Secretários de Meio Ambiente de cidades da Baixada Fluminense se reuniram, nesta segunda-feira, 6 de agosto, e chegaram a conclusão que somente com a participação do Estado haverá uma solução para o problema do lixo, que se agravou depois do fechamento do aterro sanitário do Jardim Gramacho de dezembro para junho. O encontro foi realizado na Prefeitura de Duque de Caxias, cidade que teve mais prejuízos como fim do aterro, situação agravada por uma decisão judicial, que determinou o fechamento de duas áreas de transbordo. Participaram da reunião os secretários Renato Rabello, de Nilópolis, Zilto Bernardi, de São João de Meriti, e Samuel Maia, de Duque de Caxias.
Nas cidades de Nilópolis e São João de Meriti os prejuízos são decorrentes da recusa da Prefeitura de NovaI guaçu de impedir os dois municípios de descartarem o lixo no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) do bairro Adrianópolis. Com a proibição, o custo da coleta e descarte subiu pelo menos 100%, alerta Bernardi, que realizou um mutirão em São João de Meriti para amenizar o problema. “Temos uma área de transbordo que nos atende muito bem, mas levar o lixo para Seropédica acaba inviabilizando o trabalho, tanto pelo custo quanto pela distância”, observou.
A situação de Nilópolis também não é confortável, já que a cidade não possui um espaço físico para abrigar uma área de transbordo. Rabello destaca que é impossível uma cidade resolver sozinha o problema do lixo, situação criada com o fechamento do aterro do Jardim Gramacho. Ele lamentou a falta de empenho do Governo do Estado em colaborar na solução do problema. “Existeuma crise na política estadual de gestão de resíduos, que é inexistente e trouxe graves prejuízos à região da Baixada Fluminense”, destacou o secretário de Nilópolis.
O secretário Samuel Maia disse que o problema do lixo atinge a todos e tende a se agravar com as decisões judiciais que impedem a operação nas áreas de transbordo. “Sem uma área detransbordo, não há coleta viável. Um caminhão de lixo leva até 5 horas para ir e voltar de Seropédica, período em que deixará de coletar os resíduos”,explicou, acrescentando que as decisões não podem ser limitadas por umacanetada. Ao final, os secretários chegaram à conclusão de que o Governo do Estado tem responsabilidade na situação e que vão cobrar uma participação dele para a solução do problema.
Samuel lembrou que junto com outros cinco municípios - Belford Roxo, Mesquita, São João, Nilópolis e Nova Iguaçu -, Duque de Caxias elaborou o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, que será implementado em consórcio, e permitirá solucionar o grave problema que é o descarte dos resíduosde obras. Segundo ele, o trabalho pode ser estendido também ao lixo, mas tem de haver interesse do Estado, independente dos interesses políticos ocultos. “O que não podemos e continuar enterrando materiais que representam riquezas. Poderíamos estar transformando lixo em energia, setor que é controlado por um único grupo. Precisamos parar de enterrar ouro”, concluiu Samuel Maia.
Texto: Nelson Soares
Fotos: George Fant
Esse Plano de Gestão de Resíduos Sólidos será implementado a partir de quando? Como isso vai se dar? Aonde posso ter acesso a mais informações?
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