Os cerca de 5 mil catadores que trabalham no local serão capacitados para que tenham uma nova função e gerem renda com o fechamento do aterro. Os recursos virão do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano) e da Fundação Nacional de Saúde. Cerca de R$ 2 milhões serão investidos na qualificação dos catadores por um período de 15 anos, além de uma bolsa de seguro desemprego, com valor ainda a ser definido. No dia 14 de março haverá nova reunião no Estado para a elaboração do termo de encerramento do aterro.
Catadores gostaram da proposta apresentada à categoria
Para o prefeito Zito, a decisão vem reparar um passivo ambiental de décadas com a implantação do aterro na cidade. “O risco ambiental é enorme e os carros acabam com as ruas do bairro. A decisão tem grande peso, pois conseguimos incluir os catadores no processo de discussão, dando a eles a possibilidade de se sustentarem com a capacitação”, destacou Zito. Com os recursos da exploração do gás do aterro feito pela empresa Nova Gramacho, as ruas do bairro serão recuperadas com a criação de um Fundo Municipal.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente ficou responsável pela articulação com o Estado do Rio de Janeiro. Segundo Samuel Maia, o estabelecimento de uma data para o fechamento do aterro desliga uma das principais bombas-relógio do meio ambiente. “Não há mais como receber tanto lixo. O risco de uma catástrofe é enorme, com a contaminação do solo, da Baía de Guanabara, além da fauna e da flora”, advertiu Maia. Ele também destacou a questão dos catadores. “O prefeito Zito fez questão de buscar uma alternativa para a categoria, o que mostra o seu compromisso com os mais humildes”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente.
Quatro veículos estão sendo comparados pela Prefeitura para serem entregues as cooperativas de catadores de lixo reciclável, estabelecidas no bairro Jardim Gramacho. A iniciativa reforça a coleta seletiva de 2 toneladas/mês hoje realizada pelo governo em parceria com comunidades educadoras em seis bairros e encaminhada às quatro cooperativas de catadores do aterro do Jardim Gramacho. Os recursos, cerca de R$ 300 mil, sairão do Fundo Municipal de Meio Ambiente com aprovação da executiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente. A previsão é que os veículos sejam entregues em três meses. Outros recursos dos governos federal e estadual serão disponibilizados para a coleta seletiva e inclusão dos catadores.
O Aterro de Jardim Gramacho foi criado em 1976 no regime militar e pertence a cidade do Rio, com a exploração da Comlurb. Aproximadamente 8 mil toneladas de lixo são vazadas no local por dia, destes 60% são provenientes do município do Rio de Janeiro. O gás produzido é explorado pela empresa Nova Gramacho, de São Paulo, que já está vendendo parte da produção para Petrobras.
Texto: Antonio Pfister/Assessoria de Comunicação PMDC
Fotos: Edmilson Muniz/Assessoria de Comunicação PMDC
Esta boa notícia para Duque de Caxias intensifica uma enorme ameaça para Seropédica.
ResponderExcluirÉ neste sentido que pergunto ao Secretário de Meio Ambiente do Município de Duque de Caxias:
1) o que representa para o município ter em seu "domínio territorial" um aterro metropolitano?
2) como o município intervia nas operações do aterro de Gramacho?
3) a negociação para encerramento envolve recursos para educação ambiental para os munícipes?
4) quando será implantada a coleta seletiva no município?
A experiência de Duque de Caxias é muito valiosa para outros municípios que estão sendo indicados para receber resíduos dos outros.