*Samuel Maia
Mestre em História Social
Um final de quinta-feira (12/7/13) com clima agradável, um
território que ainda inspirava inquietações contra “tudo que aí está!”, por
conta da “Primavera de Junho”.
Nos caminhões de sons uma babel de falações, onde se via e
ouvia do pelego mor ao esquerdismo da doença infantil do comunismo.
Ouve-se de alguns presentes, em determinado momento, uma
indicação: “Os anarquistas chegaram!”, sinal que vai ter provocação e porrada.
Bandeiras de Partidos de centro-esquerda, nacionalistas e
extrema-esquerda presentes, com acanhados militantes.
Jovens com mascaras de anônimos, sendo convocados para
retirarem as mesmas, pois, no ato das centrais sindicais, não precisa colocar
máscaras.
Fardados/Equipados (PM) e infiltrados como civis os Policiais
Reservados (P 2) das forças coercitivas do governo.
Tudo pronto e impecavelmente planejado para o Teatro que
faria a epopeia e legitimação desta velha “esquerda”, voz legitima e única com
a autoridade para negociar os interesses da classe trabalhadora. Um detalhe, as
bandeiras do PT não eram notadas, até porque, são os que devem dar respostas as
demandas.
Tudo pronto, só faltou ao Teatro, o principal, o respeitável
público, mesmo com os esquemas de contratação de militantes, transporte e
lanche, o público não foi. Com todas as sopas de letrinhas nos folders de
convocações, apenas 5000(cinco mil) pessoas estiveram presentes.
E, antes do final da epopeia, do clímax final, algo não
planejado, abortou e tirou do registro das câmeras a legitimação dos atores
organizadores do ato, os “anarquistas” entraram em ação com os mascarados e
provocaram e saíram na pancada com as forças de coerção do Estado, roubaram a
cena final, mesmo sendo dedurados pelos sem mascaras, não teve jeito, afinal,
são jovens sem partidos e bandeiras. Não houve ato final planejado, não haverá
registro de quem “fala” pela classe trabalhadora e que pode “negociar” em seu
nome.
Assim, sem máscaras, a velha esquerda, talvez, olhe-se no
espelho e faça uma autocrítica e perceba que não é a voz da maioria da classe
trabalhadora, mas, sim, de uma velha prática que não ecoa mais nos corações e
mentes dos milhões que tomaram as redes sociais e destas as ruas em junho de
2013.
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