: as agências de publicidade apresentavam orçamentos falsos para serviços que não seriam prestados. Depois, notas fiscais frias eram apresentadas para a cobrança deles.

Em 22 volumes, com milhares de páginas de documentos apreendidos, movimentação bancária e registro fiscal dos envolvidos, os inquéritos no Supremo mostram que o esquema vigorou nos dois mandatos de Zeca do PT. Os investigadores estimam que, só entre 2007 e 2010, mais de R$ 30 milhões foram desviados. Por causa dessa farra na publicidade, o ex-governador Zeca do PT responde a uma Ação Civil Pública na Justiça de Mato Grosso do Sul. Nos inquéritos que estão no Supremo, o principal acusado é o hoje deputado federal Vander Loubet (PT-MS). Foi na Secretaria de Governo, chefiada por Loubet, que, em 1999, teria nascido o esquema. Por decisão judicial, foram quebrados seus sigilos bancário e fiscal.

Desvios no governo de Zeca do PT somaram R$ 30 milhões em seu segundo mandato, entre 2007 e 2010
Durante as investigações, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo uma série de diligências a ser feitas pela Polícia Federal. Em novembro de 2009, o relator do caso no Supremo, ministro Marco Aurélio Mello, determinou à PF que cumprisse as diligências e tomasse depoimentos de cerca de 20 pessoas – entre elas, o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o publicitário Dudu Godoy. Um ano depois, a PF ainda não cumprira a missão, apesar de o ministro Marco Aurélio ter reiterado as ordens. Irritado com a lentidão, Marco Aurélio encaminhou ofício ao presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, pedindo providências. Peluso deu um despacho em que exige que a Polícia Federal “cumpra as diligências com a máxima urgência”. O ofício também foi enviado pelo Supremo à Corregedoria-Geral da PF para apurar as razões do atraso. Procurado por ÉPOCA, o ministro Paulo Bernardo não quis falar sobre o assunto.

Um dos inquéritos que correm no Supremo relaciona-se à contratação pelo governo de Zeca do PT da empresa Núcleo de Desenvolvimento Estratégico e Comunicação Ltda., conhecida como NDEC. A NDEC é acusada de abastecer o propinoduto petista com o dinheiro recebido num contrato com o governo estadual que sofreu nada menos que 12 reajustes de preço. A NDEC é uma produtora de vídeo, com sede em Campo Grande, que fez o s caminho inverso ao percorrido por Dudu Godoy e o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Eles saíram de Mato Grosso do Sul e se expandiram pelo Brasil, quase sempre se valendo de seus bons contatos no PT. Depois do contrato com o governo de Mato Grosso do Sul, a NDEC entrou nos mercados de São Paulo e do Paraná. Participou da campanha da petista Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo, em 2000. Depois da vitória de Marta, a NDEC obteve um contrato para operar a TV São Paulo, a emissora da Câmara Municipal paulistana. Segundo uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o endereço da NDEC registrado no contrato com a Câmara de Vereadores era o mesmo de uma empresa-fantasma investigada no escândalo sobre a máfia do lixo em São Paulo.

Em 2004, os donos da NDEC, Giovani Favieri e Armando Peralta, foram os responsáveis pela área de comunicação na campanha eleitoral de 2004 em que Dr. Hélio conquistou, pela primeira vez, a prefeitura de Campinas. Envolveram-se em várias transações suspeitas. A primeira ocorreu na prestação de contas da campanha. A NDEC foi usada para pagar os serviços do publicitário João Santana, que se tornaria o marqueteiro oficial do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. A operação chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. Segundo o Coaf, o movimento na conta bancária na empresa de Peralta e Favieri foi incompatível com sua capacidade econômico-financeira. Passaram por ali depósitos no valor de R$ 4,5 milhões, 77% desse dinheiro sacado em espécie na boca do caixa. A Polícia Federal abriu uma investigação para apurar as diferenças de valores entre os pagamentos que a NDEC diz ter feito à empresa de João Santana e os valores que a empresa de Santana declarou ter recebido à Receita Federal. João Santana, marqueteiro de Lula, foi pago por empresa envolvida nas fraudes em Mato Grosso do Sul



TESTEMUNHA
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, era secretário em Mato Grosso do Sul por ocasião das fraudes e vai ser ouvido nas investigações
De acordo com um dirigente nacional do PT, os sócios da NDEC, Favieri e Peralta, foram encarregados de arrecadar recursos para financiar a campanha de Dr. Hélio no segundo turno da eleição em Campinas. Segundo essa versão, a dupla procurava empresários em busca de doações que teriam sido previamente acertadas por José Dirceu, então ministro da Casa Civil, e pelo pecuarista Bumlai, o amigo de Lula. Em 2005, Peralta e Favieri se envolveram em outro escândalo. De acordo com promotores públicos de Mauá, São Paulo, o deputado federal José Mentor (PT-SP) e outros petistas teriam cobrado propina de um grupo empresarial interessado em construir um shopping center na cidade. Para dar ares de legalidade, teriam sido emitidas notas fiscais frias em nome da empresa Flash Comunicações Ltda., também de Mato Grosso do Sul. Segundo escreveram os promotores na denúncia, a Flash pertencia a Peralta e Favieri, mas foi registrada em nome de laranjas. No recente escândalo em Campinas, o nome de Favieri, por enquanto, apareceu apenas indiretamente. Ele é primo de Ricardo Cândia, ex-prefeito de Corumbá, Mato Grosso do Sul, preso agora pela polícia quando exercia o cargo de diretor de Planejamento e Urbanismo de Campinas.

A investigação dos promotores em Campinas vai se concentrar agora em esclarecer a relação dos contratos de publicidade da prefeitura com possíveis desvios de verbas públicas e as fraudes já constatadas em Mato Grosso do Sul.

domingo, 19 de junho de 2011

Nossa Cidade!Quem Ama Cuida!

Brasil Precisa cuidar da Ecologia Humana

Mais de 10 milhões vivem com R$ 39 por mês no País

Agência Estado

População equivalente à do Paraná é a mais miserável entre 16,267 milhões contabilizados pelo governo para o Brasil sem Miséria

Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros - equivalente ao Estado do Paraná - vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis - quase a população do Chile - contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria. Lançado em 2 de junho como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.

Foto: Agência EstadoAmpliar

Mulher beneficiada pelo Bolsa-Família faz recadastramento em São Paulo (24/07/2009)

Dados do Censo 2010 recém-divulgados pelo IBGE que municiaram a formatação do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da população que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de até R$ 70 mensais por pessoa - ou 8,5% dos 190 milhões de brasileiros.

A estimativa dos que sobrevivem com até R$ 39 mensais per capita corresponde à soma dos 4,8 milhões de miseráveis que moram em domicílios sem renda alguma e dos 5,7 milhões de moradores em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Estima-se que outros 5,7 milhões vivem com renda entre R$ 40 e R$ 70 mensais por pessoa da família.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social com base no Censo 2010, há 4 milhões de domicílios miseráveis no País. Em 1,62 milhão desse total vivem famílias que não têm renda. Em 1,19 milhão de moradias a renda familiar é de R$ 1 a R$ 39 mensais per capita e em outro 1,19 milhão as famílias vivem com R$ 40 a R$ 70.

Os números calculados pelo Estado são aproximados e levam em conta o número médio de 4,8 moradores por domicílio com renda familiar .

Além da baixíssima renda, os extremamente pobres têm em comum o fato de viver em domicílios com pelo menos um tipo de carência por serviços básicos, como energia elétrica, abastecimento de água, rede de saneamento ou coleta de lixo.

Ranking

O Estado com o maior número absoluto de miseráveis é a Bahia, onde estão 2,4 milhões - ou 14,8% da população extremamente pobre. Os baianos miseráveis são 17,7% dos habitantes do Estado.

No Maranhão, no entanto, está a maior proporção de miseráveis. Um em cada quatro moradores vive com renda familiar per capita entre zero e R$ 70 - um total de 1,7 milhão de pessoas, que representam 25,7% da população.

Seis Estados (PA, MA, CE, PE, BA e SP) têm, cada um, mais de 1 milhão de moradores em extrema pobreza. Juntos, eles concentram 9,4 milhões de miseráveis, ou 58% do total.

Estado mais populoso do País, São Paulo tem 1,084 milhão de pessoas que vivem em domicílios em situação de pobreza extrema - o que representa só 2,6% do total de habitantes.

A pesquisadora Lena Lavinas, do Instituto de Economia da UFRJ, especializada no estudo da pobreza, acredita que em um ano seja possível "alcançar as pessoas que, embora indigentes, ficaram de fora do programa Bolsa Família". "O importante é que não haja cotas ou limites para os municípios. Todas as pessoas devem ser cobertas."


