sexta-feira, 31 de maio de 2013

Rebio-Equitativa área de Mata Atlântica está ameaçada pela atual administração de Duque de Caxias



Uma área de 1,5 milhão de metros quadrados — rica em flora e fauna — compõe o território de Duque de Caxias. É a Reserva Biológica Municipal do Parque Equitativa, em Santa Cruz da Serra, que abriga um dos poucos espaços de Mata Atlântica da Baixada  e está ameaçada pela nova administração de Duque de Caxias, do Prefeito Alexandre Cardoso.
Ata do Conselho Gestor da Reserva Biológica do Parque Equitativa de 12/05/2013, que tivemos acesso relata em um de seus trechos o seguinte:
                           "   A Secretária Laurici,  deseja se reunir com o  conselho, com o fim de discutir a colocação de um portão junto à entrada do chamado monte, para controlar a entrada apenas de pessoas cadastradas e autorizadas. Quer discutir também o pedido de redução da REBIO. A todos os presentes pareceu um retrocesso na luta pela conservação das áreas verdes da Equitativa."

Aqui, encontramos a vegetação nativa dessa mata, ainda na fase primária, ou seja, que não foi desmatada. É uma área que requer muito cuidado e atenção — explica a bióloga Silvana Miranda.
De acordo com ela, no que diz respeito à vegetação, podem ser encontrados jacarandás, cedros,   angicos, ipês e embaúbas, entre muitas outras espécies típicas desta vegetação.
Já no caso dos animais, é possível encontrar sagui, tucano, tamanduá-bandeira, tatu, sabiá, entre outros. Além disso, há muitas nascentes no território.

A garça busca alimento no lago
A garça busca alimento no lago Foto: Nina Lima / Extra

- A importância da reserva não está restrita apenas à beleza natural, é preciso criar a consciência de preservação. Esse espaço é um filtro para a poluição do ar, comporta muitas espécies animais e vegetais, é bastante rico — destaca Silvana.
Apesar de enumerar algumas das espécies, a bióloga conta que ainda não foi realizado um mapeamento preciso da área.
- Já visualizaram, por exemplo, uma onça, mas isso não foi registrado por especialistas — diz.
A reserva tem um comitê gestor, formado pelo poder público, entidades representativas e moradores.

Mico-estrela: atípico da mata, foi introduzido no local e pode desequilibrar o ecossistema
Mico-estrela: atípico da mata, foi introduzido no local e pode desequilibrar o ecossistema Foto: Nina Lima / Extra

A Reserva Biológica do Parque Equitativa sofre com a introdução de espécies que não são nativas da Mata Atlântica, como é o caso do mico-estrela.

- Este animal é típico da Região Nordeste, mas foi introduzido aqui. Por não possuir predador natural no local, pode causar desequilíbrio no ecossistema — explica Silvana Miranda.

- Outro problema enfrentado é a ocupação indevida pela população.

- Atualmente, o espaço é usado por grupos religiosos para orações. No entanto, precisamos cuidar desta área, que deve ser usada apenas para pesquisa, já que trata-se de uma reserva — diz, fazendo algumas ressalvas:

-É livre a manifestação religiosa. No entanto, deveria ser visto um novo espaço para a prática. Tanto a flora, quanto a fauna do local devem ser sempre respeitadas e preservadas.

Por conta da riqueza natural, Silvana Miranda diz que algumas pessoas vão à reserva praticar a caça.


