terça-feira, 8 de setembro de 2009

Saiu no jornal

Aqui você pode conferir matéria publicada neste domingo, 6 de setembro, no caderno "Baixada" do jornal "O Dia".

Esconderijo de Prestes em Caxias
Líder do Partido Comunista tinha visão geral de quem passava próximo à casa, que vai virar um centro cultural

Casa que servia para reuniões do Partido Comunista com Luís Carlos Prestes será comprada pela Prefeitura para virar centro de cultura


A partir da descoberta de que a casa de um sítio no Parque da Taquara serviu de refúgio para o líder comunista Luís Carlos Prestes nos anos 1960, a Secretaria de Meio Ambiente começou a idealizar a criação de um Centro de Memória da Classe Operária e do Movimento Sindical na Baixada Fluminense. A casa modesta, de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, está desocupada e fica a poucos metros da sede administrativa do parque.

A Prefeitura pretende comprar o imóvel e fazer uma reforma para que se torne referência da história da resistência dos trabalhadores no século XX. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia, Prestes se refugiou em dois locais de Duque de Caxias, na década de 1960, logo após o golpe de 1964. Um deles foi no bairro Olavo Bilac, na casa de um operário da Cedae, e o outro no sítio na Taquara, no meio da mata, junto à família de um membro do Partido Comunista.

A casa humilde está vazia e precisando de reforma geral


Reuniões do partido

Antônio Delgado, 47 anos, presidente da ONG Atlântica Protegida, mora na área da reserva do Parque da Taquara, próximo ao sítio e diz que ouviu a história de descendentes do morador que protegeu Prestes. “Contavam que ele ficava em área de privilegiada, de onde podia ver quem chegava e quem saía. Prestes dormia em uma casa na parte de cima do sítio e essa casa, que vai virar museu, era usada para as reuniões do partido”, conta.

O secretário Samuel Maia disse que está articulando com os professores e historiadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para começar a desenvolver o projeto do Centro de Memória. “Vamos recordar todo o movimento de luta do trabalhador, desde o movimento sindical na década de 1920, com o surgimento do movimento comunista de Prestes, passando pelo movimento de 1964, até a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no final da década de 1970”, disse Maia.

Para isso, o município vai iniciar campanha de levantamento de acervo junto a sindicatos de classe e partidos de esquerda para criar um acervo do movimento operário na Baixada, através de fotografias, documentos, imagens e sons. “Queremos formar um grande acervo para contar bem a história”, diz Maia.

Símbolo

Luís Carlos Prestes é considerado um dos maiores símbolos da Revolução Socialista no país. Em 1924, comandou um grupo de 1.500 rebeldes da Coluna Miguel Costa-Prestes, no Rio Grande do Sul. Foi militar, senador, cassado, exilado e anistiado. Morreu em 1990, aos 92 anos. Antônio Delgado acredita que muitos documentos do movimento socialista passaram pela casa da Taquara. Nos cômodos, com parte sem telhado, recortes de jornais antigos ainda podem ser encontrados.
Texto: Helvio Lessa/jornal O Dia
Fotos: Alexandre Vieira/jornal O Dia

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