Sem-renda não miseráveis

Na contabilidade dos extremamente pobres, o Ministério do Desenvolvimento Social não considerou 2 milhões que vivem em domicílios sem renda, mas, por terem melhores condições de moradia, não se enquadraram no "filtro" que classificou os que vivem na miséria. O total de brasileiros que vivem em famílias sem rendimento, segundo o Censo 2010, é de 6,8 milhões, divididos em 2,4 milhões de domicílios.

No entanto, foram enquadrados na categoria de miseráveis 4,8 milhões que vivem em famílias de renda zero, em 1,6 milhão de domicílios. A explicação dos técnicos é que a coleta de dados do Censo 2010 se refere à realidade dos domicílios no mês de julho daquele ano. Famílias que não são pobres podem não ter tido renda naquele período específico, mas isso não significa que viviam em condição de miséria.



sábado, 18 de junho de 2011

Bombeiros acolhem Guardas Ambientais Mirins

Guardas ambientais mirins visitam Grupamento em Magé

Os guardas ambientais mirins conheram os equipamentos dos bombeiros

Os 240 alunos da quinta turma do curso para formação de guardas ambientais mirins em Duque de Caxias visitaram quinta-feira, 16 de junto, a sede do 2º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (GSFMA), localizado na APA Suruí, em Magé. O passeio fez parte do aprendizado do curso que beneficia alunos das redes municipal e estadual de ensino da região e jovens da comunidade. O projeto é da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (SMMAAA) e conta com apoio da Secretaria Municipal de Educação e de empresas da iniciativa privada.

Os alunos visitaram o 2º GSFMA em dois grupos, assistiram palestras sobre o trabalho dos bombeiros e conheceram os equipamentos usados no combate a incêndios nas matas e socorro de vítimas. Os alunos ficaram entusiasmados com o veículo ATE (Auto Tático de Emergência) e a cadela Shaquira treinada para socorrer vítimas perdidas e localizar cadáveres. Ela e mais seis cães do grupamento tiveram destaque no socorro às vitimas do Haiti, e nas tragédias provocadas por deslizamentos de encostas na Região Serrana, no Morro do Bumba e Angra dos Reis.

O diretor do Parque Natural Municipal da Taquara, Marlos Campos, convidou os militares para formatura do grupo, no dia 7 de julho, na sede do parque, com a presença do secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia. Ambos fizeram palestras na sede do grupamento no dia 2 de junho, dentro das comemorações do Ano Internacional das Florestas. Na ocasião, eles receberam comenda do comandante do grupamento, tenente-coronel Vitor Leite da Silva.

Os alunos assitiram a palestras e tiraram dúvidas

“Cada vez mais vamos aprofundar as parcerias. Os passeios que os jovens participam durante o curso são importantes. Nossos jovens aprendem muito sobre a flora e a fauna da Mata Atlântica e sua preservação. Isso será de grande importância em suas comunidades”, destacou o secretário Samuel Maia.

Durante o curso, que tem duração de três meses, os jovens recebem noções de cidadania, educação ambiental, monitoramento de trilhas, geografia, história da região, primeiros-socorros na floresta, ciclo da água, produção de mudas da Mata Atlântica e escotismo. As inscrições para as turmas do segundo serão abertas na segunda quinzena de julho. Outras informações poderão ser obtidas pelo telefone: 2787-3696.

Dessa turma participam alunos das escolas municipais Romeu Menezes dos Santos, Jair Alves de Freitas, Darcy Ribeiro, Hermínia Caldas da Silva, Helena Aguiar de Medeiros, Anísio Spínola Teixeira, Marechal Floriano Peixoto, Esmeraldo Berçácollo, Barão do Amapá, General Mourão Filho e Oduvaldo Viana. Do estado, alunos das escolas Manoel Bandeira e Fernando Figueiredo.