sábado, 25 de maio de 2013

Samuel Maia Ministra Palestra em Volta Redonda



        A 5ª Conferência Municipal de Volta Redonda, etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional das Cidades, convocada pelo Ministério das Cidades, foi realizada na sexta-feira e sábado (dias 24 e 25), no auditório da UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase), no bairro Aterrado.  A conferência discutiu propostas sobre o tema “Quem Muda a Cidade somos Nós: Reforma Urbana Já”, enfocando assuntos como acessibilidade, transporte, Saúde, Educação, Habitação, e Meio Ambiente.
    O evento local teve a coordenação da SMP (Secretaria Municipal de Planejamento) e IPPU-VR (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Volta Redonda) e promoveu ainda a eleição dos novos membros do CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano).  Na presidência dos trabalhos está o prefeito Antônio Francisco Neto, e a conferência conta com a participação dos segmentos da administração municipal, movimentos sociais e populares, trabalhadores representados por entidades sindicais, empresários, entidades profissionais acadêmicas, de pesquisa, conselhos municipais e ONGs (Organizações Não Governamentais).
Para ajudar na reflexão foi convidado o Professor e Ambientalista Samuel Maia, que colaborou com seus profundos conhecimentos sobre a temática do Eventto.
Na mesa de abertura estiveram presente o prefeito Antônio Francisco Neto, vice-prefeito, Carlos Roberto Paiva,  Professor Samuel Maia, o secretário de Planejamento, Lincoln Botelho, a representante do movimento social, Adelaide Máximo, mauro Campos, pelos empresários, Laura Jane, pelas entidades profissionais, Rosângela, pelo segmento das Ongs e Conceição,  pelo Sindicato dos trabalhadores. Os vereadores Fábio da Silva Carvalho, Fernando Martins e Jerônimo Telles também prestigiaram o evento.
O Professor Samuel Maia, disse que a Conferência Municipal é um dos maiores eventos da controle social da política urbana, onde a população terá a oportunidade de intervir na elaboração de políticas para a mobilidade urbana, saúde, educação, saneamento ambiental e programas de gestão da cidade.
“A conferência é constitucional, de grande importância, porque mais de 80% da população brasileira vive atualmente em ambiente urbano. É preciso pensar e discutir isso com todos”, afirmou Botelho.  O secretário ressaltou que o objetivo é democratizar a participação popular, ampliar essas oportunidades na construção de uma política urbana, onde o foco principal é a própria cidade, quem a ocupa e se movimenta dentro dela. Maia considera fundamental discutir o modelo nacional de desenvolvimento urbano para avançar na questão.
Na conferência foram eleitos 20 delegados para a conferência estadual das cidades e 32 conselheiros para o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, para a gestão 2013-2014.

Desafios futuros – Na opinião do secretário Lincoln Botelho, o trabalho dos conselheiros e delegados apresenta grandes desafios para avaliar e dar subsídios aos planos municipais de Saneamento Básico, Mobilidade Urbana e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, que serão elaborados dentro das novas regras estabelecidas pela recente legislação federal, mudando a forma de gestão dos municípios.
“O novo CMDU vai acompanhar e ajudar a fazer as transformações necessárias nas cidades. Volta Redonda tem um movimento social muito ativo e acredito numa presença forte nesta 5ª Conferência Municipal, etapa preparatória para a Conferência Nacional das Cidades”, enfatizou o secretário de Planejamento.
Na opinião dos participantes da conferência  as mudanças na logística da cidade devem, acima de tudo, privilegiar a mobilidade do cidadão, e que é preciso discutir um sistema nacional ideal para o desenvolvimento urbano. As conferências municipais, as estaduais e a nacional são os locais certos para se discutir e definir estas novas políticas, portanto, a participação de todos é fundamental, destacou a militante social Adelaide Máximo .
       O prefeito Antônio Francisco Neto disse que a realização da conferência é muito importante para a cidade. “Sei que destas discussões teremos muitos frutos bons.  Ela significa, que com o envolvimento de todos vocês da sociedade, Volta Redonda vai avançar. Desejo que todos tenham uma boa conferência e tenho a certeza que o Professor Samuel Maia, nos ajudará muito nas reflexões. A nossa cidade é construída por todos nós”, disse o prefeito

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Conexão Cultura#Sustentabilidade




