sexta-feira, 12 de julho de 2013

A VELHA “ESQUERDA” SEM MÁSCARAS

*Samuel Maia
  Mestre em História Social





Um final de quinta-feira (12/7/13) com clima agradável, um território que ainda inspirava inquietações contra “tudo que aí está!”, por conta da “Primavera de Junho”.
Nos caminhões de sons uma babel de falações, onde se via e ouvia do pelego mor ao esquerdismo da doença infantil do comunismo.
Ouve-se de alguns presentes, em determinado momento, uma indicação: “Os anarquistas chegaram!”, sinal que vai ter provocação e porrada.
Bandeiras de Partidos de centro-esquerda, nacionalistas e extrema-esquerda presentes, com acanhados militantes.
Jovens com mascaras de anônimos, sendo convocados para retirarem as mesmas, pois, no ato das centrais sindicais, não precisa colocar máscaras.
Fardados/Equipados (PM) e infiltrados como civis os Policiais Reservados (P 2) das forças coercitivas do governo.
Tudo pronto e impecavelmente planejado para o Teatro que faria a epopeia e legitimação desta velha “esquerda”, voz legitima e única com a autoridade para negociar os interesses da classe trabalhadora. Um detalhe, as bandeiras do PT não eram notadas, até porque, são os que devem dar respostas as demandas.
Tudo pronto, só faltou ao Teatro, o principal, o respeitável público, mesmo com os esquemas de contratação de militantes, transporte e lanche, o público não foi. Com todas as sopas de letrinhas nos folders de convocações, apenas 5000(cinco mil) pessoas estiveram presentes.
E, antes do final da epopeia, do clímax final, algo não planejado, abortou e tirou do registro das câmeras a legitimação dos atores organizadores do ato, os “anarquistas” entraram em ação com os mascarados e provocaram e saíram na pancada com as forças de coerção do Estado, roubaram a cena final, mesmo sendo dedurados pelos sem mascaras, não teve jeito, afinal, são jovens sem partidos e bandeiras. Não houve ato final planejado, não haverá registro de quem “fala” pela classe trabalhadora e que pode “negociar” em seu nome.

Assim, sem máscaras, a velha esquerda, talvez, olhe-se no espelho e faça uma autocrítica e perceba que não é a voz da maioria da classe trabalhadora, mas, sim, de uma velha prática que não ecoa mais nos corações e mentes dos milhões que tomaram as redes sociais e destas as ruas em junho de 2013. 

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