As crianças conheceram os cães treinados para salvamento dos bombeiros


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Reunião Discute Encerramento do Aterro de JD Gramacho

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DISCUTE PLANO DE AÇÃO PARA CATADORES DE GRAMACHO
"O governo está fazendo o dever de casa" informa Samuel Maia

Em reunião realizada na Secretaria de Estado do Ambiente recebeu nesta terça-feira (14/06) representantes de catadores, do poder público e da iniciativa privada com o objetivo de discutir e definir um plano de ação que atenda aos catadores que atuam no aterro de Gramacho, previsto para ser desativado até o final do ano. O grupo vem se reunindo mensalmente, desde fevereiro, com o propósito de fechar um conjunto de estratégias para atender a esses trabalhadores. O Secretário Samuel Maia, lembrou que, no mês passado, foram criados três grupos de trabalho, sendo que um deles busca atender à principal demanda social quando o aterro encerrar suas atividades: o que fazer com os quase 2.500 catadores que atuam no local e que, em sua maioria, não têm outro tipo de habilidade profissional. “O plano de ação está sendo discutido, mas já está definido que a Secretaria de Trabalho de Duque de Caxias, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), vai oferecer 1.200 vagas em cursos de capacitação para diversas áreas. No programa federal Pró-Jovem, que oferece aos participantes oportunidades de elevação da escolaridade e qualificação profissional, a prefeitura de Caxias conseguiu reservar 200 vagas, para jovens entre 18 e 29 anos”, afirmou Maia. Dois fundos municipais já foram debatidos por todos os atores interessados para assistir aos catadores e suas famílias, aguardando o deferimento da Procuradoria Geral do Município para o Executivo enviar a mensagem de Lei a Câmara: um para revitalização urbana e ambiental do bairro e outro em prol da capacitação dos catadores, conhecido como Fundo dos Catadores. Ambos contam com recursos repassados pela empresa Novo Gramacho, que explora o gás metano captado no aterro de Gramacho. O primeiro receberá valores da venda de créditos de carbono oriundos da captação dos gases pelos próximos 14 anos. Já o segundo contará com R$ 1.500.000, por ano. Na temática saúde e assistência social nas quais se baseia o segundo grupo de trabalho do plano de desativação de Gramacho, a Secretaria de Estado do Ambiente, em parceria com a Fiocruz e a Uerj, está realizando um estudo para mapear a possibilidade de epidemias na região, em decorrência das condições insalubres do bairro de Jardim Gramacho. O terceiro grupo de trabalho criado visa a definir ações para atender a infraestrutura urbana e ambiental da região. A proposta da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias pretende desenvolver na região proposta de bairro sustentável, com a utilização de asfalto borracha, lâmpadas de LED, que reduz o consumo de energia em quase 90% e têm vida útil maior, e teto solar, entre outras medidas. Participaram da reunião além do Secretário Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias, o subsecretário estadual de Ambiente Luiz Firmino,representantes das prefeituras de Duque de Caxias e do Rio de Janeiro, da Comlurb, das secretarias de Estado de Trabalho e Renda e de Saúde, da Nova Gramacho, do BNDES, do Sebrae, das secretarias municipais de Trabalho e Meio Ambiente de Duque de Caxias, de cooperativas do Fórum Comunitário de Jardim Gramacho e do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Operação em Caxias apreende pássaros e armas



Membors da equipe da operação com gaiolas apreendidas
O Batalhão Florestal e de Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Chico Mendes (ICMBIO)/APA Petrópolis e a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias, apreendeu pássaros silvestres, espingardas de caça, um revolver calibre 32, trabucos e muita munição, além de redes e alçapões. A blitz ocorreu na última sexta-feira, 10 de junho, no Parque Natural Municipal da Taquara, no terceiro distrito, atendendo denúncias de freqüentadores. O secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia, que participou do início da operação, disse que a fiscalização será constante.

Por volta das 10h, cerca de 10 agentes florestais estaduais, municipais e federais iniciaram a operação no parque que tem uma área de 200 mil metros quadrados e estava sendo ocupada por caçadores, que chamara a atenção dos freqüentadores. Durante a fiscalização em um sítio, foi encontrado um depósito com mais de dez gaiolas e pássaros silvestres, muitos em extinção e aparentando maus-tratos. O caseiro foi identificado e posteriormente será chamado para depor na Polícia Federal.

                                           Muitos pássaros encontrados presos

Em um outro sítio, foi encontrada uma espingarda de caça, trabucos e grande quantidade de munição. Apesar das buscas o dono do sítio não foi localizado.

Os agentes foram procurados durante a operação por um casal de caseiros que entregou aos policiais um espingarda de caça que pertenceria ao dono do sítio. A arma, junto com as outras apreensões, foi levada para a delegacia da Polícia federal de Petrópolis.

Em outro sítio localizado no parque foram encontrados uma espingarda, um revólver calibre 32, munição, redes de caça e pássaros engaiolados e mau cuidados. No local a polícia encontrou a documentação de um suspeito, de nome Paulo, que tomava conta do sítio e será chamado para depor no inquérito aberto por crimes ambientais previstos na Lei Federal 9605/98.