Vicente Portella

Brasil precisa urgentemente de uma nova mentalidade política, de uma nova concepção de coletividade e de um profundo resgate dos valores humanos. O Cidadão comum olha para o Congresso nacional, para as assembleias legislativas estaduais e para as Câmaras municipais e não se sente representado. Ocorre o mesmo com o poder executivo: União, estados e Municípios. Nenhuma das instancias de poder eleitas pelo povo reflete o pensamento da sociedade ou comtempla suas necessidades. Isso se dá pelo divórcio litigioso estabelecido entre poder e povo.
Os partidos brasileiros perderam suas referências e abandonaram seus compromissos. Encastelaram-se, cupulizaram-se, isolaram-se do Brasil real e enquanto o mundo mudava se transformaram em meros trampolins para um poder destituído de representatividade.
A própria estrutura de comunicação monopolista imposta ao país construiu um leito abstrato para que apenas dois partidos, PSDB e PT, se revezassem no poder eternamente, mantendo todos os vícios, malefícios e distorções que caracterizam as duas instituições nascidas no mesmo ninho e criadas como almas siamesas, uma vestindo macacão, outra terno e gravata, para tentar enganar a população, criando a ilusão de que são diferentes.
Essa uniformização da política criou a ditadura do pensamento único, estabelecendo um ambiente onde não há debate, não há participação da sociedade e não há sequer respeito pelo pensamento ou pelo sentimento das pessoas. Falta humanidade, falta gente nesse contexto.
Agentes políticos governamentais se orgulham da robotização do ser humano, da coisificação das políticas públicas, se orgulham da deseducação, da incultura, da falta de saúde básica, da falta de habitação digna e de tudo aquilo que considera “sucesso” os números favoráveis à uma meia dúzia de poderosos. Se orgulham, em resumo, de impor ao país uma farsa.
Nunca foi tão necessário organizar a sociedade e o povo brasileiro em torno da luta por um futuro mais digno, mais sério, mais honrado e mais sustentável. Está na hora de convocar as pessoas de bem, grande maioria da população, para a construção de um país de verdade.
Marina Silva, uma mulher guerreira e digna de respeito, vem percorrendo o Brasil com a proposta de construir um partido capaz de estabelecer uma nova política, baseada na valorização do ser humano, no respeito ao cidadão, nas liberdades individuais e na valorização do pensamento humano. O nome desse partido será #Rede Sustentabilidade. Rede por que tem a intensão de unir à todos nós em torno de uma nova forma de fazer política, e sustentabilidade porque tem compromisso com as gerações futuras, com a construção e manutenção do amanhã.
No dia 30 de Maio ás 19 horas, estaremos juntos no Restaurante Gourmet República - Rua José de Souza Herdy 951 – 25 de AGOSTO - fazendo a primeira Conexão Cultura#Sustentabilidade em Duque de Caxias. Eu, Beto Gaspari, Samuel Maia, Wagner Gaspari e muitos outros parceiros vamos colher assinaturas de apoio ao novo partido e fazer ação cultural, porque nós acreditamos no futuro. O Brasil precisa ser passado a limpo, assim como o Estado do Rio de janeiro e nossa cidade, Duque de Caxias.


