domingo, 21 de agosto de 2011

Lixão vai virar bairro modelo



Projeto prevê investimento de R$ 140 milhões na reurbanização do Jardim Gramacho


A solução para o passivo ambiental, após 35 anos de funcionamento do Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, já está no papel. Só falta agora definir a verba para tocar o Projeto Urbanístico, apresentado pelo governo do estado na semana passada , que está orçado em R$ 140 milhões.

A previsão é que o aterro de Jardim Gramacho seja fechado até maio de 2012. E o objetivo é transformar a região em modelo de cidade sustentável, com reflorestamento, recuperação do manguezal, pavimentação de ruas, casas populares, ciclovias e áreas de lazer.

A área beneficiada seria do tamanho do bairro do Leblon, na Zona Sul carioca, com 1,3 milhão de metros quadrados, entre a Rodovia Washington Luiz e a Baía da Guanabara. Segundo o secretário do Ambiente do estado, Carlos Minc, a verba poderá vir do projeto de cooperação Brasil/Estados Unidos.

Mas outras receitas devem ser acopladas ao projeto. Principalmente, de geração de renda e projetos sociais para cerca de 2.500 catadores que vivem da reciclagem. Cooperativas que fazem coleta seletiva já estão funcionando, mas ainda não comportam todas as famílias que vivem do trabalho no aterro.



A imagem de barracos de madeira é uma das que devem desaparecer


Montanha de lixo dará lugar à área arborizada
Projeto prevê limpeza e reflorestamento do espaço hoje ocupado por detritos. Além de árvores, parque terá ciclovias, praças e áreas de lazer com vista panorâmica da Baía


A maior transformação elaborada pelo Projeto Urbanístico de Jardim Gramacho se dará exatamente em cima das milhões de toneladas de lixo despejadas nos últimos 35 anos. A área será reflorestada com vegetação primária e, onde hoje fica a imensa colina da cor de barro, surgirá uma península verde, com vista panorâmica para a Baía
de Guanabara.

Espaços para indústrias e moradias serão criados em cerca de 328 mil metros quadrados de lotes vazios no bairro. Essa área poderá ser utilizada para atrair novas empresas e gerar empregos.

Parte do espaço será destinada a 460 lotes com 84 metros quadrados. Eles vão receber 1.840 pessoas, com uma família por lote, ou 3.680, com duas famílias. Boa parte dos beneficiados vive hoje em barracos de madeira.

Serão quatro áreas de esporte e lazer. Três delas ficarão onde hoje é feito o despejo clandestino de lixo. Em cada uma delas haverá quadras poliesportivas, pista de skate, playground infantil, banheiros, varandas e áreas com sombras para descanso. Uma ciclovia vai contornar todo o bairro, ligando-o à estação ferroviária de Gramacho.

Ruas de cara nova


A Rua Monte Castelo e a Avenida Rui Barbosa, que dão acesso ao bairro, serão urbanizadas. A primeira receberá nova pavimentação, faixas de rolamento, calçadas, pontos de ônibus, iluminação e estacionamento. Na Avenida Rui Barbosa, o canal será urbanizado e construídas pontes para pedestres. As ruas de terras serão pavimentadas.

Gloria Cristina dos Santos, 36 anos, tesoureira da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho (ACAMJG) avalia que a reurbanização é necessária também para ajudar a recuperar ainda mais a autoestima dos catadores.

Manguezais vão renascer


A recuperação dos manguezais, que ficam em uma área de aproximadamente um milhão de metros quadrados, é outra meta do projeto. “A área de mangue de Duque de Caxias é a segunda no entorno da Baía de Guanabara. Só perde para a APA de Guapimirim”, explica o secretário do Ambiente do estado, Carlos Minc.

Para o secretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia, o projeto e a reestruturação do bairro podem ser um marco nas ações ambientalistas. Segundo Maia, a vista panorâmica da Baía de Guanabara é privilegiada.

E ele garante que há empresários que gostariam de investir em projetos socioambientais de vulto. “O que já foi prejudicial vai se tornar uma referência ambiental”, diz Maia, que é também presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente.


Fonte: O Dia.21.08.2011

3 comentários:

  1. Só espero que o projeto saia logo do papel. Pois vivemos como porcos miseráveis junto ao lixo que nos mesmos produzimos.

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  2. Tá na cara quem isso não ia dá certo, primeiro área e dominado por tráfico,segundo ia fazer moradias em área de mangues e próximo a rios, tá na cara que isso ia encher com chuvas fortes. Rapaz esses políticos não pensa em nada, ainda bem que isso não saiu do papel.

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