Ronaldo Amichi fotografa a área observado por Samuel Maia
A Prefeitura de Duque de Caxias, em uma operação conjunta das secretarias municipais de Serviços Públicos, Obras, Meio Ambiente e Agricultura, com apoio de agentes da 61ª Delegacia de Polícia (Xerém), reprimiu, nesta segunda-feira, 23 de agosto, uma ocupação irregular na área pertencente à Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), em Xerém, no quarto distrito. Uma área de aproximadamente 80 mil metros quadrados, que já estava cercada com arame farpado e mourões, foi o palco da ação dos fiscais e policiais civis. Um rapaz, que pediu para não ser identificado, contou que comprou o terreno por R$ 50 mil de um homem conhecido como Luiz Adão. Segundo o comissário da 61ª DP, Eduardo Sampaio, o negócio foi feito de forma irregular, já que a área pertence ao governo do estado e não pode ser comercializada.
Comissário Eduardo Sampaio conversa com uma das vítimas
Ainda segundo Sampaio, uma quadrilha de grileiros que atua na região está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, que descobriram o envolvimento de políticos e outras autoridades com o bando. “A região se tornou uma das mais valorizadas do município, o que atrai os grileiros, inclusive com ameaças de morte. Tanto a PF quanto o MP já têm informações sobre seus integrantes”, observou o policial. Ele enumerou os crimes praticados somente no negócio ilegal envolvendo a área da Codin como crime ambiental: estelionato e apropriação de terras públicas. Com a movimentação de viaturas policiais e de carros da Prefeitura, outras vítimas apareceram e se disseram enganadas pelo falso corretor. Elas foram aconselhadas a registrar a ocorrência da compras ilegais na delegacia.
Homens da Prefeitura recolhem arame e mourões do terreno
O secretário de Meio Ambiente, Samuel Maia, disse que as pessoas precisam tomar cuidado com a compra de terrenos e outros imóveis. “É preciso buscar informações sobre o bem adquirido, o Registro Geral de Imóveis (RGI) e a Certidão Vintenária, que revela a situação do imóvel nos últimos 20 anos. Todas estas informações podem ser obtidas na Prefeitura e nos cartórios. Quem não tomar estes cuidados, terá grandes chances de ser lesado”, destacou Maia. Ele destacou que muitas árvores nativas foram derrubadas e seus troncos usados como mourões na própria cerca do terreno. “É uma perda irreparável para uma área que já sofre muito com desmatamentos”, concluiu.
Detalhe da cerca na área da Codin invadida por grileiros
Acompanhando a remoção das cercas, o secretário de Transportes e Serviços Públicos, Ronaldo Amichi, fotografou o trabalho e também detectou inúmeras irregularidades. Centenas de mourões e milhares de metros de arame farpado foram recolhidos e encaminhados para a delegacia. O trabalho de remoção foi feito por um trator e vários funcionários da Secretaria de Serviços Públicos. “Estamos diante de um fato grave, que precisa ser investigado. Os responsáveis precisam ser punidos com rigor”, concluiu Amichi. Os dois secretários querem acompanhar as investigações policiais para ver os criminosos atrás das grades.
Texto: Nelson Soares/Assessoria de Comunicação PMDC
Fotos: Everton Barsan/Assessoria de Comunicação PMDC
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