domingo, 19 de maio de 2013

Caetano escreve sobre Marina Silva




Quase nada

Alegra-me repetir o nome de Marina Silva quando esperneiam para que o apaguemos

As palavras de Marina Silva sobre o caso Feliciano são sensatas e dizem o que deve ser dito. A imprensa deu um tom suspeito nas manchetes e os malucos das redes sociais (segundo me contam) entraram em surto. Meu amigo Rafael Rodriguez acha que querem desqualificar Marina para que se mantenha a disputa eleitoral ente PT e PSDB. Isso parece com o que eu dizia quando o nome de Mangabeira Unger era limado de minhas entrevistas, algumas eleições atrás: os jornalistas são petistas e os donos dos jornais são tucanos, não há lugar para terceiros nomes. Mas Mangabeira é uma referência incontornável e Marina é um peso político-eleitoral difícil de destruir. Não estou nem aí.
Gostei muito foi do comentário de Elio Gaspari sobre cotistas. A reportagem que parecia comprovar que cotas só servem para destruir a meritocracia revela-se vazia de conteúdo diante da pesagem das estatísticas feita pelo grande jornalista. Aliás, o artigo dele sobre a substituição, pelo governo Dilma, do secretário executivo do Ministério da Fazenda é de leitura obrigatória (eu, que pouco sei sobre essas coisas, fiquei mais inteligente ao lê-lo).
Voltando: será que alguém crê que Marina Silva está assinando embaixo de declarações inaceitáveis feitas por Feliciano só porque ele é evangélico? Esses doidos não podem fingir que acreditam nisso. De repente é como se Marina apoiasse a interpretação do assassinato de John Lennon feita pelo pastor. Impossível. Ele disse que o crime era uma manifestação da Santíssima Trindade. Que queria estar lá quando acharam o corpo do cantor e dizer: “Este primeiro tiro é em nome do Pai, o segundo é em nome do Filho e o terceiro é em nome do Espírito Santo”. O “Não matarás” da Bíblia fica assim desvalorizado, submetido à ideia de um Deus ciumento e vingativo, tão pré-cristão e tão anticristão, como se os nossos valores morais se baseassem nas punições contra quem, na conquista da Terra Prometida, deixasse de matar, por piedade, mesmo “uma criança de peito”. O pecado ingênuo de um adolescente (dizer que seu grupo de rock estava mais popular do que Jesus Cristo) é tido, assim, como mais grave do que o assassinato a sangue frio. Como a compassiva Marina iria compactuar com essa interpretação dos ensinamentos bíblicos? O que ela diz é que Feliciano não representa o pensamento de todos os evangélicos. Nem mesmo da maioria. Marina defende o Estado laico. E o diz com todas as letras. Por que querer criar confusão onde há tanta clareza?
Outro dia li um jornalista reclamando que falo sobre tudo e mais alguma coisa. A piada da “Piauí”, em que apareço com uma capa de magistrado do STF (que, aliás, na montagem fotográfica me caiu muito bem), sob uma manchete que dava conta de que uma decisão momentosa ia ser arbitrada por mim, é engraçadaça. Me mostraram um vídeo no YouTube em que estou dizendo a alguém “Você é burro, cara”. Eu repetia que o cara era burro e dizia que ele formulara a pergunta de modo tão burro que eu não conseguia sequer memorizar. Meu amigo Eduardo Sá achou de onde tiraram esse clipe. Foi de um programa de TV chamado “Vox Populi”. É dos anos 1970. Eu tinha o cabelo muito longo, muito preto e muito cacheado (esses dois últimos atributos sendo os de que tenho mais saudade). E falava com uma mistura um tanto estranha de moleza e arrogância. O quadro do período explica minha atitude. Eu tinha começado o trabalho com A Outra Banda da Terra sob apedrejamento crítico. O disco “Muito” foi achincalhado como sendo a prova final de minha inépcia e falta de inspiração. “Sampa” e “Terra” estavam sendo lançadas nesse disco. Anteontem reli um artigo de Tárik de Souza em que ele avalia, com forte espírito de corpo jornalístico, minhas brigas com a imprensa da fase que se seguiu a esse lançamento. Quem eu tinha chamado de burro era Geraldo Mayrink, da “Veja”, que destacava frases de músicas de Ary Barroso, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que eu citara em minhas letras, como exemplos de maus versos, crendo que eram meus (eram de músicas muito conhecidas por quem atentasse para a MPB). Sei que eu estava certo, mas não me senti bem vendo o vídeo. Valeu para eu poder mostrar a meu filho mais novo meu pai falando (ele aparece fazendo pergunta íntima). Mas meu desejo de desprezar as opiniões negativas sobre meu trabalho me irritou um pouco. Preferi ver um “Roda Viva” em que eu, mais velho (com o cabelo já liso mas ainda todo preto), falo “de tudo”, mas em tom mais modesto.
O que vale o que eu penso sobre Gaspari ou Marina? Creio que quase nada. Mas alegra-me poder repetir o nome de Marina Silva quando páginas de jornal e telas de computadores esperneiam para que o apaguemos.

