quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Aterro de Jardim Gramacho fecha em dezembro

Samuel Maia em visita ao aterro de Jardim Gramacho

Depois de 35 anos de operação, o Aterro de Jardim Gramacho, o maior da América Latina, deixará de operar em dezembro de 2011. A decisão histórica aconteceu na segunda-feira, 14 de fevereiro, na sede da Secretaria do Ambiente em reunião com o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito (PSDB), o secretário Estadual Carlos Minc, a presidente do INEA (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, o secretário municipal de Meio Ambiente, Samuel Maia, e representantes da Comlurb.

Os cerca de 5 mil catadores que trabalham no local serão capacitados para que tenham uma nova função e gerem renda com o fechamento do aterro. Os recursos virão do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano) e da Fundação Nacional de Saúde. Cerca de R$ 2 milhões serão investidos na qualificação dos catadores por um período de 15 anos, além de uma bolsa de seguro desemprego, com valor ainda a ser definido. No dia 14 de março haverá nova reunião no Estado para a elaboração do termo de encerramento do aterro.

Catadores gostaram da proposta apresentada à categoria

Para o prefeito Zito, a decisão vem reparar um passivo ambiental de décadas com a implantação do aterro na cidade. “O risco ambiental é enorme e os carros acabam com as ruas do bairro. A decisão tem grande peso, pois conseguimos incluir os catadores no processo de discussão, dando a eles a possibilidade de se sustentarem com a capacitação”, destacou Zito. Com os recursos da exploração do gás do aterro feito pela empresa Nova Gramacho, as ruas do bairro serão recuperadas com a criação de um Fundo Municipal.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente ficou responsável pela articulação com o Estado do Rio de Janeiro. Segundo Samuel Maia, o estabelecimento de uma data para o fechamento do aterro desliga uma das principais bombas-relógio do meio ambiente. “Não há mais como receber tanto lixo. O risco de uma catástrofe é enorme, com a contaminação do solo, da Baía de Guanabara, além da fauna e da flora”, advertiu Maia. Ele também destacou a questão dos catadores. “O prefeito Zito fez questão de buscar uma alternativa para a categoria, o que mostra o seu compromisso com os mais humildes”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente.

Quatro veículos estão sendo comparados pela Prefeitura para serem entregues as cooperativas de catadores de lixo reciclável, estabelecidas no bairro Jardim Gramacho. A iniciativa reforça a coleta seletiva de 2 toneladas/mês hoje realizada pelo governo em parceria com comunidades educadoras em seis bairros e encaminhada às quatro cooperativas de catadores do aterro do Jardim Gramacho. Os recursos, cerca de R$ 300 mil, sairão do Fundo Municipal de Meio Ambiente com aprovação da executiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente. A previsão é que os veículos sejam entregues em três meses. Outros recursos dos governos federal e estadual serão disponibilizados para a coleta seletiva e inclusão dos catadores.

O Aterro de Jardim Gramacho foi criado em 1976 no regime militar e pertence a cidade do Rio, com a exploração da Comlurb. Aproximadamente 8 mil toneladas de lixo são vazadas no local por dia, destes 60% são provenientes do município do Rio de Janeiro. O gás produzido é explorado pela empresa Nova Gramacho, de São Paulo, que já está vendendo parte da produção para Petrobras.

Texto: Antonio Pfister/Assessoria de Comunicação PMDC
Fotos: Edmilson Muniz/Assessoria de Comunicação PMDC

Um comentário:

  1. Esta boa notícia para Duque de Caxias intensifica uma enorme ameaça para Seropédica.

    É neste sentido que pergunto ao Secretário de Meio Ambiente do Município de Duque de Caxias:

    1) o que representa para o município ter em seu "domínio territorial" um aterro metropolitano?

    2) como o município intervia nas operações do aterro de Gramacho?

    3) a negociação para encerramento envolve recursos para educação ambiental para os munícipes?

    4) quando será implantada a coleta seletiva no município?

    A experiência de Duque de Caxias é muito valiosa para outros municípios que estão sendo indicados para receber resíduos dos outros.

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