Além do secretário Samuel Maia participaram da operação o chefe da fiscalização da APA Petrópolis (ICMBIO), Josimárcio Campos de Azevedo, PMs do Batalhão Florestal comandados pelo tenente Arildo e o diretor do Parque da Taquara, Marlos Campos e sua equipe de agentes ambientais.




Texto: Paulo Gomes
Fotos: Everton Barsan e George Fant

domingo, 12 de junho de 2011

Ditadura Militar e Religião

| N° Edição: 2170 | 10.Jun.11 - 21:00 | Atualizado em 12.Jun.11 - 11:39

Os evangélicos e a ditadura militar

Documentos inéditos do projeto Brasil: Nunca Mais - até agora guardados no Exterior - chegam ao País e podem jogar luz sobre o comportamento dos evangélicos nos anos de chumbo

Rodrigo Cardoso

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No primeiro dia foram oito horas de torturas patrocinadas por sete militares. Pau de arara, choque elétrico, cadeira do dragão e insultos, na tentativa de lhe quebrar a resistência física e moral. “Eu tinha muito medo do que ia sentir na pele, mas principalmente de não suportar e falar. Queriam que eu desse o nome de todos os meus amigos, endereços... Eu dizia: ‘Não posso fazer isso.’ Como eu poderia trazê-los para passar pelo que eu estava passando?” Foram mais de 20 dias de torturas a partir de 28 de fevereiro de 1970, nos porões do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo. O estudante de ciências sociais da Universidade de São Paulo (USP) Anivaldo Pereira Padilha, da Igreja Metodista do bairro da Luz, tinha 29 anos quando foi preso pelo temido órgão do Exército. Lá chegou a pensar em suicídio, com medo de trair os companheiros de igreja que comungavam de sua sede por justiça social. Mas o mineiro acredita piamente que conseguiu manter o silêncio, apesar das atrocidades que sofreu no corpo franzino, por causa da fé. A mesma crença que o manteve calado e o conduziu, depois de dez meses preso, para um exílio de 13 anos em países como Uruguai, Suíça e Estados Unidos levou vários evangélicos a colaborar com a máquina repressora da ditadura. Delatando irmãos de igreja, promovendo eventos em favor dos militares e até torturando. Os primeiros eram ecumênicos e promoviam ações sociais e os segundos eram herméticos e lutavam contra a ameaça comunista. Padilha foi um entre muitos que tombaram pelas mãos de religiosos protestantes.

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O metodista só descobriu quem foram seus delatores há cinco anos, quando teve acesso a documentos do antigo Sistema Nacional de Informações: os irmãos José Sucasas Jr. e Isaías Fernandes Sucasas, pastor e bispo da Igreja Metodista, já falecidos, aos quais era subordinado em São Paulo. “Eu acreditava ser impossível que alguém que se dedica a ser padre ou pastor, cuja função é proteger suas ovelhas, pudesse dedurar alguém”, diz Padilha, que não chegou a se surpreender com a descoberta. “Seis meses antes de ser preso, achei na mesa do pastor José Sucasas uma carteirinha de informante do Dops”, afirma o altivo senhor de 71 anos, quatro filhos, entre eles Alexandre, atual ministro da Saúde da Presidência de Dilma Rousseff, que ele só conheceu aos 8 anos de idade. Padilha teve de deixar o País quando sua então mulher estava grávida do ministro. Grande parte dessa história será revolvida a partir da terça-feira 14, quando, na Procuradoria Regional da República, em São Paulo, acontecerá a repatriação das cópias do material do projeto Brasil: Nunca Mais. Maior registro histórico sobre a repressão e a tortura na ditadura militar (leia quadro na pág. 79), o material, nos anos 80, foi enviado para o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), organização ecumênica com sede em Genebra, na Suíça, e para o Center for Research Libraries, em Chicago (EUA), como precaução, caso os documentos que serviam de base do trabalho realizado no Brasil caíssem nas mãos dos militares. De Chicago, virá um milhão de páginas microfilmadas referentes a depoimentos de presos nas auditorias militares, nomes de torturadores e tipos de tortura. A cereja do bolo, porém, chegará de Genebra – um material inédito composto por dez mil páginas com troca de correspondências entre o reverendo presbiteriano Jaime Wright (1927 – 1999) e o cardeal-arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, que estavam à frente do Brasil: Nunca Mais, e as conversas que eles mantinham com o CMI.

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Somente em 1968, quatro anos após a ascensão dos militares ao poder, o catolicismo começou a se distanciar daquele papel que tradicionalmente lhe cabia na legitimação da ordem político-econômica estabelecida. Foi aí, quando no Brasil religiosos dominicanos como Frei Betto passaram a ser perseguidos, que a Igreja assumiu posturas contrárias às ditaduras na maioria dos países latino-americanos. Os protestantes, por sua vez, antes mesmo de 1964, viveram uma espécie de golpe endógeno em suas denominações, perseguindo a juventude que caminhava na contramão da ortodoxia teológica. Em novembro de 1963, quatro meses antes de o marechal Humberto Castelo Branco assumir a Presidência, o líder batista carismático Enéas Tognini convocou milhares de evangélicos para um dia nacional de oração e jejum, para que Deus salvasse o País do perigo comunista. Aos 97 anos, o pastor Tognini segue acreditando que Deus, além de brasileiro, se tornou um anticomunista simpático ao movimento militar golpista. “Não me arrependo (de ter se alinhado ao discurso dos militares). Eles fizeram um bom trabalho, salvaram a Pátria do comunismo”, diz.

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Assim, foi no exercício de sua fé que os evangélicos – que colaboraram ou foram perseguidos pelo regime – entraram na alça de mira dos militares (leia a movimentação histórica dos protestantes à pág. 80). Enquanto líderes conservadores propagavam o discurso da Guerra Fria em torno do medo do comunismo nos templos e recrutavam formadores de opinião, jovens batistas, metodistas e presbiterianos, principalmente, com ideias liberais eram interrogados, presos, torturados e mortos. “Fui expulso, com mais oito colegas, do Seminário Presbiteriano de Campinas, em 1962, porque o nosso discurso teológico de salvação das almas passava pela ética e a preocupação social”, diz o mineiro Zwinglio Mota Dias, 70 anos, pastor emérito da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, da Penha, no Rio de Janeiro. Antigo membro do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi), que promovia reuniões para, entre outras ações, trocar informações sobre os companheiros que estavam sendo perseguidos, ele passou quase um mês preso no Doi-Codi carioca, em 1971. “Levei um pescoção, me ameaçavam mostrando gente torturada e davam choques em pessoas na minha frente”, conta o irmão do também presbiteriano Ivan Mota, preso e desaparecido desde 1971. Hoje professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Dias lembra que, enquanto estava no Doi-Codi, militares enviaram observadores para a sua igreja, para analisar o comportamento dos fiéis.

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Segundo Rubem Cesar Fernandes, 68 anos, antropólogo de origem presbiteriana, preso em 1962, antes do golpe, por participar de movimentos estudantis, os evangélicos carregam uma mancha em sua história por convidar a repressão a entrar na Igreja e perseguir os fiéis. “Os católicos não fizeram isso. Não é justificável usar o poder militar para prender irmãos”, diz ele, considerado “elemento perigoso” no templo que frequentava em Niterói (RJ). “Pastores fizeram uma lista com 40 nomes e entregaram aos militares. Um almirante que vivia na igreja achava que tinha o dever de me prender. Não me encontrou porque eu estava escondido e, depois, fui para o exílio”, conta o hoje diretor da ONG Viva Rio.

O protestantismo histórico no Brasil também registra um alto grau de envolvimento de suas lideranças com a repressão. Em sua tese de pós-graduação, defendida na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Daniel Augusto Schmidt teve acesso ao diário do irmão de José, um dos delatores de Anivaldo Padilha, o bispo Isaías. Na folha relativa a 25 de março de 1969, o líder metodista escreveu: “Eu e o reverendo Sucasas fomos até o quartel do Dops. Conseguimos o que queríamos, de maneira que recebemos o documento que nos habilita aos serviços secretos dessa organização nacional da alta polícia do Brasil.” Dono de uma empresa de consultoria em Porto Alegre, Isaías Sucasas Jr., 69 anos, desconhecia a história da prisão de Padilha e não acredita que seu pai fora informante do Dops. “Como o papai iria mentir se o cara fosse comunista? Isso não é delatar, mas uma resposta correta a uma pergunta feita a ele por autoridades”, diz. “Nunca o papai iria dedar um membro da igreja, se soubesse que havia essas coisas (torturas).” Em 28 de agosto de 1969, um exemplar da primeira edição do jornal “Unidade III”, editado pelo pai do ministro da Saúde, foi encaminhado ao Dops. Na primeira página, há uma anotação: “É preciso ‘apertar’ os jovens que respondem por este jornal e exigir a documentação de seu registro porque é de âmbito nacional e subversivo.” Sobrinho do pastor José, o advogado José Sucasas Hubaix, que mora em Além Paraíba (MG), conta que defendeu muitos perseguidos políticos durante a ditadura e não sabia que o tio havia delatado um metodista. “Estou decepcionado. Sabia que alguns evangélicos não faziam oposição aos militares, mas daí a entregar um irmão de fé é uma grande diferença.”