artigo publicado hoje no Jornal O Globo

sábado, 18 de maio de 2013

EXCLUSIVO: Pesquisa utiliza mapeamento geográfico para análise do manejo florestal


Uma pesquisa está identificando áreas para o manejo florestal comunitário. Com o tema: “Sistema de Informação Geográfica Aplicado no Manejo Florestal de Unidades de Conservação”, será criado um banco de dados geográfico que vai contribuir na tomada de decisão de políticas públicas.
O estudo deve fazer parte do trabalho de doutorado, desenvolvido pela Mestre em Geografia Marilene Alves da Silva, que é vinculada ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas, Ifam.
O Sistema de Informação Geográfica foi empregado como ferramenta para monitoramento e manejo florestal em Unidades de Conservação, permitindo o gerenciamento dos dados e análises geográficas precisas.
“O mapeamento das áreas de manejo florestal foram digitalizados em um software com base no mosaico de imagens de satélite sensor TM (Thematic Mapper) do Landsat-5 da área da reserva, o trabalho permitiu a realização dos levantamentos de coordenadas geográficas por meio do Sistema de Posicionamento Global (GPS) em áreas de uso florestal”, afirmou a pesquisadora.
*Com informações da Agência Fapeam.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Vaia ensaiada


Presidente da República recebendo vaia não é novidade. Mas a notícia desta semana, de que a presidente Dilma foi vaiada por ruralistas em Mato Grosso do Sul, despertou a curiosidade de muitos.
As notícias, sem muitos detalhes, diziam que eles protestavam contra a demarcação de terra indígena no Estado. Depois de tanta insistência para que o governo vetasse as agressões aos direitos indígenas, teríamos, finalmente, um motivo para aplaudir? Infelizmente, ainda não é o caso.
O governo não demarcou nenhuma terra indígena em MS, apenas publicou, no início do ano, a identificação (etapa preliminar, distante da homologação) de uma área guarani-kaiowá, o que já é suficiente para deixar setores mais atrasados do ruralismo insatisfeitos.
Mas o protesto desta semana, na verdade, parece fazer parte de uma estratégia já articulada de forçar a mudança nos processos demarcatórios das terras indígenas, ou seja, mais um "telecatch" como o do Código Florestal, onde o setor mais beneficiado pela mudança na lei lamentava em público e comemorava em privado.
Ainda estamos sob o impacto da divulgação do Relatório Figueiredo, em que um solitário procurador-geral denunciava massacres e atrocidades contra os povos indígenas durante a ditadura militar. O texto, dado como desaparecido por muitos anos e agora redescoberto e publicado pelo jornal "O Estado de Minas", faz qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade perguntar-se como pode o povo brasileiro silenciar diante de tamanha barbárie. E ainda há os que preferem criticar com veemência os jovens que acrescentam a denominação "guarani-kaiowá" aos seus nomes nas redes sociais.
Que os silêncios e as polêmicas se sucedam na opinião pública, nem sempre adequadamente informada, é compreensível. Difícil de aceitar é a omissão do Estado brasileiro, no período do atual governo, em que a quantidade de terras demarcadas caiu drasticamente e o reconhecimento do direito à terra --não apenas para índios, mas também para quilombolas e até trabalhadores rurais-- está ameaçado pelo pacto político que promove um retrocesso histórico.
Esse pacto vem sendo patrocinado pelo governo desde o último ano do governo Lula, quando foi legalizada a grilagem de quase 40 milhões de hectares na Amazônia. Depois, a ousadia de anistiar os desmatadores com a mudança no Código Florestal, flexibilizar o licenciamento para acelerar obras sem cuidados ambientais, diminuir unidades de conservação, dar a senha para abrir terras indígenas à exploração mineral, travar as demarcações e passar com os tratores por cima de todos os condicionantes socioambientais nas obras de Belo Monte.
O governo, definitivamente, não merece uma vaia ensaiada.
Marina Silva
Marina Silva, ex-senadora, foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula e candidata ao Planalto em 2010. Escreve às sextas na versão impressa da Página A2. Fonte:Folha de São Paulo - 03/05/2013