Estudo mostra que Copa na África do Sul será o evento com as maiores emissões do mundo dentre aqueles que se propuseram a ser "neutros" em carbono
Construção de estádios, como o Soccer City (acima), e uso de materiais corresponde a 15.359 toneladas de emissões
Jogadores em campo, uma bola, 32 seleções classificadas, 30 dias de competição e 2,75 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas.
Não se espante com a disparidade do último número: segundo um estudo realizado pela Embaixada da Noruega e pelo governo da África do Sul, a Copa do Mundo 2010 será o evento com as maiores emissões do mundo dentre aqueles que se propuseram a ser "neutros" em carbono.
A principal responsável por essas emissões é a quantidade de viagens internacionais ligadas ao evento, responsáveis por 1.856.589 toneladas de CO2, ou 67% do total. Ainda assim, excluindo este número, a pegada de carbono do mundial da Fifa é mais de oito vezes a estimada da Copa de 2006, na Alemanha.
A análise detalhou a origem das emissões (e como poluição sonora não fazia parte do estudo, as vuvuzelas escaparam da culpa). O transporte entre cidades deve corresponder a 484.961 toneladas, já o transporte dentro das cidades representa 39.577.
A construção dos estádios e uso dos materiais corresponde a 15.359 toneladas de emissões, já o uso dos mesmos, incluindo gastos energéticos, deve ficar em torno de 16.637 toneladas. O uso de energia nas acomodações dos turistas, atletas, comissões técnicas, imprensa e etc representam 12% do total - 340.128 toneladas.
Entre os fatores apontados para o impressionante número total (2.753.250 toneladas emitidas) está a localização geográfica da África do Sul. Outro fator que contribui é que, apesar dos investimentos da organização para diminuir as emissões na construção de estádios, há poucos meios de transporte "limpos", como trens elétricos, ligando as cidades.
Texto: Paula Rothman/Portal Exame
Foto: Google
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