sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Saiu no jornal

Confira matéria publicada no jornal "O Dia" neste domingo.

Catadores vão virar agentes ambientais
Trabalhadores começam a passar por qualificação profissional para enfrentar as mudanças que deverão ocorrer com o fechamento do lixão de Jardim Gramacho

Os catadores do lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, estão de olho no futuro e começam a se preparar, desde agora, para o iminente fechamento do aterro sanitário. Através do Fundo para o Desenvolvimento Social da Firjan, em parceria com o Instituto Coca-Cola Brasil, os primeiros 200 catadores da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho (ACAMJG) estão passando por qualificação profissional de agente ambiental para se adequarem aos novos tempos de sobrevivência através da coleta seletiva no município.

A associação, que tem cerca de 1,5 mil catadores, gerou duas cooperativas: Cooper CAMJG e Cooper Jardim. Segundo o presidente da CAMJG, Sebastião Santos, o lixão deve fechar entre 2012 e 2016. Aproximadamente 20 dirigentes também estão fazendo curso de formação básica de gestores. Com isso, os catadores irão adquirir conhecimentos básicos para iniciar, desenvolver e se firmar na gestão das cooperativas, gerando emprego e renda para os moradores da região.

Preparação

Ana Carla trabalha há 19 anos no Jardim Gramacho: 'A gente tem que se preparar para o fim do lixão'

Ana Carla Nistaldo, 33 anos, trabalha há 19 coletando recicláveis, sendo nove no lixão de Jardim Gramacho. Ela se mantém com uma renda de dois salários, em média, e não quer parar no tempo. “A gente tem que se preparar para o fim do lixão e para a coleta seletiva. É a nossa profissão”, diz. Quitéria Maria de Oliveira Vieira, 43, vive do lixo há 25 anos. “Vai mudar um pouco, mas vamos poder trabalhar com lixo mais limpo, que virão diretamente das indústrias”, explica.

Para Sebastião, se os catadores esperarem o fechamento sem fazer nada antes, não vão conseguir segurar o impacto social. “Precisamos ter conhecimento amplo de gestão para poder sensibilizar condomínios e empresas a fazerem a coleta seletiva”, diz Sebastião, acrescentando que a associação movimenta cerca de 90 toneladas por mês. Segundo ele, levantamento feito em 2004 apontou que cerca de 15 mil pessoas sobreviviam direta ou indiretamente da coleta de lixo na área de Jardim Gramacho.




Sebastião explica que catadores devem se preparar para mudanças

A importância da parceria para a geração de oportunidades para os catadores é destacada pela chefe da Assessoria de Responsabilidade Social da Firjan, Cláudia Jeunon. “A nossa missão é promover o desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro, visando à melhoria da condição de vida das pessoas e do meio ambiente”, explica.

Texto: Helvio Lessa/O Dia

Fotos: Alexandre Vieira/O Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário