domingo, 6 de janeiro de 2013

Incompetência do Governo do Estado e Kits Cabral


A possibilidade de deslizamento de encostas em Duque de Caxias, 
na Baixada, já era de conhecimento da prefeitura, governo do 
estado e do governo federal. Levantamento requisitado pelo 
Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro 
mapeou 98 áreas de risco iminente a escorregamentos e foi entregue 
a autoridades em abril de 2011 em reunião no Palácio Guanabara na
 Presença do Chefe do Executivo Estadual, Representantes das 
prefeituras e do governo federal.
Segundo o relatório, da empresa de consultoria de Geologia e Estudos 
Ambientais Regea, no distrito de Xerém, o mais prejudicado pelas chuvas, 
havia em 2011 nove áreas sob risco e cerca de 174 pessoas ameaçadas. 
Quarenta e cinco moradias poderiam ser afetadas.
O prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso, disse que soube da existência 
do estudo quando era secretário estadual de Ciência e Tecnologia, mas 
que nada, na prática, foi feito em relação a ele nem mesmo pela pasta 
que comandava.
Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Com a enxurrada em Xerém, casas foram soterradas, e famílias perderam seus pertences: estudo de 2011 já previa perigo para muitas áreas | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Professor de Geografia da rede pública de Caxias, André Tenreiro 
disse que o estudo era conhecido por todos, inclusive houve audiência 
pública na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias para tratar do 
Assunto e todos sabiam.
O tenente-coronel José Ronaldo dos Reis, comandante da Defesa Civil 
na época, além de não ter relações amistosas com o Chefe da Secretaria 
de Segurança Pública Cel Patrizzi, tentou fazer mídia com o tema, já 
desgastado ao fazer desinterdições em áreas de risco interditadas pela 
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foi demitido.
Reis, em seu blog, afirma que o relatório foi entregue pessoalmente ao 
vice-prefeito Jorge Amoreli, da gestão anterior, por representantes do 
Estado, em sua presença, pouco antes de sua saída do governo e Amorelli
 o Encaminhou ao Cel Patrizzi
Foto: Marino Azevedo / Governo do Rio / Agência O Dia
Após o temporal desta semana, pequeno córrego virou um grande rio | Foto: Marino Azevedo / Governo do Rio / Agência O Dia
R$ 5 mil para cada família
A Verba que deveria ser 
utilizada na prevenção e 
preservação de vidas, 
agora será mais um item 
Kit Cabral, gasta na 
recuperação após a 
tragédia. Na visita do 
governador Sérgio Cabral 
e do ministro de Integração 
Nacional, Fernando Bezerra, 
a Xerém, foi anunciado o 
benefício de R$ 5 mil a cada 
uma das 300 famílias que 
perderam tudo na enxurrada. 
O valor será usado para a 
compra de móveis, 
eletrodomésticos e utensílios, 
como é feito na área de 
Educação, onde os Profissionais 
de Educação e Alunos 
pertencem ao penúltimo 
Estado em qualidade de ensino no Brasil e o governador distribui notebooks,
 tablets... não investindo no fundamental
“O estado será responsável pela recuperação das margens dos rios”, que
 já é obrigação do INEA e não o faz, informou o prefeito Alexandre Cardozo. 
Os prazos para pagamentos do IPVA e ICMS serão prorrogados por seis 
meses nas áreas afetadas. Com o governo federal, ficará a tarefa de iniciar 
os trâmites para o aluguel social dos desabrigados, a dragagem e drenagem 
das ruas e auxílio na reconstrução de pontes.
“Vamos tirar os volumes das ruas, coletar lixo, desobstruir galerias e 
dar mobilidade à região. Depois vamos limpar tudo e orçar as verbas
 indenizatórias”, disse Cardoso.
Ex-secretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia 
disse que a tragédia no município já era anunciada. Segundo ele, a 
gestão da qual participou não pôde retirar os moradores das áreas 
de risco com promessa de indenização porque não obteve recursos 
estaduais e federais suficientes. Mesmo assim, segundo Maia, o 
ex-prefeito José Camilo Zito notificou moradores e instalou sirenes de 
alerta.
"É só irmos na região serrana e em Angra dos Reis, onde inclusive 
o governo do Estado na última tragédia prometeu mundos e fundos e 
nada foi realizado! A classe política do Estado do Rio de Janeiro, só 
aparece depois da tragédia e quando os holofotes da imprensa se 
apagam, vão embora e esquecem das promessas!"Desabafou Maia.

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