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Nenhum religioso, porém, parece superar a obediência canina ao regime militar do pastor batista Roberto Pontuschka, capelão do Exército que à noite torturava os presos e de dia visitava celas distribuindo o “Novo Testamento”. O teólogo Leonildo Silveira Campos, que era seminarista na Igreja Presbiteriana Independente e ficou dez dias encarcerado nas dependências da Operação Bandeirante (Oban), em São Paulo, em 1969, não esquece o modus operandi de Pontuschka. “Um dia bateram na cela: ‘Quem é o seminarista que está aqui?’”, conta ele, 21 anos à época. “De terno e gravata, ele se apresentou como capelão e disse que trazia uma “Bíblia” para eu ler para os comunistas f.d.p. e tentar converter alguém.” O capelão chegou a ser questionado por um encarcerado se não tinha vergonha de torturar e tentar evangelizar. Como resposta, o pastor batista afirmou, apontando para uma pistola debaixo do paletó: “Para os que desejam se converter, eu tenho a palavra de Deus. Para quem não quiser, há outras alternativas.” Segundo o professor Maurício Nacib Pontuschka, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, seu tio, o pastor-torturador, está vivo, mas os dois não têm contato. O sobrinho também não tinha conhecimento das histórias escabrosas do parente. “É assustador. Abomino tortura, vai contra tudo o que ensino no dia a dia”, afirma. “É triste ficar sabendo que um familiar fez coisas horríveis como essa.”

Professor de sociologia da religião na Umesp, Campos, 64 anos, tem uma marca de queimadura no polegar e no indicador da mão esquerda produzida por descargas elétricas. “Enrolavam fios na nossa mão e descarregavam eletricidade”, conta. Uma carta escrita por ele a um amigo, na qual relata a sua participação em movimentos estudantis, o levou à prisão. “Fui acordado à 1h por uma metralhadora encostada na barriga.” Solto por falta de provas, foi tachado de subversivo e perdeu o emprego em um banco. A assistente social e professora aposentada Tomiko Born, 79 anos, ligada a movimentos estudantis cristãos, também acredita que pode ter sido demitida por conta de sua ideologia. Em meados dos anos 60, Tomiko, que pertencia à Igreja Evangélica Holiness do Brasil, fundada pelo pai dela e outros imigrantes japoneses, participou de algumas reuniões ecumênicas no Exterior. Em 1970, de volta ao Brasil, foi acusada de pertencer a movimentos subversivos internacionais pelo presidente da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor, onde trabalhava. Não foi presa, mas conviveu com o fantasma do aparelho repressor. “Meu pesadelo era que o meu nome estivesse no caderninho de endereço de alguma pessoa presa”, conta.

Parte da história desses cristãos aterrissará no Brasil na terça-feira 14, emaranhada no mais de um milhão de páginas do Projeto Brasil: Nunca Mais repatriadas pelo Conselho Mundial de Igrejas. Não que algum deles tenha conseguido esquecer, durante um dia sequer, aqueles anos tão intensos, de picos de utopia e desespero, sustentados pela fé que muitos ainda nutrem. Para seguir em frente, Anivaldo Padilha trilhou o caminho do perdão – tanto dos delatores quanto dos torturadores. Em 1983, ele encontrou um de seus torturadores em um baile de Carnaval. “Você quis me matar, seu f.d.p., mas eu estou vivo aqui”, pensou, antes de virar as costas. Enquanto o mineiro, que colabora com uma entidade ecumênica focada na defesa de direitos, cutuca suas memórias, uma lágrima desce do lado direito de seu rosto e, depois de enxuta, dá vez para outra, no esquerdo. Um choro tão contido e vívido quanto suas lembranças e sua dor.

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