Confira artigo publicado no caderno "Vida & Meio Ambiente", do jornal "O Dia" de 11 de abril de 2010.
Quando todos são responsáveis
Gestão deficitária do lixo nas cidades, falta de políticas públicas e educação ambiental agravam as conseqüências de fenômenos climáticos como o que levou à perda de vidas fluminenses na última semana. Solução está ao alcance de todos
Gestão deficitária do lixo nas cidades, falta de políticas públicas e educação ambiental agravam as conseqüências de fenômenos climáticos como o que levou à perda de vidas fluminenses na última semana. Solução está ao alcance de todos
Detritos jogados nos rios e nas encostas, além de provocar cheias e instabilidade no solo, transmitem doenças à população
O infortúnio das dezenas de famílias desfeitas na última semana, após as chuvas que atingiram o Estado do Rio, deve-se a fatores para além da instabilidade climática e do traço geográfico da cidade. A ocupação desordenada de encostas e regiões de risco – apontada por autoridades como razão para o caos que roubou vidas – cresceu sem freios nos últimos anos, por falta de efetiva política pública para contê-la. Além disso, há um lado da degradação ambiental que agrava consideravelmente as conseqüências do encharcamento do solo e das enchentes: o lixo.
Lixões não desativados são capítulo nebuloso dessa novela, que se repete ano após ano durante ou após os verões. Irregulares, mas não invisíveis ao poder público, estão cercados de comunidades pobres. E ameaçadas. Rolamento de encostas não é o único risco. Convivência com resíduos tóxicos e vetores de doenças são catástrofes diárias que atingem a saúde pública.
Mas a população também deve se atribuir responsabilidade. O Rio é uma das cidades mais sujas das Américas. Não há nada que impeça esse quadro de mudar. Trata-se da escolha de seus moradores. Em muitos locais, rejeitos são descartados ao tempo, antes que a coleta pública impeça que caiam nos bueiros e nas galerias pluviais. O resultado é demora maior no escoamento das chuvas quando fenômenos climáticos intensificam o volume de águas precipitadas.
“Mesmo com galerias e sistema de esgotamento novos e limpos, haveria cheias na cidade. Isso independe da limpeza. Em situação como a que ocorreu, chuva em grande intensidade, o transbordamento é inevitável. Mas o lixo público é um problema. Obstrui galerias e prejudica o escoamento”, explica Gustavo Puppi, assessor-chefe da Diretoria de Serviço Sul da Comlurb.
Basta um passeio pela cidade, para ver que o lixo está espalhado por toda parte, independentemente do nível socioeconômico da região. Leitor da editoria “Vida & Meio Ambiente” flagrou sofá boiando no rio Maracanã, que corta bairros da Zona Norte. Papéis, plásticos, ripas de madeira e compensado estão entre os detritos mais encontrados em vias públicas.
“Do total de lixo arrecadado todos os dias pela Comlurb, 40% é público”, afirma Gustavo Puppi. Ele explica que a coleta domiciliar e comercial não é problema. O grande obstáculo é o que está espalhado pelas ruas. Mas mesmo o lixo ensacado poderia ter fim mais feliz para a população.
Campanhas de limpeza urbana e educação ambiental na escola são ações importantes ao enfrentar o problema. A coleta seletiva, porém, seria o grande avanço para reduzir lixões e despoluir. E não custa muito, já que a prefeitura recolhe onde o sistema é adotado.
Lixões não desativados são capítulo nebuloso dessa novela, que se repete ano após ano durante ou após os verões. Irregulares, mas não invisíveis ao poder público, estão cercados de comunidades pobres. E ameaçadas. Rolamento de encostas não é o único risco. Convivência com resíduos tóxicos e vetores de doenças são catástrofes diárias que atingem a saúde pública.
Mas a população também deve se atribuir responsabilidade. O Rio é uma das cidades mais sujas das Américas. Não há nada que impeça esse quadro de mudar. Trata-se da escolha de seus moradores. Em muitos locais, rejeitos são descartados ao tempo, antes que a coleta pública impeça que caiam nos bueiros e nas galerias pluviais. O resultado é demora maior no escoamento das chuvas quando fenômenos climáticos intensificam o volume de águas precipitadas.
“Mesmo com galerias e sistema de esgotamento novos e limpos, haveria cheias na cidade. Isso independe da limpeza. Em situação como a que ocorreu, chuva em grande intensidade, o transbordamento é inevitável. Mas o lixo público é um problema. Obstrui galerias e prejudica o escoamento”, explica Gustavo Puppi, assessor-chefe da Diretoria de Serviço Sul da Comlurb.
Basta um passeio pela cidade, para ver que o lixo está espalhado por toda parte, independentemente do nível socioeconômico da região. Leitor da editoria “Vida & Meio Ambiente” flagrou sofá boiando no rio Maracanã, que corta bairros da Zona Norte. Papéis, plásticos, ripas de madeira e compensado estão entre os detritos mais encontrados em vias públicas.
“Do total de lixo arrecadado todos os dias pela Comlurb, 40% é público”, afirma Gustavo Puppi. Ele explica que a coleta domiciliar e comercial não é problema. O grande obstáculo é o que está espalhado pelas ruas. Mas mesmo o lixo ensacado poderia ter fim mais feliz para a população.
Campanhas de limpeza urbana e educação ambiental na escola são ações importantes ao enfrentar o problema. A coleta seletiva, porém, seria o grande avanço para reduzir lixões e despoluir. E não custa muito, já que a prefeitura recolhe onde o sistema é adotado.
Texto: Leila Souza Lima/O Dia
Foto: Severino Silva/O Dia/20.01.2007
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